Clara Capucho, otorrinolaringologista especializada na voz artística, inventou uma aplicação informática que com a Inteligência Artificial deteta vírus através da voz e identifica erros de colocação, podendo prescrever, com precisão, os exercícios que devem ser realizados se as patologias se manifestarem. Os americanos já queriam levar a invenção, mas a médica vai entregá-la ao Serviço Nacional de Saúde. Dia Mundial da Voz assinala-se a 16 de abril.
A propósito do Dia Mundial da Voz, que se assinala a 16 de abril, Clara Capucho tem manifestado toda a sua disponibilidade ao serviço da sua profissão realizando rastreios, que começaram esta sexta-feira e se vão prolongar até dia 17, para quem estiver interessado em examinar a voz, por precaução. Aliás, em conversa com o NOVO, Clara Capucho aconselha mesmo a que se faça um rastreio uma vez por ano.
“A Inteligência Artificial vai melhorar muito a saúde vocal de toda a população e também a dos artistas – atores e cantores – que fazem da voz o seu principal instrumento profissional”, afirma Clara Capucho. Segundo a especialista, que há mais de uma década organiza os rastreios da voz, a IA começa a ser um instrumento muito útil para detetar patologias da voz e ajudar a corrigi-las.
“A utilização da IA pelas indústrias médicas está a produzir aplicações que, instaladas num simples telemóvel, vão poder detetar e identificar vírus através da voz: os algoritmos são treinados para detetar desvios na voz de cada indivíduo e emitirem alertas quanto à sua natureza e origem”, afirma Clara Capucho. “Nuns casos, os tratamentos exigirão fármacos ou tratamentos clínicos. Noutros casos, serão precisos exercícios comportamentais de colocação de voz e de terapia da fala: o que é fantástico é que a IA poderá prescrever para cada pessoa, com toda a precisão, quais são exatamente os exercícios que ela deve realizar em cada circunstância em que esta ou aquela patologia se manifestar”.
A intensa atividade cirúrgica de Clara Capucho é uma das suas marcas: participou em quase quatro mil cirurgias, em mais de três mil das quais como cirurgiã principal. Pelo seu bisturi passaram, para além de artistas, governantes, políticos, administradores de empresas, muitos professores, jornalistas, profissionais da rádio e da televisão. Faz também cirurgias de transgénero.
Ao mesmo tempo, tem-se notabilizado por uma intensa participação em programas e cursos no estrangeiro, sobretudo nos Estados Unidos, onde tem observado “in loco” as mais avançadas técnicas cirúrgicas que têm sido testadas na última década. Tem também um mestrado em Audiologia pelas Universidade do Kansas. Nas reuniões científicas, congressos e jornadas em que participa (sobretudo em Portugal e nos EUA, mas também no Canadá, Itália, França ou África do Sul, entre outros países) Clara Capucho apresentou mais de cem comunicações e “posters” científicos. Para além disso, teve dezenas de trabalhos seus editados em revistas europeias e norte-americanas de publicação médica periódica indexadas, para além de dezenas de outros em revistas não indexadas. Fonte: Sapo
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