Os espetáculos "A Promessa" e "O Pecado de João Agonia", do dramaturgo português Bernardo Santareno, estreiam-se na quinta-feira, no Teatro Nacional São João, no Porto, numa sessão dupla, em que o mesmo elenco interpreta as duas dramaturgias.
"Decidimos fazer um desafio a nós próprios, colocando estes dois textos no mesmo mundo, na mesma cenografia, no mesmo espaço, que é a casa onde se desenvolve o drama, e um desafio aos atores. É o mesmo elenco que faz os dois espetáculos", pois o mesmo ator na mesma sessão vai fazer "duas personagens", conta o encenador João Cardoso.
Em entrevista à agência Lusa, à margem do ensaio de imprensa, João Cardoso destacou o desafio para os atores fazerem esta "dose dupla de Bernardo Santareno", pois os atores vão estar em palco mais de três horas - com um intervalo de 45 minutos - a interpretar duas personagens diferentes, uma em "A Promessa" e outra em "O Pecado de João Agonia".
"Foi desafiante, porque nós vamos vê-los no espaço de três horas e meia a fazer duas coisas que a gente quer que sejam distantes uma da outra, para abrir a análise dos espectadores".
No diálogo entre os dois espetáculos vão ser contados dois dramas escritos por Bernardo Santareno (1920-1980), que decorrem em duas regiões diferentes de Portugal - na zona costeira e na zona serrana -, e onde vão ser abordados temas como a homossexualidade, a xenofobia e a religião acoplada à culpa e ao sacrifício.
A estreia acontece na quinta-feira, dia 19, no Teatro São João, às 19:00. Depois segue, no dia 18 de novembro, para Santarém para assinalar o aniversário de Bernardo Santareno, natural dessa cidade, para Ponte de Lima, nos dias 8 e 9 de dezembro, e para Bragança, no dia 20 de janeiro de 2024.
Os espetáculos, uma coprodução da Assédio e São João, contam com Regina Guimarães na dramaturgia.
O elenco é composto por Ângela Marques, Benedita Pereira, Daniel Silva, Inês Afonso Cardoso, João Cardoso, João Castro, Maria Inês Peixoto, Pedro Galiza, Pedro Quiroga Cardoso, Rúben Pérola e Susana Madeira.
A sonoplastia está a cargo de Francisco Leal, a cenografia e figurinos é da responsabilidade de Sissa Afonso, o desenho de luz é de Filipe Pinheiro e Nuno Meira e a captação de imagem e vídeo é de Jorge Murteira. Fonte: Sapo
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