É a faixa etária com o maior número de mortes. Segundo o último relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS), numa semana morreram 164 pessoas acima dos 80 anos com covid-19. Este grupo etário é também aquele com maior número de internados em enfermarias: mais de 800 por semana, acima de uma dezena em cuidados intensivos. Um cenário que se mantém relativamente “estável” face ao relatório anterior.
Perante estes números – que a pneumologista Raquel Duarte já veio classificar como “os mais altos de sempre", como proteger os idosos? Se no inicio da pandemia protegê-los era uma prioridade, o certo é que com o passar do tempo eles próprios se expuseram mais ao vírus. Também os filhos e netos relaxaram nas cautelas, como o uso de máscara.
A vacinação
O último relatório da DGS mostra que só 20% das pessoas com mais de 80 anos levaram a segunda dose de reforço – a quarta dose, se considerado todo o esquema vacinal. E é aí que os pneumologistas ouvidos pela CNN dizem estar a prioridade: na vacinação.
“Todos os que têm mais de 80 anos podem comparecer em centros de vacinação para a modalidade Casa Aberta. Os familiares podem e devem informar-se nos centros de saúde”, argumenta Manuel Carmo Gomes. O especialista recorda que, nesta altura, muitos já terão perdido os anticorpos da primeira dose de reforço. E propõe já isto: “É recomendado que tomem a quinta dose para o outono-inverno”.
Filipe Froes concorda com a urgência da vacinação: “Os mais vulneráveis deviam concluir a segunda dose de reforço o mais depressa possível”. Já Carlos Robalo Cordeiro lamenta que o processo de vacinação esteja a ser “lento”.
O comprimido (para quem não evitou o vírus)
Não é uma solução unânime mas é um caminho a ser estudado. A DGS já publicou a norma com as regras para o tratamento da covid-19 com medicamentos destinados às várias fases da doença. Agora, defende Carlos Robalo Cordeiro, essa solução devia estar acessível aos idosos com mais de 80 anos.
O especialista defende que “as pessoas com fatores de risco” que se encontrem numa “fase inicial da doença” já deveriam ter acesso a essa medicação através dos centros de saúde e farmácias, explicando que a toma permitiria evitar sintomas mais graves, reduzindo assim o número de hospitalizações e mortes.
À CNN Portugal, Manuel Carmo Gomes remete essa decisão para os clínicos mas concorda que, para fazerem efeito, “têm de ser tomados logo após a infeção”.
O respeito (em várias direções)
Costuma dizer-se que o respeito pelos mais velhos é algo bonito de se ver. E, numa pandemia, o lema não é diferente. Mesmo que muitos idosos tenham afrouxado na sua própria proteção, os especialistas insistem que aqueles que com eles convivem – como filhos e netos – devem ser os primeiros a adotar medidas. Como? Usando máscara.
“O vírus está cá, a circular brutalmente. E isso é o que conhecemos porque a testagem é muito inferior ao passado”, alerta Carmo Gomes. “Na dúvida, devemos ser sempre prudentes. Se tenho dúvidas de que posso estar infetado, não vou sujeitar uma pessoa vulnerável a esse risco”, reforça Filipe Froes. @ CNN cotesia de envio de Constância Silva, docente de Inglês e colaboradora do CRESCER
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