O escritor João de Melo venceu o Prémio Literário Urbano Tavares Rodrigues pelo seu mais recente romance, "Livro de vozes e sombras", que aborda a guerra colonial e o separatismo açoriano, revelou hoje o grupo editorial Leya.
O prémio, instituído pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof), foi atribuído na segunda-feira por unanimidade do júri, constituído pelos escritores, professores e ensaístas José Manuel Mendes, Paula Mendes Coelho e Paulo Sucena.
Em "Livro de Vozes e Sombras", publicado pela Dom Quixote em junho de 2020, João de Melo faz uma revisitação de um período recente da História de Portugal, imediatamente a seguir ao 25 de Abril, centrando a ação em três cenários diferentes: Lisboa, África e Açores.
O tema é recorrente na obra do autor, mas desta vez com a novidade de falar da história da Frente de Libertação dos Açores (FLA), que logo a seguir à revolução lutou pelo separatismo do arquipélago, descreve a editora.
Neste romance, João de Melo, "sem tomar partido, coloca a tónica nas ambiguidades de vária ordem que vêm abalar de forma corajosa a rigidez das fronteiras que separam colonizador e colonizado, opressor e oprimido", de acordo com o júri do prémio.
Nas palavras do júri, este livro é "uma visão corajosa e crua da humanidade que nos obriga, aqui e agora, a questionar a relação entre os nossos ideais e as inevitáveis sombras inerentes à sua almejada concretização".
João de Melo nasceu nos Açores, em 1949. Licenciou-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e foi professor nos ensinos secundário e superior. @ Sapo
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