Mais de mil profissionais do Hospital de São João, no Porto, enviaram ao Presidente da República e entidades da saúde uma carta onde apelam por "reconhecimento" pelo modo como a unidade gere a pandemia e dá "resposta aos doentes".
EPA /José Coelho |
“Queremos um reconhecimento simbólico e não deixar que o tempo apague isso”, afirmou, acrescentando que “isso” foi o modo como o Hospital de São João desempenhou o seu papel nesta pandemia.
“Parece-me evidente que o desempenho do hospital nesta segunda fase da
pandemia tem sido exemplar, quer em relação aos doentes covid-19, quer em
relação aos doentes não covid”, frisou.
O neurocirurgião lembrou que, aquando da primeira fase da pandemia da
covid-19, a sua especialidade, que é “particularmente crítica”, “esteve
praticamente fechada”, mas que a resposta a esta segunda fase permitiu “um
equilíbrio”.
“A minha especialidade é particularmente crítica porque precisa muito
de Cuidados Intensivos. Sem Cuidados Intensivos quase não operamos e, nesta
segunda fase, conseguimos um equilíbrio que nos permitiu dar resposta a todos
os doentes. O modo como as coisas foram feitas, quer tomando medidas antes
do tempo, quer organizando quando o problema já existia, permitiu manter uma
resposta qualitativa aos doentes muito importante”, salientou.
A resposta “exemplar” da unidade hospitalar motivou o neurocirurgião a
partilhar com cerca de 80 diretores de serviço e enfermeiros chefe a sua ideia:
“reconhecer quem trabalha com qualidade no âmbito do Serviço Nacional de Saúde
e que fez um trabalho meritório para os doentes e profissionais”.
A “imediata adesão” destes profissionais levou a que Rui Vaz
partilhasse o abaixo-assinado pelas restantes equipas do São João, sendo que,
numa semana, reuniu mais de 1.000 assinaturas de profissionais de áreas
clínicas e não clínicas, afetas ou não à covid-19.
Na carta, a que a Lusa teve acesso e enviada ao Presidente da
República, Ministério da Saúde, Direção-Geral da Saúde e outras entidades, os
profissionais afirmam que a gestão realizada pelo Conselho de Administração
“leva a considerar justo e merecido um adequado ato de reconhecimento
simbólico”.
Os signatários deixam ainda expresso a sua “confiança, solidariedade e orgulho” pelo trabalho e gestão do Hospital de São João. @ Sapo
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