A 2.ª edição da iniciativa decorre a nível mundial até 4 de maio e em Portugal estão previstas iniciativas dinamizadas pelas entidades aderentes, como a divulgação de recursos sobre como famílias, escolas e comunidades podem melhorar o bem-estar digital, um ‘site’ dedicado ao tema e uma conferência internacional, na Fundação Cupertino de Miranda, no Porto.
Uma conferência
internacional sobre a prevenção e combate à violência sexual online contra
crianças e jovens e o uso excessivo e problemático de ecrãs é o ponto alto da
Semana do Bem-Estar Digital, que arranca hoje.
Organizada
no âmbito do projeto Agarrados à Net, que promove o bem-estar digital de
crianças, jovens e adultos, prevenindo e combatendo o bullying e o cyberbullying, assim como a
violência sexual com base em imagens e os impactos negativos das redes sociais
na imagem corporal, a Semana do Bem-Estar Digital visa
sensibilizar para o tema, colocando-o na agenda pública nacional.
A
2.ª edição da iniciativa decorre a nível mundial até 4 de maio e em Portugal
estão previstas iniciativas dinamizadas pelas entidades aderentes, como a
divulgação de recursos sobre como famílias, escolas e comunidades podem
melhorar o bem-estar digital, um ‘site’ dedicado ao tema e uma conferência
internacional, na Fundação Cupertino de Miranda, no Porto.
Na
conferência, que decorre a 3 e 4 de maio, serão debatidos temas como o Aliciamento sexual – sexting e extorsão sexual online de
crianças e jovens, Partilha não consentida
de conteúdos íntimos: violência sexual baseada em imagens, Inteligência Artificial e Abuso e Exploração Sexual de Crianças
e Jovens, Como o Google e o YouTube combatem o abuso sexual de crianças
online, Os impactos dos ecrãs no desenvolvimento da criança e do
adolescente e Os telemóveis na escola, entre outros.
Em
declarações à Lusa, o especialista em uso de tecnologias pelos jovens e
fundador do projeto MiudosSegurosNa.Net, Tito de Morais,
explicou que esta foi a forma encontrada para “criar um evento centralizador de
toda essa informação, de forma anual”, para mobilizar a sociedade.
Já
Cristiane Miranda, criadora do projeto Teen on Top e também
envolvida na organização da Semana do Bem-Estar Digital, considerou que ainda
há uma grande “falta de consciência dos pais” quanto à dimensão dos riscos e ao
quão prejudicial pode ser o excesso do uso dos ecrãs e das tecnologias,
exemplificando com o tipo de conteúdos a que crianças e jovens hoje têm acesso,
com facilidade, na internet, e sublinhando que os impactos “são físicos e
mentais”.
A
especialista alertou ainda os pais para estarem mais atentos aos perigos que os
jovens enfrentam na internet, relevando que há crianças com menos de 10 anos
com acesso livre a conteúdos pornográficos.
“Os
pais muitas vezes não têm a noção das implicações que há pelo facto das
crianças terem um telemóvel no quarto”, afirmou, acrescentando: “os jovens
estão a ter acesso cada vez mais cedo, e de uma forma muito livre, por exemplo,
à pornografia e não propriamente só imagens”.
Os
crimes ‘online’ têm grande destaque no mais recente Relatório Anual de
Segurança Interna, cujos dados foram divulgados na última edição do Expresso.
Segundo o semanário, o relatório revela a existência de investigações ao uso de plataformas de jogos online que servem para aliciar menores de idade à produção de conteúdos pornográficos, “servindo as plataformas encriptadas para troca e armazenamento de conteúdos ilegais”, bem como “autoprodução de ficheiros de exposição sexual de menores, na sequência de atividades de ‘grooming’ [em que um pedófilo convence um jovem a despir-se ou a filmar um ato sexual] ou de coação”. Fonte: Sapo
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