50 anos ESÁS: "conta-me como foi..." (1)

secção da Escola da Maia, nas Enxurreiras

Corria o ano letivo 1973/74 e onde hoje se encontra instalada a EB1 das Enxurreiras, na Tv. Gonçalo Mendes da Maia, em Pedrouços (cf. doc C.M.Maia, pág.39 e 40), nasceu a secção da Escola de Maia que comportava quatro turmas, sendo duas do curso geral liceal e duas do curso comercial. Cada um destes dois cursos tinha uma turma feminina e outra masculina, como à época era habitual.

Tendo sido uma vontade do Presidente da Câmara da Maia de então, Professor Vieira de Carvalho, aproveitar-se esta escola para servir esta região de opções de ensino secundário, houve que a pôr em marcha. Então, sob a direção/coordenação do professor José Manuel Cunha e com um conjunto de mais sete professores e três funcionários, assim começaram os primeiros passos da história da nossa ESÁS. 

No ano letivo 1973/74  ali permaneceu e só depois se mudou para a Escola Preparatória de Pedrouços, funcionando aí em dois contentores com 10 salas de aula, dando ali os segundos passos, antes de se instalar definitivamente, com nome próprio e estatuto em Diário da República, na Rua Nova do Corim, 

O CRESCER conversou com um dos alunos fundadores da tal secção da Escola da Maia, o atualmente colega Joaquim Sampaio, hoje com 64 anos de idade, docente na EB1 do Corim, aluno que frequentou em 1973/74 a turma 1.ºB do curso geral dos liceus, nas Enxurreiras. Já lá vão 50 anos!

"Era uma família"

o aluno fundador Joaquim Sampaio, atualmente docente na EB1 do Corim

Além de se conhecerem todos (alunos e professores), o que os unia era muito mais uma relação familiar do que a tradicional relação [outrora] distante professor-alunos. "Havia muita proximidade", diz.

Houve muitas peripécias curiosas, mas Joaquim Sampaio guarda na memória o passeio de final de ano letivo a Vila Real, dinamizado pelo professor José Augusto Vieira, de Francês. "Fomos todos! Não era suposto nenhum ficar."

Também se recorda de alguns professores lecionarem mais do que uma disciplina, o que ele achava curioso. 

Como a memória de Joaquim Sampaio é prodigiosa, recorda-se do nome de todos os professores: o diretor, José Manuel Cunha, lecionava Português e História. José Augusto Vieira era o professor de Francês. A docente de Inglês era Júlia Soares. A professora Marília Moutinho lecionava Físico-Química e Ciências Naturais. Já a professora Irene Queirós lecionava Matemática e Geografia. António Andrade era o professor de Música. Joaquim Pacheco era o professor de Desenho. E o Padre Damião Olinda lecionava Moral. "Talvez por lecionarem mais do que uma disciplina o corpo docente fosse tão reduzido!"

Mas o Joaquim Sampaio também se recorda dos nomes das três funcionárias: a D. Olívia Ramos, dos serviços administrativos; a D. Fernanda e a D. Conceição, auxiliares da ação educativa. "Éramos tão poucos. Não eram necessárias mais.".

Outra coisa curiosa eram as aulas de Educação Física, lecionadas por um irmão do diretor, Eugénio Cunha. "Não havia pavilhão, pelo que fazíamos aulas ao ar livre. Quando chovia ficávamos a conversar debaixo dos cobertos."

"Nunca poderemos esquecer esses tempos!" 

Ainda hoje estes alunos, professores e o diretor se encontram. Fizeram há pouco tempo (dia 20 de abril) um jantar e reuniram 50 e tal pessoas. Para tal, uma das alunas fundadoras, Aurora Sereno, criou um grupo no whatsapp de antigos fundadores. Alguns não se viam há 50 anos, mas responderam à chamada. O objetivo era divertirem-se e verem como podiam colaborar com fotos, memórias e recordações desse tempo, úteis para as comemorações dos 50 anos da ESÁS. E fizeram-se presentes. Para esse grupo de whatsapp estão a ser enviadas muitas fotos e memórias que serão muito úteis à monografia da escola.

Por aqui, o CRESCER vai contando como tudo aconteceu. Não perca o próximo "conta-me como foi...".

texto de Manuela Couto, docente de Português

colaboração (fotos e áudio) de Cândido Pereira, diretor do Centro de Formação maiatrofa

(post editado em 14.05.2024, 14:00)