Álvaro Magalhães acaba de publicar a história de vida de um amigo - "Para quê tudo isto?". Aqui se fala de poesia e de tristeza, de amores e de ódios de estimação.
É a estreia de Álvaro Magalhães como biógrafo, ao fim de mais de 40 anos de vida literária, e o assunto não lhe poderia ser mais caro: a vida e obra de Manuel António Pina (1943-2012), o jornalista e escritor que em 2011 recebeu o Prémio Camões, a mais importante distinção de Estado para autores do espaço lusófono.
A humildade de Pina era constrangedora. Dizia amiúde a quem o rodeava, “bons escritores há muitos, boas pessoas há poucas” (e, já agora, “boas pessoas que sejam boas escritoras, ainda menos”). Pela vida fora, concentrou amigos à sua volta, cativados por um discurso enleante em que a sabedoria e a humanidade conviviam na perfeição. Tantos que até deram origem à criação de uma espécie de agremiação de afetos, o Clube de Amigos à Espera do Pina, em alusão à sua crónica tendência para estar pontualmente atrasado.
Com a memória ao seu lado como “principal interlocutor”, embora sem abdicar de falar diretamente com muitos dos que lhe foram mais próximos, Álvaro Magalhães reconstrói os passos e as etapas do poeta. Não falta, claro está, a evocação detalhada das facetas mais conhecidas de jornalista, poeta ou de autor de livros para a infância. Mas também as menos óbvias, de que são exemplos a prática de artes marciais, a propensão viciante para o jogo, o talento para a bricolage ou a paixão pelo seu Sporting. (daqui)
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