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quinta-feira, 24 de março de 2022

vem aí o filme sobre Salgueiro Maia: o regresso do homem que viu o futuro

O “Capitão de Abril” conquistou a eternidade no Largo do Carmo, quando “cercou” os últimos homens do regime

Morreu há 30 anos, mas a memória ganha novo fôlego. Vem aí o filme sobre o militar que se fundiu com a pureza do ideal revolucionário, enquanto, na terra natal, a Casa da Cidadania Salgueiro Maia vai a caminho dos 12 mil visitantes em plena pandemia e em poucos meses. A (re)descoberta do espólio e de histórias do seu percurso destapa um retrato mais humanizado do anti-herói de Abril que a História teima em congelar num único dia. E depois do adeus, haverá finalmente justiça para Salgueiro Maia? 

Não se escolhe o sítio onde se nasce. Mas Salgueiro Maia decidiu, pelo próprio punho, que seria o mesmo onde passaria à eternidade. Em testamento lavrado três anos antes da morte, ocorrida a 3 de abril de 1992, aos 47 anos, o oficial de Cavalaria determinou que o seu corpo fosse agasalhado no “caixão mais barato do mercado”, transportado “pelo meio mais económico, de preferência em viatura militar”, e enterrado em campa rasa, sem honras de Estado e ao som de Grândola, de Zeca Afonso, e da marcha do Movimento das Forças Armadas (MFA) – uma versão da peça A Life on the Ocean Wave, de Henry Russell.@ Visão

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