“Light”, “magro” ou “0%”? Muitos alimentos que encontra no supermercado contêm uma destas três referências. Mas o que significa cada uma destas referências e – mais importante – serão estes alimentos melhores para a saúde?
Segundo as normas da União Europeia, o termo “light” pode ser utilizado em alimentos que contêm uma redução de nutriente. Esta alegação só poderá ser feita quando “a redução no conteúdo for de pelo menos 30% comparado com o produto semelhante, exceto em micronutrientes, onde a diferença de 10% para o valor referência definido pela Diretiva 90/496/EEC é aceitável, e para o sódio, ou equivalentes valores de sal, onde a diferença de 25% é aceitável”.
Se um produto necessita de ter uma redução de 30% de um determinado valor nutricional para ser considerado “light” – seja, por exemplo, calorias, gorduras, sal ou hidratos de carbono –, o termo “magro” é aplicado quando esta redução acontece ao nível da gordura. Ou seja, “light” significa a redução em 30% de um nutriente, “magro” é aplicado quando o nutriente em questão são os lípidos ou gorduras.
Existe ainda a referência “0%” que, segundo explica a nutricionista Ana Bravo, na rubrica “Nutrição com Coração” do “Jornal de Notícias”, é uma classificação atribuída a um alimento que é isento de um determinado nutriente – podendo não ser um zero absoluto, mas muito próximo do zero. O “0%” pode não resultar de uma redução, como alerta a nutricionista: “Alguns produtos anunciados que têm por exemplo 0% de gordura quando na verdade este nutriente nunca fez parte da sua composição original, como por exemplo a gelatina ou até mesmo o pão”.
Mesmo nos alimentos “light” e “magro” é importante consultar a referência nutricional, normalmente colocada na parte de trás das embalagens, e compará-la com outros produtos semelhantes. O Serviço Nacional de Saúde britânico aconselha a que seja feita a comparação através da informação nutricional por 100g. “Poderá ficar surpreendido com a pequena diferença entre alimentos que têm essa afirmação [“light”] e os que não têm”.
Além disso, os alimentos considerados “light” ou “magro” podem também conter um incremento de “açúcar ou sal para aumentar o sabor”, avisa a Agência Promotora de Saúde da Nova Zelândia. “Lembre-se de fazer escolhas saudáveis, optando e preparando comida com gorduras não saturadas em vez de gorduras saturadas; que sejam baixas em sal (sódio); com pouco ou nenhum açúcar adicionado; e que sejam na sua maioria inteiro ou menos processados.”
Concluindo: os alimentos “light”, “magro” ou “0%” podem ser mais saudáveis por haver uma redução de determinados nutrientes, incluindo os lípidos ou gorduras. No entanto, é sempre importante comparar o valor nutricional do produto que pretende comprar com outros semelhantes, de forma a encontrar uma opção mais saudável. Poderá identificar alimentos que, mesmo não tendo nenhuma destas classificações, apresentem valores de gordura, hidratos de carbono, sal ou açúcar mais baixos do que os que ostentam estas etiquetas. @ Sapo
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