O governo de Boris Johnson prefere manter a aposta na administração da terceira dose da vacina a 30 milhões de britânicos e da primeira a adolescentes saudáveis entre os 12 e os 17 anos.
A Confederação do NHS (National Health Service), que representa organizações do sistema nacional de saúde britânico, apelou esta quarta-feira ao governo de Boris Johnson para ativar o plano B de combate à pandemia da Covid-19. Este plano de contingência, previsto para um cenário de pressão insustentável sobre o SNS britânico, contempla medidas como o uso obrigatório de máscara em espaços fechados e, sempre que houver aglomerados de pessoas, também ao ar livre, trabalhar a partir de casa quando houver essa possibilidade ou a introdução do certificado de vacinação em certas circunstâncias. Um regresso ao passado, portanto – ou um passo atrás que o governo não quer dar, pelo menos para já.
“O serviço de saúde está mesmo no limite”, afirmou o líder da Confederação do NHS, Matthew Taylor, à Rádio 4 da BBC, convicto de que, se não forem implementadas restrições mais duras no imediato, o país irá “tropeçar numa crise, apesar das evidências” que neste momento já a fazem antever.
O apelo da Confederação do NHS surge depois de Downing Street ter descartado a possibilidade de recuar no processo de desconfinamento, perante o aumento do número de infeções e hospitalizações no Reino Unido, nos últimos dias. O governo insiste que o plano A precisa de mais tempo para fazer efeito no controlo da pandemia. A estratégia consiste em administrar doses de reforço das vacinas a cerca de 30 milhões de britânicos e a primeira dose a adolescentes saudáveis entre os 12 e os 17 anos, além de recomendar do uso de máscara em locais com muita gente.
De acordo com a BBC, quase cinco milhões de britânicos já receberam a segunda dose da vacina há mais de seis meses e ainda aguardam pela dose de reforço. Os estudos indicam que, ao fim de meio ano, o grau de imunidade gerado pela vacinação diminui, sobretudo nas pessoas que tomaram a vacina da Pfizer/BioNTech. Aqui poderá residir um dos motivos para o aumento do número de casos. Outro poderá estar relacionado com uma nova variante identificada no Reino Unido, embora o governo de Boris Johnson tenha tranquilizado a população ao declarar que não há evidência de que apresente mutações com maior transmissibilidade do vírus. @ Sapo
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