Número total de visualizações de páginas

terça-feira, 27 de abril de 2021

os Óscares numa cerimónia que arriscou e teve um final inesperado

Óscares decorreram numa estação ferroviária gigantesca, mas em cenário intimista, e fizeram várias alterações ao formato habitual da cerimónia. "Nomadland" foi o grande vencedor da noite.


"Nomadland - Sobreviver na América" foi o vencedor do Óscar de Melhor Filme e de mais duas estatuetas (Melhor Realização e Melhor Atriz) naquela que foi porventura a cerimónia dos Óscares mais estranha em 93 anos de prémios, não só a fazer jus às circunstâncias da pandemia mas também pelo desfecho da noite.

O filme conta a história de uma mulher que viaja pela América como nómada, vivendo numa caravana, trabalhando em empregos temporários e sobrevivendo na estrada, na sequência de uma crise económica. Embora seja uma ficção, assenta em testemunhos reais de norte-americanos que vivem na estrada, sempre em trânsito, numa comunidade nómada mais envelhecida e nas margens da sociedade.

Numa cerimónia elegante e intimista, apesar de marcada pelo distanciamento social na Union Station de Los Angeles (convincentemente transformada em "casa" dos Óscares), a abertura foi como um filme, baralhou-se a ordem mais ou menos tradicional dos prémios, os apresentadores estavam no meio do público e os tradicionais excertos dos filmes foram substituídos por apresentações mais longas sobre as origens e inspirações dos nomeados. Se a escolha destacou os artistas e a sua diversidade, acabaram por faltar os aplausos aos seus nomes e o consequente "calor humano" na sala envolvente da Union Station. 

O final acabou por ser anticlimático e pouco "cinematográfico": exatamente três décadas após a vitória por "O Silêncio dos Inocentes", o ator de 83 anos tornou-se o maior veterano a ganhar na categoria com "O Pai" (chega aos cinemas a 6 de maio), mas como não estava em Los Angeles nem na "hub" de Londres, mas em sua casa no País de Gales, não houve discurso de agradecimento e a cerimónia acabou a correr e sem o seu habitual ponto alto de entusiasmo. Talvez uma forma irónica de recordar mesmo ao cair do pano como tudo foi estranho no ano passado (e continua a ser) e se premiaram filmes que quase ninguém teve oportunidade de ver nos cinemas. (adaptado daqui)

Sem comentários: