A utilização das aplicações de encontros cresceu substancialmente nos últimos anos e não mostra sinais de desaceleração. Saiba que enquanto tem um match perfeito, os seus dados pessoais podem estar a ser roubados. Problemas do amor na era do algoritmo.
A poucas horas do Dia dos Namorados, celebrados na segunda-feira, 14, aumenta a possibilidade de os utilizadores das aplicações (apps) de encontros serem ludibriados. Neste caso, o ataque cibernético pode ganhar forma com imitações das apps verdadeiras, o que permite aos cibercriminosos recolherem informações pessoais. Enviando e-mails, dizendo que estão à procura de parceiro, a manobra passa por incluir um link para uma página de phishing, as pessoas preenchem um formulário com as suas preferências pessoais e, os que não desconfiam de nada até ao fim, ainda acrescentam as suas credenciais bancárias. No fim, perdem dinheiro, veem os seus dados roubados e novo parceiro, nem em fotografia.
A esta recolha e exposição pública de dados pessoais online chama-se doxing e qualquer estranho consegue encontrar e publicar informação privada sobre alguém, mesmo sem a sua permissão – é o que um doxer faz. Doxing é revelar dados privados, como nome, morada de casa, detalhes do local de trabalho, números de telefone, números do cartão de utente, do cidadão, da segurança social, da conta bancária e dos cartões de crédito, expor correspondência, registo criminal, fotografias pessoais e detalhes embaraçosos.
O que move estes doxers? Querem castigar, intimidar ou humilhar a vítima, mas o método também serve para extorquir dinheiro, denegrir a imagem pública da pessoa ou fazer justiça na praça pública virtual.
“O doxing é um fenómeno que surgiu nos anos 90 do século XX e que se tem tornado mais perigoso com o volume de informação privada que está cada vez mais acessível para todos, uma consequência da crescente presença dos indivíduos no mundo digital”, avalia Daniel Creus, analista em segurança da Kaspersky, empresa global de cibersegurança e privacidade digital fundada há 25 anos.
Quanto mais perto estamos do Dia dos Namorados, “maior fluxo de pessoas, informações, dados e uma atividade mais robusta do que o normal” acontece nas apps de encontros por quem está à procura de um parceiro ou de uma relação amorosa. “Estas plataformas de match permitem aos hackers recolherem dados de terceiros, sobretudo quando acontece o match que abre portas para conversas online, permitindo ao atacante recolher informação pessoal à qual dificilmente teria acesso se não tivesse ocorrido essa ligação entre ele e a vítima”, acrescenta Daniel Creus.
No ano passado, os sistemas de deteção da Kaspersky descobriram 380 mil ficheiros maliciosos por dia, um aumento de 5,7% em relação a 2020. “Isso demonstra como os utilizadores estão cada vez mais expostos de forma orgânica, com o aumento constante de várias formas de cibercriminalidade nos últimos anos”, acrescenta.@ Sapo
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