Depois da desastrosa conferência de imprensa de ontem do Ministro da Educação João Costa, tentando colocar famílias contra professores, numa provável atitude de dissuasão da marcha de hoje, milhares de indecisos sentiram que era ainda mais necessário mostrar que os professores estão contra as políticas que sucessivamente têm vindo a ser postas em prática, pelo ministro em causa e pelos seus antecessores.
Nem as dúvidas sobre a legalidade da greve, nem o exemplo obtuso da médica que abandona o bloco operatório para ir buscar o filho à escola serviram o efeito pretendido. Provavelmente tiveram mesmo o efeito contrário. Vieram evidenciar o pouco respeito que o ME tem pelos seus trabalhadores. Estes exemplos foram um atentado à inteligência destes profissionais e das famílias.
Os professores estão cansados de serem maltratados: não lhes contam o tempo de serviço todo (ignoram 6 anos, 6 meses e 23 dias de trabalho, como se nada tivessem feito, sendo que na Madeira e nos Açores tal não acontece); estrangulam a carreira (casos dos 5º e 7º escalões); mantêm, na condição de contratados, profissionais com 20 anos de serviço; cortam a possibilidade de os professores mais velhos se aposentarem mais cedo (o que acontecia antes) para poderem dar lugar aos mais novos; mantêm salários precários e pouco atrativos... Enfim, chegou a hora de dizer BASTA!
Mas o que têm feito os sindicatos? Curiosamente esta indignação tão participada prende-se com o facto de este ser um movimento oriundo das bases, orientado, é certo, pelo jovem sindicato S.T.O.P. (Sindicato de Todos os Profissionais da Educação), que chegou, foi ao encontro do que era necessário e convenceu. Talvez as forças sindicais tradicionalmente mais instaladas, devam repensar o caminho que têm vindo a fazer.
Assim, hoje, apesar das operações STOP levadas a cabo pela GNR nas várias estradas de acesso à capital, a resposta foi esta: 100 mil pessoas nas ruas de Lisboa, numa marcha pela Educação. Professores, profissionais da Educação, pais, alunos e cidadãos comuns estiveram juntos, solidários, na defesa da Escola Pública.
Veja as fotos:
3 comentários:
Parabéns, Manuela, pelo teu texto e à Marta pelas fotos. Foi muito bom termos estado lá e termos visto este protesto gigantesco, histórico mesmo. Obrigada.
Texto e fotos excelentes. Parabéns Manuela e Marta Couto.
Este foi um trabalho de mãos, de cá e de lá. Juntos somos sempre mais fortes!:)
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