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sexta-feira, 30 de abril de 2021

Oficina de Poesia: 12º A e 12º G *

A poesia contemporânea infiltrou-se, sem qualquer amarra ou contenção, nas  aulas de Português do 12º Ano. Durante alguns dias, lemos poesia, ouvimos poesia, saboreamos poesia e… escrevemos poesia.

Eis alguns dos textos escritos na Oficina de Poesia 2020/2021 das turmas do 12º A e 12º G.

Quem é Rodrigo Sá Pinheiro?
Para o frio, é o calor
Para o ódio, é o amor
Para o silêncio, é o barulho
Para o nadador, é o mergulho
 
Se o mundo fosse como o Rodrigo
Havia menos pessoas a olhar para o seu umbigo
Porque, melhor que o Sá Pinheiro
É impossível, ele é o nosso dinheiro.
                                                                                       Padeira de Aljubarrota

O teu adeus deixou em mim um misto de emoções
Na barriga senti um frio
E o coração a perfurar os pulmões.
 
Mas aprendi que é assim o teu amor.
Dias cinzentos
E outros sem cor.
                                        Margarida Carvalho
 
A noite é como um paraíso. Tudo sossegado e calado, onde o único som que se ouve é o silêncio. A luz que a lua irradia espeta a terra como um punhal, destruindo todas as sombras cruéis e almas inseguras que ainda não estão a dormir.
                                                                         Inês Mendes      

Poema da sala:
No aquário encontra-se o silêncio do adeus.

                                                                                                          Anónima do séc XXI

No frio da noite, ela sentia o amor a escapar-lhe pelas mãos. Ouvia os seus discursos e acreditava, ou fingia que acreditava. 
                                                       Clara Costa
 
Acreditava que o amor era um sentimento de não querer largar, não deixar fugir e sempre proteger. Mas tudo se resume no adeus entre duas almas que se tocaram em tempos e se separam por um amor inexistente.
                           D. Sebastião do séc. XXI

Branca de Neve
As lágrimas escorrem-lhe a cara como o orvalho da manhã.
Gostava que o meu amor lhe curasse a tristeza e a acordasse do sono da maçã.
Ainda bem que o caçador ficou sem força e mesmo que agora esteja morta, pelo menos parece sã.

                                                                                                                                                                                                                                       Príncipe Encantado

Água que me envolves,
Não me lembrei que era inútil
Para que tu me deixasses
No desperto quente onde a sede
É o teu sinal de adeus.
                                                     Celina
 
Quando o silêncio depois das lágrimas te atacar, quero ser eu a dar-te tudo o que precisas para te ajudar a levantar. 
Quero dar-te o tratamento do silêncio, até lágrimas caírem dos teus olhos.
  
                                                                                                                                                                    Napoleão Bonaparte

A guerra é como um incêndio
Um conflito cheio de dor
É criado com base na raiva
Causando bastante ardor
 
Separa indivíduos como um punhal
Deixando as pessoas desamparadas
As mesmas acabam sem aqueles que amam
Deixando de se sentir amadas
 
Em manhãs de orvalho, as pessoas ainda recordam
Da falta que sentem daqueles que partiram
Mas eles já não estão presentes
Nem o sentimento que no passado sentiram
 
Então eu pergunto:
Valerão as guerras a pena?
Visto que provêm de um lugar cruel e severo
Ou serão apenas as marcas de um regime austero?

                                                                                                                              Henrique Madureira

 
A noite é uma imensa escuridão.
É uma realidade misteriosa,
Repleta de sombras e segredos.
É uma aguarela de cores frias
A noite oculta quem nela se aventura
É um vazio, cheio de vida.
 
                                          Duarte Mendonça   
 
Iniciei a minha jornada através da minha memória
Como se de um paraíso se tratasse
Enquanto sentia o caminho de orvalho,
Leve e tranquilo.
Mas o paraíso desapareceu
E a luz que me guiava se perdeu.
Foi como um punhal no coração
Em que a noite me deu a desilusão.
                                                       Ruben Fonseca     
 
As flores avivam-me a memória
De momentos passados
Aqueles cheiros e cores
Que movimentam os amados
 
São ternuras, mas são desculpas
São alegria, mas são arrependimentos
Flores sem sentimentos
Que sempre trazem um sentimento
 
São amores e tragédias
Em pétalas de ressentimento
Mas são estações do ano
Sem medo de ressentimento 
                                            Raquel Teixeira    

Das antigas memórias
Tiremos as doces lembranças
Os beijos apaixonados
As noites festejadas
E relembremos!
O quão felizes já fomos!

                                       Tomás

 
(In)certeza
 A noite é escura e confusa,
o dia é sóbrio e claro.
Mas a clareza é difusa
e a escuridão traz amparo.
 
Porque o claro é opaco,
e o escuro é translúcido.
E o conhecimento é fraco
quando não é esclarecido.
 
Porque a incerteza é a busca pela certeza,
e o saber é tomar como  garantido.
Então, mais vale afirmar-se ignorante com firmeza,

Do que dar-se por sabido e acabar perdido.
                                                                                                     Ana Silva
 
Já eu vi aquela paisagem,
Onde no orvalho, o sol brilhava,
e era nostálgica a aragem,
que lá passava.
Todos os dias lá ficava,
Refletindo até o sol cair.
Era aquilo que eu mais amava,
Aquilo que me fazia existir.
Mas agora não passa de lembranças,
Já não tenho razão para cá ficar,
Pois aquela aragem não passa de esperanças
Que eu tenho de a voltar a encontrar.
                                                          Miguel Cunha
 
Um sereno dia de primavera
Dono da sua complexidade
Com um calor que espalha saudade
Daquilo que o verão pode transmitir
 
No meu passeio intermitente
Se há algo que gosto de ouvir
É o belo sabor da vida
Misturado com o que faz rir
 
Se me julgam por quem pareço
Não importa se me vão ouvir
Só me importa aquilo que sinto
Que me prova que não estou a dormir.
                                                                       Rodrigo Capelas
 
Cadavre exquis 1
Não tenho nenhuma ideia
Levaste com um pau??!!
Alguns selvagens são mais racionais que certos humanos
E assim é a sociedade do nosso mundo!

Cadavre exquis 2
O pirata da perna de pau disse: au au
Uma cena random
Tenho saudades do bigode do Duarte
E hoje a cantar aquela canção, daquele lugar, do meu coração
Criança que fui e homem que sou, e nada mudou.

Cadavre exquis 3
Viver é colecionar memórias.
Não sei o que a Raquel vai escrever mas não vai ter nada a ver com a minha frase.
Repara bem no que eu não digo
Sentado de pernas para o teto
Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar.
#vski foi tudo com que eu sonhei hashtag vski 

                                                                   texto coletivo

cortesia de Amélia lopes, docente de Português

*post atualizado à data de 03.05.2021

9 comentários:

Susana Martel disse...

Adorei!!!!!

Unknown disse...

Lindo!!

João Santos disse...

Ahhh fadistaaa

Matilde Rodrigues disse...

Adorei os poemas !!!

João Santos disse...

Poesia não tem preço

Margarida disse...

Muito bom , parabéns!!!

Miguel Leite disse...

Que criativos!!! Muito bom trabalho por parte destes pequenos “poetas”. Estão todos muito ricos em diversão e em inovação, gostei particularmente do poema do “Rodrigo Sa Pinheiro”. Um abraço para todos os “pequenos poetas”.

mc disse...

Gostei muito de "vos ler"! :)

Unknown disse...

Gostei bastante, principalmente dos cadavre exquis, top!!!😎😎😎