Há mais 18 mil alunos nas escolas portuguesas, muitos deles estrangeiros, mas o número de vagas não aumenta. A denúncia foi feita por Rui Cardoso, diretor do Agrupamento de Escolas do Viso, em Viseu, em declarações ao ‘Correio da Manhã’: este ano letivo, que arranca hoje, registou pela primeira vez na última década um aumento do número de alunos nas escolas.
“Há falta de escolas! Há turmas com mais alunos do que o permitido por lei, porque tem aumentado o número de alunos em escolaridade obrigatória devido à imigração. Há turmas que em vez de 28 têm 32 alunos”, revelou o responsável. “Em Braga e Viseu recebemos muitos estudantes brasileiros, mas as escolas não estão preparadas para receber tantos alunos, porque não há espaço nem turmas suficientes”, acrescentou.
Segundo dados do Ministério da Educação, a maior fatia de alunos estrangeiros é proveniente do Brasil, seguidos pelas nacionalidades angolana, francesa e ucraniana. No final de julho, as escolas públicas já contavam com a inscrição para este ano letivo de 30 mil crianças estrangeiras. Isto só no primeiro ciclo e no pré-escolar.
“Quase diariamente chegam alunos de outros países e temos de recebê-los e colocá-los na escola. Há limite de alunos por turma, mas se o Conselho Pedagógico autorizar que determinada turma fique com mais alunos, quer dizer que a turma está legalmente constituída”, revelou Filinto Lima, presidente da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas.
Em Leiria, o concelho recebeu 745 novos alunos, num total de 15.050 estudantes (do pré-escolar ao ensino secundário), sendo que 20% são estrangeiros, provenientes de vários países. “É um desafio para a escola pública portuguesa acolher da melhor forma estes jovens oriundos de outros países, integrá-los e socializá-los. Mas é um desafio que não recusamos”, concluiu Filinto Lima. @ Sapo
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