Fazer moldes para esculturas, trabalhar em programação 3D e estudar o ADN na folha de uma planta são algumas das atividades realizadas pelos jovens que participam na 17ª edição da Universidade Júnior. O reitor da Universidade do Porto, António Sousa Pereira, conduziu uma visita guiada às oficinas de experimentação.
Cátia
Campelo tem 16 anos e participa na Universidade Júnior desde o 5º ano de
escolaridade. Apesar de ter escolhido o mesmo curso da edição anterior
(Nutrição), não se sente desiludida visto que as atividades são diferentes.
"Neste ano, as atividades estão a ser completamente diferentes, mas a
experiência continua a ser boa", reforça. Quando era mais nova, escolhia
as semanas em que as atividades eram mais diversificadas, para perceber aquilo
que mais gostava de fazer. "Já passei pelas faculdades de Medicina, de
Desporto, de Medicina Dentária e esta aqui [Nutrição] sinto sempre que me
despertou um bichinho", acrescenta a jovem.
Na turma de Cátia está Afonso Oliveira, que também já participou
na Universidade Júnior mais do que uma vez. O jovem de 14 anos destaca a
importância da oportunidade que está a ter, refletindo sobre benefícios que lhe
trará no futuro. Entre as experiências que teve destaca a criação de uma
aplicação para ajudar pessoas a escolher alimentos. "Nunca me tinha visto
a fazer nada disto e veio logo uma chuva de ideias", explica com
entusiasmo. Afonso sente que a Universidade Júnior tem sido crucial para
alargar a sua criatividade.
Na Faculdade de Ciências,
Leonor Salgado estudava o ADN na folha de uma planta. Nesta semana, Leonor
passou por várias atividades: na segunda-feira, aprendeu a moldar em 3D no
SkecthUp (programa de edição em três dimensões); na terça, jogou vólei na
Faculdade de Desporto; e, na quarta, resolveu problemas de matemática
"como os egípcios faziam" e aprendeu a escrever em hieróglifos.
Apesar de estar indeciso
entre o desporto, a informática e o marketing, Filipe Barata sente que está a
alargar os horizontes e a criar mais expectativas sobre aquilo que pode seguir
quando crescer. Leonor Cândido, colega de equipa de Filipe, destaca que a
iniciativa lhes permite não só perceber aquilo que gostam de fazer, mas também
aquilo que menos lhes agrada, o que ambos consideram ser importante para
perceber "aquilo que realmente querem".
Maria João Martins, Violeta
Guedes e Tomás Campos são dos mais novos da Universidade Júnior. O grupo
explica que este projeto é uma forma de perceberem a dinâmica da universidade
através de atividades mais básicas, adaptadas à idade deles. Embora não sinta
apelo pelas ciências, Violeta diz com entusiasmo que sente já fazer parte da
Universidade do Porto: "Eu estou aqui como se já cá vivesse".
Vinda do Algarve, Leonor
Cabrita inscreveu-se na Universidade Júnior por conselho da irmã. A jovem de 16
anos é uma das muitas que estão no programa de alojamento e explica como é que
o sistema funciona: de manhã despertam com a sirene do Regimento de
Transmissões e são orientadas pelos monitores; à noite jantam na Faculdade de
Letras e regressam ao quartel por volta das 22.30. A partir das 23.30 horas o
uso de telemóveis é interdito e são chamadas a recolher às casernas. Quando
questionada sobre a facilidade em se adaptar, Leonor diz que não se importa e
que passa bem sem o telemóvel porque "tem o resto do dia para o
usar".
Miguel Amaro é monitor pela
primeira vez, e orienta o departamento de Química. Para o estudante, que está
no primeiro ano de mestrado, a experiência tem sido interessante apesar
de cansativa. O mestrando em Química ressalta que as dificuldades não estão
alicerçadas apenas no convívio entre diferentes faixas etárias, mas também na
própria dinâmica de cada turma. "Temos que gerir as dinâmicas de grupo
enquanto estamos a vigiar os laboratórios", explica.
O reitor da Universidade do
Porto, António Sousa Pereira, visitou algumas das atividades na tarde desta
quinta-feira. Ao JN, reforçou a importância desta iniciativa como uma forma de
"espicaçar a curiosidade natural" dos jovens. "É uma experiência
que se enquadra no desejo da Universidade de motivar cada vez mais jovens a
seguir para o Ensino Superior", frisou.
A Universidade Júnior é uma
iniciativa da Universidade do Porto, que se realiza desde 2005. Este ano, na
17ª edição, acolhe cerca de 5200 jovens com idades entre os 11 e os 17 anos
para conhecerem os laboratórios da Universidade do Porto e da Porto Bussiness
School. Fonte: JN
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