Charles Aznavour faria hoje 100 anos. Jurou que subiria a palco para cantar no seu centenário, porém, partiu em 2018. Foi um cantor francês de origem arménia, também letrista e ator. Além de ser um dos mais populares cantores de França, ele foi também um dos cantores franceses mais conhecidos no exterior. Atuou em mais de 60 filmes, compôs cerca de 850 canções.
Para os mais velhos: vale a pena recordar!
Para os mais jovens: vale a pena conhecer!
O crítico musical Stephen Holden (Rolling Stone, New York Times) descreveu-o como uma “divindade pop francesa”, mas houve quem simplificasse chamando-lhe apenas o “Frank Sinatra Francês”.
Charles Aznavour, nascido em Paris a 22 de maio de 1924 de pais arménios, é uma verdadeira lenda viva da “chanson française”. Aos 92 anos mantinha, quando veio a Portugal ao MEO Arena, a frescura vocal que deslumbrava públicos em todo o mundo e conquistava a crítica dos mais variados setores. Afinal de contas, poucos são os franceses referenciados como influência por artistas tão díspares como Frank Sinatra ou Fred Astaire, Sting ou Elvis Costello, Bob Dylan ou Dr. Dré, o magnata do “hip hop” que “samplou” um tema de Aznavour de 1966 (“Parce Que Tu Crois”) para um dos maiores sucessos do seu álbum “2001”, o tema “What’s The Difference” que em 1999 revelou também duas futuras superestrelas do “rap” americano: Xzibit e Eminem.
Francês e Arménio (foi embaixador geral da França para a Arménia e embaixador da Arménia na Suíça e delegado permanente da Arménia nas Nações Unidas), cantor, compositor, ator, ativista e diplomata, Charles Aznavour ficou conhecido pela sua voz de tenor, limpa e cristalina nas notas mais altas e grave e profunda nas mais baixas. Escreveu mais de 800 canções, gravou mais de 1200 em 8 idiomas diferentes, e vendeu mais de 180 milhões de discos. Foi o primeiro francês a chegar ao n.º 1 do Top Inglês. É que as canções de Aznavour ultrapassaram desde sempre o universo francófono sendo várias as versões produzidas por artistas de outras línguas, de Bryan Ferry a Elton John, de Carole King a Paul Anka, de Frank Sinatra a Dean Martin, de Sting a Marc Almond, do alemão Herbert Gronemeyer à italiana Laura Pausini. Mas a canção que acabou por garantir a longevidade de carreira de Charles Aznavour foi mesmo “Tous Les Visages Du Monde” de 1974, cuja versão em inglês – “She” - chegou ao 1.º lugar do top da Grã-Bretanha três vezes mais depressa do que a gravada por Elvis Costello para a banda-sonora do filme “Notting Hill”.
Em 1998, este protegido de Edith Piaff foi nomeado “Entertainer Of The Century” pelos consumidores de marcas globais de media como a CNN e a Time Online, somando 18% das preferências mundiais e superando Bob Dylan e Elvis Presley. Cantou para Presidentes, Papas e Reis, mas nunca esqueceu os mais desprotegidos tendo fundado a ONG “Aznavour For Arménia” em resposta ao terramoto na Arménia em 1988. O seu ativismo estendeu-se também à política francesa, tendo publicamente apoiado Jacques Chirac contra Jean-Marie Le Pen. Em França e no Parlamento Europeu participou em várias iniciativas em defesa dos direitos dos artistas e da lei do copyright. Já em abril de 2016, juntamente com o ator George Clooney, o presidente da Arménia e o Papa dos católicos ortodoxos arménios, participou numa cerimónia no Memorial do Genocídio Arménio. (adaptado daqui)
Sem comentários:
Enviar um comentário