Como sugestão de fim de semana, o CRESCER deixa ficar "A garota não" (Cátia Oliveira) com um fantástico "Dilúvio", tema que pertence ao álbum "2 de Abril", o segundo de originais que foi editado precisamente a 2 de abril (de 2022) e é também uma forma de homenagear as memórias do bairro onde cresceu, em Setúbal, que partilha do mesmo nome.
Se ainda não conhece o que canta esta vencedora dos Globos de Ouro da SIC, na categoria de Música, clique aqui e desfrute.
Para que possa acompanhar este "Dilúvio", aqui fica o poema (a letra):
Dilúvio
já vejo o céu em fogo
há quem diga que estou louco
nunca me senti tão só
e a dor que mais me mata
é já não te fazer falta
é fazer falta a ninguém
já nascemos de joelhos
já dobrados pelo meio
ensinados a querer
só aquilo que não temos
só as terras que não vemos
a corrida não tem fim
e a vida fica difícil
o tempo passa tipo míssil
derramado em suor
e o que achamos importante
perdemos mais adiante
no fim só restamos nós
a vida fica difícil
já vejo o céu em fogo
cuidado que estou louco
nunca me senti tão só
seguimos ofendidos
todos sérios e contidos
inundados em pudor
tenho medo destes muros
pensamentos crus e duros
sempre prontos a julgar
eu já nem sei rir direito
toda a graça é um parapeito
calma, foi em paz que vim
e a vida fica difícil
o tempo passa tipo míssil
derramado em suor
e o que achamos importante
perdemos mais adiante
no fim só restamos nós
de onde vem esta saudade
espalhar-se na cidade
em forma de souvenir
que venha quem vier por bem
mas não se trate com desdém
quem tratou deste lugar
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