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quarta-feira, 8 de junho de 2022

a "Escola do Futuro" da programação não tem aulas nem professores

A 42 Porto é a nova aposta na área da informática. A mais recente escola de programação do norte do país promete um sistema de ensino moderno. Alunos não pagam nada e sobem de nível de acordo com os pontos que vão conseguindo até concluírem o programa.


Esta é a escola do futuro, na área do futuro". É assim que Pedro Santa Clara, diretor do projeto 42 em Portugal descreve a nova escola de programação 42 Porto, que abre portas a 14 de julho no coração da cidade, perto da Avenida dos Aliados. Dois anos depois do sucesso do campus da 42 Lisboa, em julho de 2020, a 42 Porto é agora a grande aposta deste projeto que promete ser uma disrupção do sistema de ensino tradicional, com um modelo inclusivo e inovador sem aulas, sem horários, sem professores e 100% gratuito.
"Esta escola diferencia-se por usar a tecnologia para implementar uma melhor pedagogia", conta Pedro Santa Clara ao DN. O segundo polo da 42, que chega agora à cidade do Porto, promete aumentar a oferta curricular e a empregabilidade na área da programação, que "certamente será vantajosa no futuro".
"Justifica-se abrir uma escola no Porto para poder oferecer esta área de estudos à população norte do país e também porque existem empresas tecnológicas no Porto interessadas, que nos desafiaram a abrir este segundo campus", explica. Segundo o diretor, "há uma enorme necessidade de recrutar talento nesta área".
Na 42 aprende-se de forma diferente, sem serem necessárias as principais componentes do ensino tradicional. Desde o primeiro dia que a aprendizagem é extremamente prática e os alunos desenvolvem projetos num plano de estudos semelhante a um jogo: ganham pontos conforme progridem no programa. Através da obtenção de pontos sobem de nível e desbloqueiam novos projetos, até concluírem o programa com o nível 21 e dois estágios.
Assim sendo, não existem aulas com hora marcada e cada aluno tem a liberdade de determinar o seu próprio percurso curricular, não havendo um período definido para concluir os estudos. "Cada um aprende ao seu ritmo" é o mote. Aliás, a escola está aberta 24 horas por dia durante todo o ano para que os alunos a frequentem sempre que necessitarem.
"O que a 42 fez nos últimos anos foi desenvolver uma plataforma de aprendizagem que leva os alunos através de uma sucessão de desafios. Depois cabe-lhes por si e trabalhando uns com os outros, aprender tudo o que é necessário para solucionar esses desafios. Não havendo aulas os alunos estão fisicamente presentes na escola, portanto temos um espaço de trabalho para os alunos desenvolverem os seus projetos", informa o diretor.
Como consequência de não existirem aulas, também não existem professores na 42. Pedro Santa Clara diz que "não temos professores, mas sim uma grande equipa pedagógica que está continuamente a aperfeiçoar a plataforma de aprendizagem". "De certa forma, em vez de termos professores a dar aulas, temos professores que são designers da experiência de aprendizagem", sublinha.
Logo, a escola de programação funciona segundo um modelo peer-to-peer, que privilegia a aprendizagem entre os alunos, que ensinam e avaliam-se mutuamente, em vez de uma típica relação aluno-professor.
Uma escola para todos
Qualquer pessoa pode candidatar-se para integrar a 42 Porto, desde que tenha mais de 17 anos e não existe limite máximo de idade. No entanto, até se saber quem é admitido, existe um programa de seleção elaborado. "Todo o processo de candidatura passa por uma inscrição no site, depois uma série de testes online com jogos de lógica e, tendo passado nestas etapas, os alunos vêm fazer a "piscine" - um bootcamp de quatro semanas muito intenso. No fim, os alunos que passarem no bootcamp entram no programa", esclarece Pedro.
Também não é necessária experiência prévia nem conhecimentos base de programação para se poder fazer parte da 42. Segundo o diretor, "mais de metade dos alunos nunca tinha programado na vida" antes de frequentar a escola.
Aprender na 42 Porto é totalmente gratuito graças ao apoio de vários mecenas que financiam e incentivam este modelo de educação tecnológico. Critical Tech Works, Salt Pay, João Nuno Macedo Silva, Vicaima, BA Glass, Sodecia, Ecosteel, Sonae, Sogrape, Prozis e Amorim são alguns dos nomes e empresas parceiras do projeto. @ DN 

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