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segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

taquicardia: o que é, o que aumenta o risco, os sintomas e como se previna e trata

O cardiologista Ramiro Sá Carvalho explica tudo sobre este problema de saúde.
Tome nota destes valores. “No adulto, a frequência cardíaca varia entre os 60 e os 100 batimentos por minuto, em repouso”, explica o cardiologista Ramiro Sá Carvalho, do Heart Center do Hospital Cruz Vermelha, acrescentando: “Quando a frequência cardíaca aumenta acima dos 100 batimentos por minuto estamos perante uma taquicardia.” Veja as respostas do médico.
O que é?
A taquicardia pode acontecer como resposta normal do coração a estímulos externos, como o exercício físico ou o stresse emocional, ou ser um sinal de doença cardíaca, pulmonar, ou de outras doenças como, por exemplo, da tiroide. Também é comum estar relacionada com a ansiedade, a febre, o tabagismo, o excesso de álcool, drogas ou cafeína, ou como efeito secundário de alguns medicamentos.
O que aumenta o risco?
Certas situações podem aumentar o risco de desenvolver batimentos cardíacos acelerados – taquicardia:
• Doença das artérias coronárias
• Enfarte do miocárdio
• Insuficiência cardíaca
• Doenças inflamatórias ou degenerativas do coração
• Doença pulmonar crónica
• Doenças da tiroide
Quais os sintomas?
Os sintomas da taquicardia são consequência da incapacidade do coração em bombear o sangue suficiente para o corpo, levando a um défice de oxigénio nos tecidos. Habitualmente, a taquicardia causa sintomas como a sensação de o coração estar a bater muito depressa (palpitações), falta de ar, cansaço, dor no peito, desmaios ou mesmo morte súbita. Algumas arritmias podem levar à formação de coágulos no sangue que provocam o acidente vascular cerebral.
Em algumas situações, não existem sintomas e a taquicardia é detetada numa consulta de rotina ou num eletrocardiograma.
Como se faz o diagnóstico?
Para chegar ao diagnóstico e perceber a causa/origem da taquicardia é necessário um exame clínico completo e a realização de vários exames complementares, que podem ser exames simples como um eletrocardiograma, um ecocardiograma ou um holter, ou haver necessidade de efetuar exames invasivos, mais complexos, como estudo eletrofisiológico ou coronariografia.
Só com o diagnóstico e a causa/origem da taquicardia é que se consegue instituir o tratamento de uma forma mais eficaz.
Quais os tratamentos?
O tratamento da taquicardia deve ser indicado pelo médico assistente/cardiologista e varia de acordo com o tipo de taquicardia e a sua causa. E também é diferente se estamos perante um episódio agudo ou se o objetivo é a prevenção de novos episódios ou o seu controlo.
Durante um episódio agudo de taquicardia, o tratamento pode ser o realizar de simples manobras vagais, como tossir ou colocar gelo na face, ou haver necessidade de medicamentos intravenosos ou mesmo a aplicação de um choque elétrico.
A prevenção de novos episódios pode ser feita mediante a toma de medicamentos, por uma intervenção invasiva através de um cateterismo (ablação) ou pela colocação de um pacemaker ou de um desfibrilhador. Este dispositivo especial (desfibrilhador) tem a capacidade de perceber qual é o tipo de taquicardia, e se for um tipo de taquicardia que coloca a vida em perigo, consegue corrigir.
O controlo e o tratamento das situações crónicas são principalmente dirigidos à causa da taquicardia, ou seja, ao controlo e ao tratamento da doença que está a provocar a taquicardia. Se a causa é uma doença cardíaca, este tratamento pode necessitar de medicamentos ou mesmo de uma intervenção cirúrgica.
Outro aspeto importante é a prevenção das consequências que algumas taquicardias podem ter, nomeadamente a formação de coágulos sanguíneos, que podem ser evitados com recurso a anticoagulantes.
Como prevenir?
A prevenção das situações que aumentam o risco de aparecimento de taquicardia reduz igualmente o risco de desenvolvimento de doença cardíaca. São medidas que incidem sobre os fatores de risco que podemos modificar, ou através de mudanças no estilo de vida ou com intervenções farmacológicas, como a obesidade, o colesterol, a hipertensão arterial, a diabetes, o tabagismo, a vida sedentária e o stresse.
O acompanhamento pelo médico assistente/cardiologista e a realização de exames para avaliar o “estado de saúde do coração” também são medidas a ser adotadas, no sentido da prevenção. @ Sapo

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