Há professores que podem recuperar cinco anos e outros um mês ou nada, garante Mário Nogueira. No final da reunião com o ministro da Educação, esta quarta-feira, todos os dirigentes sindicais asseguraram que a proposta apresentada é insuficiente para suspender as greves que estão anunciadas.
foto LUSA |
A proposta, por exemplo, prevê que os docentes a partir do 7.º escalão progridam após três anos, em vez de quatro, para o escalão seguinte. "É uma recuperação de um ano para quem já perdeu 10 ou 12 anos", frisa Mário Nogueira.
Para o líder da Fenprof, a proposta não só não corrige assimetrias como cria novas, não recupera tempo de serviço "apenas mitiga" e não para todos. Ou seja, classifica: "é inaceitável" e "insuficiente" para desconvocar as greves, marcadas a partir de segunda-feira, ao último tempo de aulas, atividades não letivas e trabalho extraordinário.
A proposta em cima da mesa prevê, para os docentes que dão aulas antes de 2005, a recuperação do tempo que aguardaram por vaga para subir ao 5.º ou 7.º escalão a partir de 2018, ano do descongelamento. Os professores entre o 1.º e 6.º escalões ficam isentos de vagas para progredir e os que estão nos últimos quatro escalões, a partir de 7.º e que não foram travados pelas vagas vão demorar menos um ano a subir de escalão (três anos em vez de quatro).
João Costa garante que estas medidas vão abranger cerca de 60 mil docentes e custar 161 milhões de euros. O que significa, sublinha Nogueira, cerca de metade dos professores e de forma muito diferenciada.
André Pestana, líder do S.TO.P. acusou o ministério de estar a "tentar dividir para reinar" e classificou a proposta de "manifestamente insuficiente".
Ministro e sindicatos voltam a reunir dia 5 de abril, já com o articulado de diploma. Até lá as organizações devem enviar as suas propostas.
Os sindicatos consideram que uma reunião é insuficiente para propostas complexas que estão em cima da mesa.
O presidente da República, recorde-se, apelou a um entendimento até à Páscoa. @ JN
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