Eduardo Lourenço vai ter uma antologia de poemas especialmente dedicados a si e à sua obra, um gesto de homenagem "diferente" que lhe é prestado por 17 poetas portugueses, por ocasião do centenário do seu nascimento.
"A Mais Frágil das Moradas. Poemas à Memória de Eduardo Lourenço", uma edição da Guerra e Paz que chega às livrarias no dia 26 de setembro, é uma iniciativa do poeta Nuno Júdice e do escritor e investigador Jorge Maximino, que escolheram três poetas clássicos e convidaram 17 atuais para prestar tributo ao ensaísta. Pensada a propósito do centenário de Eduardo Lourenço, que se assinala este ano, mas não integrada nas celebrações oficiais, esta obra conta com a participação de nomes da poesia contemporânea, como Fernando Pinto do Amaral, Hélia Correia, Luis Quintais, Maria do Rosário Pedreira, Rita Taborda Duarte, Rosa Oliveira e Tatiana Faia, entre outros, além dos próprios organizadores.
Trata-se de "um gesto em memória de Eduardo Lourenço, um gesto de gratidão e de reconhecimento pela obra importantíssima que nos legou, sendo estes poemas também um convite à leitura da sua obra e, em particular, às suas profundas reflexões sobre obras poéticas que ocupam uma parte considerável do legado do pensador", explicou à Lusa Jorge Maximino.
"É nesse sentido que se estabelece ou se prolonga um diálogo com a obra ensaística de Eduardo Lourenço, daí também estarem incluídos poemas de [Luís de] Camões, Antero [de Quental] e [Fernando] Pessoa, que são três dos autores das obras mais importantes, entre outras, a que ele consagrou uma parte considerável do seu tempo como ensaísta e critico literário", acrescentou.
Nuno Júdice especificou, por sua vez, que Eduardo Lourenço "foi alguém que muitas vezes construiu o seu pensamento a partir de poetas e da leitura de poesia", razão por que se pensou em criar um "livro com poemas que lhe são dedicados".
É uma "homenagem diferente" de que "ele iria sem dúvida gostar", acrescentou, destacando que a intenção de fazer uma homenagem a partir da poesia pretendeu também fugir das homenagens académicas e de ensaios, que "já há muitas".
Jorge Maximino partilha da mesma opinião, assinalando que esta homenagem "difere dos discursos oficiais, no quadro desta comemoração. É uma proposta diferente, que foi decidida com o objetivo de sensibilizar em particular os mais novos à leitura e é um convite à leitura a partir da leitura da poesia".
"Foi um pensador com uma capacidade fabulosa de abordar temas importantes da cultura, mas também de obras complexas como as de Camões e Pessoa, e propor leituras que se tornaram uma referência no ensaísmo, mas também nos estudos literários", disse.
Na nota introdutória, os organizadores salientam que na extensa obra que Eduardo Lourenço deixou, "a sua reflexão e o seu diálogo permanente com a poesia e com os poetas foi, é e continuará a ser um dos eixos que a marcam fortemente, sendo esse um dos focos mais exigentes e luminosos do seu ensaísmo, dos mais singulares de sempre".
"A criação poética foi para ele (...) não só a arte suprema como também um espaço de liberdade na linguagem, uma vez que na sua perspetiva 'só a palavra poética é libertação do mundo'", acrescenta a nota.
"A mais frágil das moradas" contou com o patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian e o apoio das Câmaras Municipais de Almeida e da Guarda, uma vez que Eduardo Lourenço era natural daquela região da Beira Alta.
Eduardo Lourenço nasceu a 23 de maio de 1923, em S. Pedro de Rio Seco, Guarda, e morreu no dia 01 de dezembro de 2020, em Lisboa. Fonte: Sapo
Trata-se de "um gesto em memória de Eduardo Lourenço, um gesto de gratidão e de reconhecimento pela obra importantíssima que nos legou, sendo estes poemas também um convite à leitura da sua obra e, em particular, às suas profundas reflexões sobre obras poéticas que ocupam uma parte considerável do legado do pensador", explicou à Lusa Jorge Maximino.
"É nesse sentido que se estabelece ou se prolonga um diálogo com a obra ensaística de Eduardo Lourenço, daí também estarem incluídos poemas de [Luís de] Camões, Antero [de Quental] e [Fernando] Pessoa, que são três dos autores das obras mais importantes, entre outras, a que ele consagrou uma parte considerável do seu tempo como ensaísta e critico literário", acrescentou.
Nuno Júdice especificou, por sua vez, que Eduardo Lourenço "foi alguém que muitas vezes construiu o seu pensamento a partir de poetas e da leitura de poesia", razão por que se pensou em criar um "livro com poemas que lhe são dedicados".
É uma "homenagem diferente" de que "ele iria sem dúvida gostar", acrescentou, destacando que a intenção de fazer uma homenagem a partir da poesia pretendeu também fugir das homenagens académicas e de ensaios, que "já há muitas".
Jorge Maximino partilha da mesma opinião, assinalando que esta homenagem "difere dos discursos oficiais, no quadro desta comemoração. É uma proposta diferente, que foi decidida com o objetivo de sensibilizar em particular os mais novos à leitura e é um convite à leitura a partir da leitura da poesia".
"Foi um pensador com uma capacidade fabulosa de abordar temas importantes da cultura, mas também de obras complexas como as de Camões e Pessoa, e propor leituras que se tornaram uma referência no ensaísmo, mas também nos estudos literários", disse.
Na nota introdutória, os organizadores salientam que na extensa obra que Eduardo Lourenço deixou, "a sua reflexão e o seu diálogo permanente com a poesia e com os poetas foi, é e continuará a ser um dos eixos que a marcam fortemente, sendo esse um dos focos mais exigentes e luminosos do seu ensaísmo, dos mais singulares de sempre".
"A criação poética foi para ele (...) não só a arte suprema como também um espaço de liberdade na linguagem, uma vez que na sua perspetiva 'só a palavra poética é libertação do mundo'", acrescenta a nota.
"A mais frágil das moradas" contou com o patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian e o apoio das Câmaras Municipais de Almeida e da Guarda, uma vez que Eduardo Lourenço era natural daquela região da Beira Alta.
Eduardo Lourenço nasceu a 23 de maio de 1923, em S. Pedro de Rio Seco, Guarda, e morreu no dia 01 de dezembro de 2020, em Lisboa. Fonte: Sapo
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