O reitor da Universidade do Porto, António de Sousa Pereira, revelou esta quinta-feira que, apesar de não existir "um padrão único", a maioria das faculdades da instituição vai optar por um modelo de ensino combinado no próximo ano letivo.
"Naturalmente
que, sendo a Universidade do Porto (UP) uma instituição completamente
multidisciplinar (...) as realidades são muitas diversas", afirmou António
de Sousa Pereira.António de Sousa Pereira, reitor da U.P.
foto de Pedro Granadeiro
Em
declarações à agência Lusa, o reitor da UP adiantou esta quinta-feira que, em
termos gerais, foi dada a indicação para que as 14 unidades orgânicas optassem
pelo "maior número de atividades presenciais possíveis", dando
especial privilégio aos estudantes do 1.º ano de licenciatura.
Se,
por um lado, existem cursos onde a componente laboratorial é "extremamente
importante", como é o caso da Faculdade de Farmácia e da Faculdade de
Ciências, noutros, a componente oficinal, como é o caso da Faculdade de Belas
Artes e Arquitetura, também "não se faz à distância".
No entanto,
foram os múltiplos cursos na área da saúde, como é o caso da Faculdade de
Medicina e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, que colocaram
"problemas extremamente complexos", nomeadamente, por partilharem
espaços com duas estruturas hospitalares (Hospital de São João e Hospital de
Santo António) que "tratam massivamente doentes com covid-19".
"Mesmo nesses casos estão
previstas atividades presenciais, com muitas limitações, com normas de
segurança apertadas e equipamentos de proteção individual muito sofisticados.
Mas isso também é uma oportunidade, ensinarmos os futuros médicos a trabalharem
em contexto de pandemia. Não nos podemos descurar dessa função", sublinhou
António de Sousa Pereira.
Apesar de
não existir um "padrão único", a maioria das instituições vai optar
por um regime de «blended learning», ou seja, ensino combinado e lecionando
tanto à distância como presencialmente, sendo esse o caso da Faculdade de
Economia, Engenharia, Educação, Nutrição, Letras, Psicologia e Direito.
Também a
Faculdade de Desporto vai funcionar nesse regime, mas aproveitando o espaço
exterior para lecionar as atividades presenciais, pelo menos enquanto "não
chega o mau tempo".
"Diria que não há um padrão único. Por exemplo, há situações em que as aulas teóricas que juntam um grande número de estudantes vão ser dadas maioritariamente à distância e as aulas práticas e teórico-práticas presencialmente", explicou.
À Lusa, o reitor afirmou que todos os planos e medidas adotadas pelas unidades orgânicas estão "organizadas para correr bem", mostrando-se preocupado não com as faculdades, mas com as suas envolvências.
"A minha preocupação não é propriamente com a universidade, mas com o que a envolve. Dentro da universidade conseguimos que os estudantes desinfetem as mãos, usem máscaras e mantenham as distâncias de segurança, mas depois, o que se passa em redor da universidade, nós não controlamos", afirmou.
E acrescentou, "é humanamente compreensível que os jovens tenham as suas necessidades sociais. Espero que cumpram as regras dentro da universidade, mas sobretudo, fora". @JN
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