O Partido Socialista (PS) completa hoje meio século de vida desde a sua fundação na Alemanha, insere-se na matriz social-democrata e socialista democrática europeia, de tradição histórica republicana, e esteve até agora 25 anos no Governo.
A 19 de abril de 1973, em Bad Munstereifel, nos arredores de Bona, fundaram o PS Mário Soares (eleito secretário-geral), Tito de Morais (eleito presidente), Arons de Carvalho, António Arnaut, António Gomes Pereira, Bernardino Gomes, Carlos Carvalho, Carlos Novo, Carlos Queixinhas e Desidério Lucas do Ó.
Foram ainda fundadores do PS, na Alemanha, Fernando Borges, Fernando Loureiro, Fernando Valle, Francisco Ramos da Costa, Seruca Salgado, Gil Martins, Gustavo Soromenho, Joaquim Catanho de Menezes, Jorge Campinos, Roque Lino, José Neves, Liberto Cruz, Maia Cadete, Maria Barroso, Mário Mesquita, Nuno Godinho de Matos e Rui Mateus.
No Congresso de Bad Munstereifel, perante os delegados da ASP que haviam chegado à Alemanha pelos mais variados trajetos, para despistar os agentes da PIDE, Mário Soares alegou ter informações credíveis sobre um crescente descontentamento nas Forças Armadas portuguesas face ao prolongamento, sem fim à vista, da guerra colonial.
Um ano depois, a história deu razão ao primeiro secretário-geral dos socialistas portugueses, quando o Movimento das Forças Armadas derrubou o regime de Marcelo Caetano e de Américo Tomás em 25 de Abril de 1974.
Hoje, António Campos ausente dos 50 anos do PS por divergências com Costa
Hoje, o dirigente histórico do PS António Campos vai estar hoje ausente das comemorações dos 50 anos deste partido, alegando que a direção de António Costa está a perder os valores da defesa do Estado de Direito democrático. “O PS é filho ideológico da Ação Socialista [Portuguesa] na defesa intransigente da liberdade, dos direitos fundamentais dos cidadãos e do Estado de Direito democrático. Quando celebramos os 50 anos da fundação do nosso partido constato que esta matriz fundadora do PS se tem vindo a perder”, escreveu o antigo braço-direito das direções socialistas de Mário Soares numa carta dirigida ao secretário-geral do PS, António Costa, à qual a agência Lusa teve acesso.
“É com profunda deceção que, com a benevolência do partido, assisto à acelerada degradação das instituições democráticas que tanto custaram a conquistar. Infelizmente já não tenho a energia do passado. Se a tivesse estaria presente para pessoalmente te afirmar a necessidade de reaproximar o partido dos valores que presidiram à sua fundação”, acentuou António Campos, atualmente com 84 anos. (Fontes: Sapo/ Sapo)
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