O grupo vocal "Canto Nono" estreia sexta-feira, dia 28 de abril, no Porto, um novo espetáculo dedicado a José Mário Branco (1942-2019), antigo diretor artístico, que é "uma reconstrução" da obra do músico portuense, disse à Lusa Fernando Pinheiro.
Intitulado "A força (o poder) da palavra - Um canto a José Mário Branco", o espetáculo estreia-se sexta-feira, dia 28 de abril, no Coliseu do Porto e segue, depois, para Lisboa, com apresentação em 01 de maio no Teatro Maria Matos, e depois para Loulé, no Cineteatro Louletano no dia 13 do próximo mês.
Para o promover, o grupo 'a capella' lançou dois temas - "Ronda do soldadinho"
e "Do que um homem é capaz" -,
que serve tanto de "antecipação do que as pessoas podem ver e ouvir nos concertos" como para mostrar "quase os dois extremos" da criação que estarão patentes no espetáculo, do "Soldadinho", de 1969 e lançada com o artista ainda no exílio em Paris, ao tema do último disco de originais, "Resistir é Vencer", já de 2004.
O espetáculo, que será gravado no Porto e poderá vir a ser editado mais tarde, inclui canções "em que o Zé Mário é autor da letra, da música ou criador dos arranjos", atravessando muita variedade criativa do produtor, cantautor e compositor português, exilado pela oposição ao Estado Novo e regressado após a Revolução dos Cravos, a 25 de Abril de 1974.
Em palco, além do Canto Nono, estarão vários outros convidados, antigos companheiros de palco e de vida, porque "não é só a parte musical, mas a afetiva, também", que aqui está em jogo, convocando nomes como Amélia Muge, José Martins, Tomás Pimental e Filipe Raposo.
O grupo Canto Nono começou a trabalhar em 1992, no Porto, e é formado por quatro vozes femininas e outras tantas masculinas, estreando-se na edição discográfica em 1997 antes de começar, no início do milénio, a colaboração com José Mário Branco, com quem produziram "Sons do Porto", para a Capital Europeia da Cultura de 2001, quando o compositor assumiu a direção artística.
Nascido no Porto, em maio de 1942, José Mário Branco é considerado um dos mais importantes autores e renovadores da música portuguesa, a partir do final dos anos de 1960 e em particular dos anos que rodearam a Revolução de Abril de 1974, cujo trabalho se estende também ao cinema, ao teatro e à ação cultural.
Foi fundador do Grupo de Ação Cultural (GAC), fez parte da companhia de teatro A Comuna, fundou o Teatro do Mundo, a União Portuguesa de Artistas e Variedades e colaborou na produção musical para outros artistas.
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