A população portuguesa revelou-se preocupada e consciente da importância deste tema com 85% a considerar um assunto prioritário na nossa sociedade. Contudo, 60% não estava a par de que, em média, 6 alunos numa turma de 30 podem desenvolver problemas de saúde mental, revela um estudo desenvolvido pela My Nametags, fabricante de etiquetas adesivas.
Entre outros dados
que os portugueses não estão a par encontram-se um terço dos respondentes que
não tinha conhecimento que 20% das crianças e jovens em todo o mundo apresenta
problemas de saúde mental diagnosticáveis e 40% que não sabia que o suicídio é
a segunda causa de morte entre os adolescentes.
Porém, no que toca às
doenças associadas a esta problemática já existe uma maior clareza: 61% dos
inquiridos está consciente de que o transtorno mais frequente em crianças até
aos 12 anos é a depressão e ansiedade e unicamente 4% considera que não é frequente
crianças desta idade desenvolverem algum tipo de transtorno.
«É muito importante
perceber que as pessoas estão conscientes do impacto que a saúde mental tem na
nossa sociedade e em específico nas crianças e jovens de hoje. A saúde mental é
tão importante quanto a saúde física. Os tempos mudaram e as crianças e jovens
de hoje estão sujeitos a diversas fontes de ansiedade e pressão social que
podem pôr em causa a sua saúde mental, o que nos obriga a desenvolver um nível
de compreensão para todas estas dimensões, bem como ferramentas que lhes possam
dar resposta», diz, em comunicado, Joana Teixeira, psicóloga comunitária.
Sobre os sinais de
alerta que os participantes consideram mais relevantes para a identificação de
perturbações de saúde mental, 59% acha que será o isolamento e falta de
interesse, seguido de sentimentos de tristeza (58%), mudanças bruscas de humor
e comportamento (55%), ansiedade e preocupação intensas (54%), agressividade
contra si próprio (52%), baixa auto-estima (50%), dificuldades de concentração
(43%), sentir muito medo sem razão aparente (41%), cansaço e falta de energia
(39%), alterações bruscas no peso ou sono (38%) e, por último, dores de barriga
ou de cabeça frequentes sem explicação (33%).
Sobre os fatores que
podem aumentar o risco de desenvolver problemas de saúde mental, 72% considera
que o contacto direto com um conflito parental é crucial, 70% referem casos de abuso
físico ou sexual, 65% dizem sofrer de discriminação, 48% afirmam que poderá estar
relacionado com familiares com problemas de saúde mental, 36% apontam doença física
longa e apenas 23% consideram que poderá estar relacionado com o facto de
viverem em pobreza extrema.
«A infância e adolescência são períodos de grande crescimento e desenvolvimento físico, intelectual e emocional, o que pode dificultar a identificação de sinais de alerta. Assim, é importante ter em conta a intensidade e a frequência e se incapacita a criança/jovem de realizar atividades que eram comuns no seu dia-a-dia», diz a profissional. «Todos os sinais de alerta elencados acima são importantes.» Fonte: Sapo
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