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quinta-feira, 10 de março de 2022

ciência: como se degrada o sono com a idade

Cientistas estudaram o circuito do cérebro envolvido na regulação do sono e da vigília e analisaram o que se degrada com o passar do tempo. Segundo eles, esta descoberta abre caminho a melhores medicamentos no futuro.

[Fotografia: Anastasiya Vragova/Pexels]

Cientistas americanos identificaram como é que o circuito do cérebro envolvido na regulação do sono e da vigília se degrada com o passar do tempo.
Para esta investigação, a equipa coordenada por De Lecea analisou as hipocretinas, substâncias químicas cerebrais importantes que são geradas no hipotálamo apenas por um pequeno grupo de neurónios.
Dos bilhões de neurónios no cérebro, apenas cerca de 50 mil produzem hipocretinas. Pesquisas anteriores mostraram que a degradação das hipocretinas causa narcolepsia em humanos, cães e ratos.
A equipa selecionou ratos jovens, entre três e cinco meses, e velhos, entre 18 e 22 meses, e usou luz transportada por fibra para estimular neurónios específicos. Descobriram que os segundos perderam aproximadamente 38% das hipocretinas, em comparação com os mais jovens. Observou-se ainda que as substâncias químicas restantes nos ratos mais velhos eram mais estimuláveis e mais facilmente detonáveis, tornando os animais mais propensos a acordar. Tal degradação pode dever-se à deterioração, ao longo do tempo, dos “canais de potássio”, que são importantes interruptores biológicos para as funções de muitos tipos de células.
Então, o que pode mudar?
Identificar a via específica responsável pela perda de sono pode levar à investigação de melhores medicamentos, argumentam Laura Jacobson e Daniel Hoyer, do Instituto Florey de Neurociência e Saúde Mental, da Austrália, num artigo de opinião relacionado.
Os tratamentos atuais, como hipnóticos, “podem induzir a doenças cognitivas e a quedas” e não revelam todos os efeitos desejados na população mais idosa, e drogas que atacam um canal específico podem funcionar melhor, acrescentaram.
Recorde-se que a falta de sono está relacionada com um risco aumentado de vários problemas de saúde: de hipertensão a ataques cardíacos, passando por diabetes, depressão e acumulação de placas cerebrais ligadas à doença de Alzheimer. (adaptado daqui)

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