Os jornalistas da TSF estiveram em greve durante 24 horas e a rádio, pela primeira vez em 35 anos, não teve emissão esta quarta-feira. Não houve noticiários, nem os programas habituais e o site também não foi atualizado. A ação de protesto deve-se à política salarial e às mudanças na direção.
foto de PEDRO CUNHA |
“O que estamos aqui hoje a pedir, e que foi aprovado em plenário de forma unânime, é que nos respeitem. E, pela primeira vez em 35 anos, desligámos o microfone. Temos a garantia que hoje, durante todo o dia, não haverá notícias na TSF“, disse Filipe Santa-Bárbara, jornalista da TSF em representação dos trabalhadores em protesto, em declarações à SIC Notícias.
“A TSF é rádio notícias, mas hoje de facto, nem no site, nem na rádio, vamos dar uma única notícia“, acrescentou.
Segundo o jornalista, aquilo que os trabalhadores exigem “é respeito”, por três motivos, sendo o primeiro o atraso no pagamento dos salários — que foram pagos, mas não no dia certo, sem aviso ou justificação à redação.
Outro dos motivos apontados por Filipe Santa-Bárbara foi o não seguimento das negociações “que durante meses foram encetadas com a administração através do Sindicato de Jornalistas para ajustes no salário, decorrentes da inflação”. Esta era uma “proposta para o grupo todo”, sendo que a TSF não rejeitou a proposta. Mas depois, “tendo em conta que as outras marcas do grupo rejeitaram, nunca mais tivemos nota nenhuma”, disse.
A terceira razão enunciada foi a saída de Domingos de Andrade, membro do conselho de administração do Global Media Group (dono do Diário de Notícias, Jornal de Notícias, TSF e O Jogo) e diretor da TSF, que saiu “do dia para a noite”, tendo a notícia da sua saída sido transmitida aos trabalhadores através de comunicado.
Entretanto, já houve uma abordagem por parte da empresa para uma reunião a ter lugar esta quinta-feira, adiantou Filipe Santa-Bárbara, mas “esta é uma questão de facto maior do que isso”.
“Este protesto hoje é da TSF, mas na verdade é um protesto pelo jornalismo em Portugal. É mostrar que apesar dos sucessivos cortes no jornalismo no panorama mediático do país ao longo de todos estes anos, nunca nos juntámos para fazer uma greve, apesar de sermos cada vez menos a fazer jornalismo”, afirmou. Fonte: Sapo
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