Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), lançou um aviso sério sobre o futuro da Educação em Portugal. “Se o Ministério da Educação não dignifica a carreira de docente, vamos ter uma pandemia na Educação”, alertou o dirigente.
O dirigente iniciou um conjunto de reuniões em Penafiel, com o intuito de recolher as necessidades e preocupações dos diretores das escolas públicas. Esta foi a primeira de cinco reuniões planeadas, que também se realizarão em Coimbra, Lisboa, Évora e Algarve. Lima escutou as preocupações de mais de uma centena de diretores do norte do país, visando criar um “caderno de encargos” para entregar ao ministro da Educação, Fernando Alexandre, segundo indica o Jornal de Notícias.
“Viemos auscultar a opinião dos diretores em relação a várias temáticas ligadas às condições de trabalho dos diretores, à escola pública, à qualidade do processo de ensino e aprendizagem”, explicou Filinto Lima.
Um dos tópicos mais debatidos foi o estatuto do diretor, um compromisso do programa governamental. Lima destacou a preocupação dos diretores em relação ao perfil do futuro diretor: “Os diretores não admitem que o futuro diretor não seja professor, não pode ser um gestor”. O presidente da ANDAEP apelou ainda ao esclarecimento rápido do Ministério da Educação sobre este tema e sublinhou a necessidade de melhores condições de remuneração e avaliação de desempenho para os diretores.
Outras questões abordadas incluíram os desafios da escola pública, a falta de professores e assistentes operacionais, necessidades de obras de requalificação em algumas escolas e as condições de trabalho dos professores. Lima alertou para a urgência de atrair mais jovens para a carreira docente, dado o número crescente de aposentações mensais e a falta de interesse dos jovens em seguir esta profissão.
“É preciso melhorar e dignificar a carreira de docente para que cheguem mais jovens para lecionar”, frisou Lima, classificando a situação como “dramática”. O presidente da ANDAEP expressou preocupação com a “pandemia” da escassez de professores que, segundo ele, já não se limita apenas às regiões de Lisboa e Vale do Tejo e Algarve, mas estende-se também ao norte do país.
A expectativa da Associação é que o Governo dê prioridade à valorização e dignificação da carreira docente. Isso passa pela negociação rápida do tempo de serviço, apoio aos professores em deslocações e estadia e pelo aumento dos índices remuneratórios. “Mais do que uma expetativa, é uma obrigação deste ou de qualquer outro Governo”, concluiu Filinto Lima. Fonte: Sapo
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