A ONU admite que o aquecimento global já provocou "impactos negativos em grande escala" que afetam a humanidade e a natureza.
EPA/Alberto Valdes |
Quase metade dos habitantes da Terra, entre 3,3 e 3,6 mil milhões de pessoas, estão em situação "muito vulnerável" por causa das alterações climáticas, alertou esta segunda-feira o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas das Nações Unidas.
No seu último relatório, os especialistas concluíram também que entre 3 e 14% das espécies terrestres estão ameaçadas de extinção mesmo se se limitar o aquecimento global a 1,5 graus até fim do século.
Qualquer "atraso adicional" na luta contra as alterações climáticas reduzirá as hipóteses de um futuro sustentável para a humanidade, alertam os peritos das ONU.
Cerca de mil milhões de pessoas poderão estar a viver até 2050 em zonas costeiras ameaçadas pela subida das águas do mar e periodicamente submersas por causa de tempestades, adiantam ainda no documento hoje divulgado em Genebra.
Em 2020, já havia 896 milhões de pessoas a viver em zonas sujeitas a estas condições.
O painel garante que o aquecimento global já provocou "impactos negativos em grande escala", alguns deles irreversíveis, que afetam a humanidade e a natureza.
"O aumento dos fenómenos extremos meteorológicos e climáticos conduziu a impactos irreversíveis, enquanto os sistemas humanos e naturais foram afetados para lá da sua capacidade se de adaptarem", afirma-se no relatório, em que se apontam polos, litoral e montanhas como os ecossistemas que já sofreram danos de que não conseguirão recuperar.
Uma das zonas de "relativa alta vulnerabilidade" é a mediterrânica, onde a produção agrícola poderá cair cerca de 17% até 2050 se se mantiverem as emissões de gases com efeito de estufa ao nível atual.
Apesar de progressos, os esforços mundiais de adaptação às alterações climáticas têm sido, na maior parte, "fragmentados e em pequena escala", considera o Painel, que estima que com os compromissos atuais de redução de emissões poluentes, estas deverão continuar a aumentar "14% durante a década atual". @ DN
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