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quarta-feira, 26 de abril de 2023

educação: atraso no concurso de professores pode comprometer início do próximo ano letivo

O concurso de professores de 2023 ainda não arrancou: pela primeira vez desde 2015 não aconteceu em março, o que pode vir a comprometer o arranque do próximo ano letivo, segundo revelou Arlindo Ferreira, diretor do Agrupamento de Escolas Cego do Maio (Póvoa de Varzim) e autor do blog ‘ArLindo’, em declarações ao ‘Diário de Notícias’.

O concurso depende ainda da promulgação do novo diploma legal pelo Presidente da República. “Começa a ser preocupante que se aguarde por um diploma que pode atrasar o arranque do próximo ano letivo. Atrasando uma fase do concurso todas as restantes terão de atrasar também. Não me parece que por este andar o Ministério da Educação (ME) consiga publicar as listas em meados de agosto, como nos últimos quatro anos. Aliás, prevejo que, este ano, as listas de colocações da Contratação Inicial e da Mobilidade Interna só sejam conhecidas também no final de agosto”, sublinhou o responsável.
“O tempo começa a ficar curto para que o concurso corra em prazos normais”, considerou, sublinhando no entanto que ainda há tempo “para que as listas de agosto consigam sair até ao dia 31”.
O decreto-lei sobre o novo regime de gestão e recrutamento de professores foi aprovado no passado dia 17 de março, em Conselho de Ministros, embora sem acordo com as organizações sindicais.
“O concurso de professores envolve enorme complexidade, amparado por uma máquina já oleada, contando com o apoio imprescindível das escolas, às quais são sempre pedidas diversas tarefas em prazos demasiado curtos, alguns quase inexequíveis, deixando os diretores quase à beira de um ataque de nervos. E por algumas vezes escuta-se a sua indignação, é apontada a falta de respeito da tutela para com as direções executivas. A ânsia de colocação dos professores a tempo e horas obriga a trabalhar à pressa, o que não é aconselhável”, relatou Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos de Escolas Públicas (ANDAEP).
Para o responsável, “o presidente da República tem em mãos um dossiê muito sensível”, mas “terá de atribuir uma decisão”. “Se Marcelo Rebelo de Sousa vetar o diploma, julgo que será impossível a sua aplicação tendo em conta o próximo ano, pois não haverá tempo. Se o promulgar, deverá fazê-lo rapidamente para que o processo se possa iniciar, sob pena de a aplicação do novo diploma de concursos de professores poder morrer na praia, apesar da sua decisão”, concluiu. @ Sapo

 

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