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segunda-feira, 11 de outubro de 2021

uma ideia para Projeto de Cidadania: "como era a vida dos teus bisavós?"

O JN Tag publica artigos muito interessantes sobre o "saber": sabe tudo, sabe bem, sabe mais. Desta vez, o assunto é a vida dos bisavós dos mais pequenos. Pode ser um tema interessante para algum Projeto de Cidadania. Fica a ideia.

Fitas de papel nos vidros das janelas, senhas de racionamento, farinha de pau, sopas com ossos, latrinas, palmatoadas. Contamos-te o que se comia, como se brincava e como era a escola há mais ou menos 80 anos, quando a pobreza era a lei. 

Na escola, as turmas não eram mistas. Meninos e meninas não tinham aulas juntos.
Nesta imagem, vê-se uma professora com os alunos da Escola Primária Oficial n.º 1, na Rua do Saco, em Lisboa.

Sabias que no tempo de meninice dos teus bisavós as pessoas eram aconselhadas pelo Governo Civil a pôr fitas de papel nos vidros das janelas? É que há 80 anos, no arranque da década de 1940, decorria a II Guerra Mundial e, apesar de Portugal não ter participado no conflito, havia o receio dos bombardeamentos. As fitas nas janelas serviam, pois, para evitar eventuais danos causados pelos estilhaços de vidro. 

Senhas de racionamento e farinha de pau 

A existência de um conflito à escala mundial refletia-se também na diminuta quantidade de mantimentos. Em muitos locais, havia mesmo senhas de racionamento para fazer compras. Açúcar, bacalhau, arroz, sabão, quase tudo estava racionado. Uma escassez que veio agravar as dificuldades já sentidas pela maioria. As refeições eram quase todas à base de arroz, massa, batatas e farinha de pau, que na altura era super barata. Também se faziam sopas, muitas vezes recorrendo aos ossos que sobravam nos talhos. Para quem vivesse no litoral, as sardinhas também eram uma opção acessível. No campo, vivia-se da produção própria. 

Carros de bois e escola austera 

As casas eram, regra geral, pequenas, modestas, algumas ainda não tinham eletricidade e, dependendo das zonas, nem sequer tinham saneamento. Muitas vezes, a casa de banho não passava de uma latrina. E era comum os lavradores andarem de noite com os carros de bois e uma pipa a despejar as fossas, que depois serviam de adubo para o campo. Para quem se quisesse deslocar nas cidades, o elétrico era a opção. O bilhete custava cinco tostões, o mesmo que um café, um jornal ou um selo (o que fazia com que, volta a meia, houvesse uma rutura de stock destas moedas).

   E a escola, como era? 

Muito rígida. Um simples erro num ditado ou numa conta era pretexto para uma palmatoada (pancada com a palmatória). Já para não falar que ir além da instrução primária era pouco comum. Havia que começar a trabalhar bem cedo (com 10, 11 anos, muitas vezes) para ajudar a família. Já a diversão passava muito por jogar à bola na rua, pelas brincadeiras com as bonecas de trapo, pelo jogo da macaca, pelos mergulhos no rio, quando havia, ou até pelo “bate e fica”, uma espécie de “cola-descola”. 

texto de Ana Tulha, @ JN Tag

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