Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), os sintomas mais comuns da COVID-19 em Portugal são tosse, febre, dores musculares, cefaleia, fraqueza generalizada e dificuldade respiratória. Mas existem outros sinais e sintomas menos conhecidos a que deve estar atento.
Os sintomas mais comuns da COVID-19 em Portugal são a tosse (presente em 40% das pessoas com a infeção), febre (29%), dores musculares ou mialgias (21%), cefaleia (20%), fraqueza generalizada (15%) e dispneia ou dificuldade respiratória (11%), segundo dados do último boletim epidemiológico publicado pela Direção-geral da Saúde à data de fecho da edição deste artigo.
Mas há outros sinais e sintomas que podem denunciar a presença da infeção, mas que não são exclusivos da infeção, isto é, podem co-ocorrer por outras causas.
A Ordem
dos Médicos salienta "que a doença pode ser assintomática, leve,
moderada, grave ou muito grave e que, quando se expressa, fá-lo através de
quadros clínicos com uma grande diversidade de sintomas", indicando
exemplos: febre, tosse, dispneia, odinofagia, cansaço generalizado, mialgias,
congestão nasal, mal-estar, cefaleias, náuseas, diarreia, anosmia, disgeusia,
entre outros.
"Sabemos que a febre não está presente em 40% das
situações e que a sua expressão é variável", refere ainda aquele órgão.
Os sintomas menos conhecidos
1. Anosmia e disgeusia
A perda de olfato e/ou paladar são sintomas comuns em
pessoas com a COVID-19 na Europa, de acordo com um
estudo coordenado por dois médicos otorrinolaringologistas vinculados
à Universidade de Mons (Bélgica).
Este estudo realizado em 417 pacientes infetados (263 mulheres e 154
homens) com o novo coronavírus, mas de maneira "não grave", mostra
que 86% apresentam problemas com o olfato (a maioria não sente mais nada) e que
88% têm distúrbios do paladar. Os distúrbios olfativos geralmente ocorrem ao
mesmo tempo que os sintomas gerais (tosse, dor muscular, perda de apetite,
febre) e os sintomas otorrinolaringológicos (dor facial, nariz entupido) da
doença.
O estudo indica que quase metade dos indivíduos (44%)
recupera o olfato em um período bastante curto de 15 dias. "Os outros
pacientes devem manter a esperança" de recuperar o olfato "dentro de
12 meses", sendo a recuperação nervosa "um processo lento", de acordo
com o comunicado de imprensa publicado pela Universidade de Mons.
Os dois especialistas que coordenaram o estudo, Jérôme
Lechien e Sven Saussez, recomendam considerar o aparecimento da anosmia e
disgeusia (perda parcial, ou total, do paladar) em pacientes sem histórico
otorrinolaringológico como "um sintoma específico de infeção por COVID-19". Como medida de precaução,
essas pessoas "devem ser consideradas potencialmente infetadas pela
COVID-19 e, portanto, isoladas por um período mínimo de sete dias", mesmo
que não desenvolvam nenhum dos outros sintomas característicos da doença.
2. Sintomas gastrointestinais, como vómitos e diarreia
Os sintomas menos conhecidos da COVID-19 foram
abordados num
editorial da revista médica British Medical Journal. Os
seis autores do artigo citam estudos que apontam para que 2% a 40% dos
doentes infetados tenham sintomas gastrointestinais, como vómitos ou
diarreia.
3. Sinais neurológicos
Há também sinais neurológicos associados à
infeção pelo vírus SARS-CoV-2, como
acidente vascular cerebral isquémico e acidente vascular cerebral
hemorrágico, tonturas, dores de cabeça, distúrbios músculo-esqueléticos, estado
mental alterado, síndrome de Guillain-Barré ou encefalopatia necrosante aguda.
4. Sinais cardíacos
Foram relatadas outras complicações associadas ao
sistema cardiovascular, como arritmias, inflamação do
miocárdio, miopericardite, insuficiência cardíaca, entre outras.
"A dor no peito deverá alertar clínicos para a
possibilidade de COVID-19", lê-se na publicação.
4. Sintomas oculares
Manifestações oculares como hiperemia conjuntival,
quemose (edema da conjuntiva ocular) e aumento de secreções foram relatadas em
até 32% dos pacientes infetados em uma série de casos chineses, refere o mesmo
editorial.
5. Urticária
Em Itália, um estudo com 88 doentes mostrou que 20,4% da
amostra desenvolveu problemas de pele como manchas ou urticária.
Em Espanha, também surgiram relatos de casos de
erupções cutâneas, sobretudo nos pés, de doentes que testaram positivo
para a COVID-19.
Ao El País, dois médicos espanhóis afirmaram terem recebido informações de casos de urticária espontânea em pacientes COVID-19. @ Sapo
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