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terça-feira, 19 de setembro de 2023

atualidade: Masha Amini - um ano após a sua morte

Um ano após a morte da jovem curda Mahsa Amini, às mãos da polícia da moralidade do Irão, as manifestações contra a repressão do regime iraniano aos direitos das mulheres vão continuar, pois há vozes que Teerão não conseguiu silenciar.

A previsão é de várias personalidades iranianas e norte-americanas, transmitida durante a semana num debate sobre 'A Morte de Mahsa Amini: Um ano de Protestos e Reflexões sobre o Futuro', organizado conjuntamente pelo Instituto para as Mulheres, Paz e Segurança da Universidade de Georgetown, pela organização Freedom House e pela Sociedade Cultural Iraniana.

Amini foi detida pela polícia da moralidade a 13 de setembro de 2022 por alegado uso indevido do 'hijab', o véu islâmico, tendo surgido morta três dias depois, ainda sob custódia das forças policiais, o que deu início a um conjunto inédito de contestação ao regime teocrático iraniano, que reprimiu violentamente as manifestações e protestos que ainda se mantêm.

A contestação que se seguiu à morte de Amini levou para as ruas de todo o país ativistas dos direitos humanos e das mulheres, académicos, estudantes, advogados e até líderes religiosos. No entanto, "a repressão e os abusos cometidos pelo regime totalitário iraniano", foram "brutais e desproporcionados", levando à morte de centenas de pessoas, à detenção de milhares de outras, ao julgamento sumário de centenas de manifestantes e à aplicação da pena de morte a cerca de duas dezenas de outros.

"O Irão continua a violar todos os tratados internacionais associados aos direitos humanos, que assinou, razão pela qual os Estados Unidos têm continuado a impor sanções económicas a personalidades e entidades iranianas que continuam a transgredir estes preceitos. Já aplicámos 70 ordens de sanções, até ao ministro do Interior [iraniano, Abdolreza Rahmani Fazli]", sublinhou  Victoria Taylor, subsecretária de Estado Adjunta para o Iraque e Irão do Gabinete para as Questões do Médio Oriente da administração de Joe Biden.

"As forças de segurança detiveram Amjad Amini hoje e devolveram-no à sua casa depois de o terem ameaçado contra a comemoração do aniversário da morte da sua filha", disse a Rede de Direitos Humanos do Curdistão.

Segundo o relato das agências internacionais, nas ruas de cidades como Teerão e Karaj verificou-se um aumento considerável da presença policial, nalguns casos com equipamento antimotim.

Apesar da maior visibilidade e atenção política dos protestos globais, o movimento ainda não conseguiu ameaçar os alicerces do regime teocrático liderado pelo ayatollah Ali Khamenei. @ Mundo ao Minuto 

 

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