José Sena Goulão /Lusa |
Esta é "A pergunta": quando podemos desconfinar?
A resposta é vaga e pende para a indefinição. O Governo ainda não tem
data definida para a reabertura do país, disse-o esta segunda-feira Marta
Temido no final da reunião do Infarmed.
Em declarações aos jornalistas após a reunião que juntou
epidemiologistas, especialistas em saúde pública e políticos na sede do
Infarmed, em Lisboa, Marta Temido afirmou que “nada disto está adquirido e tudo depende
de cada um de nós e das medidas combinadas”, decorrendo daí a preocupação com
“algum relaxamento sem nenhuma alternação legislativa”. A certeza é apenas uma:
as escolas são as primeiras a abrir (como já havia dito Mariana Vieira da Silva).
Mas poderá ser já em março?
Quando falou ao país, depois da última renovação do Estado de
Emergência, o Presidente da República apelou a que o confinamento geral se
mantivesse "março fora", sem "sinais errados para a
Páscoa", para evitar um retrocesso na contenção do vírus. Marcelo traçou
ainda como meta que número de novos casos diários de infeção diminuísse
"para menos de dois mil", de modo a que "os internamentos e os
cuidados intensivos desçam dos mais de cinco mil e mais de oitocentos agora
para perto de um quarto desses valores".
A juntar às metas do Presidente da República estão as projeções
dos especialistas. O epidemiologista Baltazar Nunes estimou hoje que o número
de doentes com Covid-19 internados em cuidados intensivos possa estar abaixo
dos 300 em meados de março e abaixo dos 200 no final do mês.
Porém, também ele sublinhou que "nada do que se projeta está
adquirido, vai depender de conseguirmos manter a atual tendência de decréscimo
de novos casos e esta tendência depende das medidas atualmente implementadas,
da sua adoção pela população assim como dos comportamentos preventivos da
população e do controlo da transmissão das novas variantes do SARS-CoV-2 que
ainda representam são muito prevalentes a população".
Relativamente ao número de infeções diárias, esta tendência parece
começar a verificar-se desde o final da semana passada (quarta-feira, 17
de fevereiro, foi o último dia a ultrapassar os dois mil casos). Mais, e de
acordo com André Peralta Santos, da Direção-Geral da Saúde, Portugal regista uma “descida muito significativa da
incidência" de Covid-19 nos últimos 14 dias e tem já “vastas
áreas do território” com menos de 240 casos por 100 mil habitantes.
Estas são boas notícias, sim, mas por agora é necessário continuar a confinar — para desconfinar sem sofrer nenhum desgosto. @ Sapo
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