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terça-feira, 31 de janeiro de 2023

OUVIR: Santana Castilho

Depois da entrevista do primeiro-ministro António Costa a António José Teixeira, ontem à noite, na RTP, vale a pena ouvir Santana Castilho. 

à data de 28.01.2023, na CNN

atualidade: justificações para baixas até 3 dias vão passar a ser dadas pelo SNS24

Saiba como funciona, quando entra em vigor e porque a Ordem dos Médicos considerou a medida “desastrosa”


As ausências ao trabalho por doença até três dias vão começar a poder ser justificadas através de uma declaração do SNS24, sem necessidade de um atestado médico ou certificado do médico de família ou do hospital. Assim, junto da entidade patronal, o trabalhador já não precisa de ir ao médico num centro de saúde – em caso de indisposição ou doença de curta duração, basta uma declaração do portal SNS24.
Mas como funciona?
Quem precisa de uma justificação por doença só o consegue através de uma declaração de um estabelecimento hospitalar, seja um centro de saúde seja um hospital, ou um atestado médico. A medida legislativa, proposta pelo grupo parlamentar do PS, visa tornar o processos meno burocrático, sendo uma alternativa para aliviar a pressão sobre os estabelecimentos hospitalares.
O trabalhador por conta de outrem só tem direito a remuneração parcial do seu ordenado em caso de ausência por doença superior a quatro dias. Já os trabalhadores independentes apenas recebem apoio após 10 dias de incapacidade para trabalhar por doença.
Quando vai estar operacional?
A simplificação destes pedidos de baixa de curta duração e que não são remunerados foi proposta pelo grupo parlamentar do PS, em articulação com o Ministério da Saúde. Vai ser votada na Assembleia da República esta quarta-feira. A publicação do diploma em ‘Diário da República’ deverá acontecer até ao final de março, pelo que a lei entrará em vigor no primeiro dia útil do mês de abril, ou seja, dia 3.
É semelhante à baixa da Covid-19?
Sim, cumpre o mesmo objetivo: evitar que os doentes se desloquem aos centros de saúde e hospitais, embora no caso da pandemia pretendia evitar a propagação da doença.
Assim, o SNS24, segundo a proposta socialista, só poderá passar a justificação quando a doença não ultrapassar os três dias consecutivos, até um limite de 6 dias por ano. O trabalhador não recebe ordenado, nem subsídio de doença, mas tem, ainda assim, de justificar a falta.
Ordem dos Médicos fala em “medida desastrosa”
A Ordem dos Médicos criticou este domingo a possibilidade da Linha SNS24 poder passar baixas de curta duração, sem necessidade de um atestado do médico de família. “Não concordamos com esse tipo de medida. O que o dr. Manuel Pizarro e a Comissão estão a propor é uma situação completamente fora da caixa e que vai ter consequências desastrosas em pouco tempo”, revelou o bastonário Miguel Guimarães.
“A Linha Saúde 24, que tem tantas funções, e uma das suas principais funções é orientar devidamente os doentes que devem ir às urgências e quem não deve ir às urgências. A partir de agora, a preocupação é ligar para lá para conseguir uma baixa. Como podem passar uma baixa, se não há médicos na Linha Saúde 24?”, referiu Miguel Guimarães. @ Sapo

Europa está à beira de uma catástrofe hídrica: reservas de água subterrânea estão quase secas


A Europa está à beira de uma catástrofe, alertam os cientistas: em causa estão as reservas de água subterrânea, que estão a ficar secos, dada a grave escassez de água durante os meses de verão de 2018 e 2019 – desde então, não houve um aumento significativo nos níveis de águas subterrâneas, que permaneceram constantemente baixos.
A seca severa está a prejudicar os habitats naturais, o que afeta por sua vez a agricultura e é responsável por grande escassez de energia, sublinhou o estudo publicado recentemente na revista científica ‘Geophysical Research Letters’, e os efeitos foram particularmente evidentes na Europa durante o verão do ano passado.
As consequências? Os leites de riscos secos e o lento desaparecimento de águas estagnadas impactaram severamente a natureza e as pessoas; numerosas espécies aquáticas perderam os seus habitats ao passo que o solo seco causou muitos problemas para a agricultura. A escassez energética na Europa também sofreu – sem quantidades suficientes de água para arrefecimento, as centrais nucleares em França lutaram para gerar eletricidade suficiente. Também as centrais hidroelétricas tiveram muitas dificuldades em cumprir as suas funções.
Para recolher os dados, a equipa utilizou gravimetria por satélite para observar os recursos hídricos subterrâneos do mundo e documentar as mudanças observadas nos últimos anos, tendo para isso utilizado satélites gémeos que orbitam a Terra a uma altitude de pouco menos de 490 km.
Os satélites forneceram dados de leitura de massa total, que depois são subtraídos as mudanças nos rios e lago – foi também retirado a humidade do solo, a neve e o gelo para permanecer apenas as águas subterrâneas.
A distância entre os satélites, de cerca de 200 km, foi crucial para o projeto. O que estava atrás não conseguiu alcançar o da frente, levando-os a serem apropriadamente chamados de Tom e Jerry. A distância foi constante e precisamente medida.
Se voassem sobre uma montanha, o satélite da frente era inicialmente mais rápido do que o de trás por causa do aumento de massa por baixo. Depois de passar a montanha, desacelerava ligeiramente, sendo que o satélite traseiro acelerava quando alcançava a montanha. Essas mudanças na distância sobre grandes massas foram os principais fatores de medição para determinar o campo gravitacional da Terra e foram medidas com precisão micrométrica.
“O processamento e o esforço computacional aqui são bastante grandes”, revelou Torsten Mayer-Gürr, professor da Universidade de Tecnologia de Graz, na Áustria, e autor do estudo. “Temos uma medição de distância a cada cinco segundos e, portanto, cerca de meio milhão de medições por mês. A partir disso, determinamos mapas de campo de gravidade.”
Enquanto Tom e Jerry forneceram a massa total, as mudanças na massa dos rios, lagos, humidade do solo, neve e gelo foram subtraídas, deixando apenas o nível das águas subterrâneas, o que revelou que a situação da água na Europa se tornou muito precária.
“Há alguns anos, nunca teria imaginado que a água seria um problema aqui na Europa, especialmente na Alemanha e na Áustria. Na verdade, estamos a ter problemas com o abastecimento de água aqui. Temos de pensar sobre isso”, alertou Mayer-Gürr. @ Sapo

saúde: os principais sintomas de ‘Orthrus’, a nova variante do coronavírus


Há agora uma nova estirpe da Covid-19 que tem-se tornado motivo de preocupação: a CH.1.1, apelidada de ‘Orthrus’. Esta estirpe surge depois da XBB.1.5, também conhecida como ‘Kraken’, que é agora a dominante nos Estados Unidos da América (EUA), sendo responsável por um número estimado de 61% dos casos, de acordo com os dados federais de saúde.
Prevê-se que a CH.1.1, uma nova subvariante da Ómicron, venha a ser uma das linhagens dominantes no Reino Unido, contabilizando-se já um elevado número de casos em todo o país. No dia 14 de janeiro, a Orthrus estava presente em 36,1% de todos os testes de Covid-19 analisados em Inglaterra, segundo os dados do Sanger Institute, um dos maiores locais de vigilância do Reino Unido que analisa as diferentes estirpes.
“A CH.1.1 está a tornar-se mais prevalecente e é uma das duas novas estirpes suscetíveis de se tornar a mais dominante no Reino Unido, de acordo com a Agência de Segurança Sanitária do Reino Unido (UKHSA)”, revelou a médica da Asda Online Doctor Kathryn Basford acrescentando: “A outra subvariante da família Ómicron – XBB.1.5 – foi identificada como uma possível nova estirpe dominante, mas embora se tenha espalhado rapidamente nos EUA, os níveis no Reino Unido ainda são muito baixos”.
Esta estirpe apresenta uma mutação preocupante em comum com a variante Delta que pode torná-la um perigo. Embora a CH.1.1 não seja uma ‘Deltacron’ – uma combinação entre a Delta e Ómicron – é um excelente exemplo de evolução convergente, um processo através do qual as variantes do coronavírus evoluem independentemente, mas captam as mesmas mutações.
Como identificar a CH.1.1?
Conseguir identificar os sintomas pode ajudar a detetar rapidamente a Orthrus. Dor de garganta, nariz a pingar, congestionamento e tosse são alguns dos indícios de infeção, segundo o farmacêutico da Pharmacy2U Duncan Reid. “Como a variante vem de uma linhagem semelhante à Kraken e Ómicron, é provável que os sintomas iniciais sejam semelhantes aos sintomas do frio”, explicou Reid.

A perda de apetite, náuseas, dores nas costas e falta de ar, podem também fazer parte dos sintomas, assim como espirros, dores de cabeça, dores musculares e um sentido de olfacto mais fraco, como aconteceu com outras estirpes da Ómicron. “Embora deva ficar claro que nem todos os casos de náuseas ou dores nas costas estarão ligados à Covid-19 seria sensato que as pessoas estivessem conscientes destes potenciais sintomas”, advertiu o farmacêutico ao salientar: Embora os sintomas da CH.1.1 não sejam atualmente mais graves do que os anteriores provocados pela mesma subvariante, o vírus pode ser desagradável”. “Se notar uma dor de garganta, ou sintomas semelhantes aos da gripe, então é melhor fazer um teste”, recomendou Reid acrescentando: “Certifique-se de que bebe muita água, descansa muito se contrair o vírus e toma um medicamento para aliviar a dor, se for necessário”.

O que fazer para ajudar a conter a propagação desta subvariante?

  • Evitar tocar nos olhos, nariz ou boca se as mãos não estiverem limpas
  • Lavar as suas mãos ou utilizar o higienizador de mãos regularmente ao longo do dia
  • Assegurar-se de que tem as vacinas atualizadas
  • Limitar o número de pessoas com quem se encontra e evitar lugares com multidões
  • Ainda que o uso de máscara já não seja necessário, o seu uso pode ajudar a parar a propagação
  • Se apresentar sintomas, evite o contacto com outras pessoas, especialmente as mais vulneráveis ao vírus. @ Sapo 

a história da astronomia está escondida na Tapada da Ajuda

O Observatório Astronómico é um autêntico tesouro de Lisboa. O edifício do século XIX é pouco conhecido, mas o objetivo é abri-lo à sociedade para revelar as suas histórias fantásticas.



Escondido no vasto terreno da Tapada da Ajuda está o Observatório Astronómico de Lisboa. Aqui já não se fazem atividades dedicadas à astronomia, mas a história que tem para contar continua presente em todas as salas e instrumentos. O Observatório está no terreno do Instituto Superior de Agronomia, mas é tutelado pelo Museu de História Natural e da Ciência que funciona no âmbito da Universidade de Lisboa. 
Foi mandado construir por D. Pedro V. Para a construção do Observatório, foi criada uma Comissão presidida por José Feliciano da Silva Costa (1797-1866) e impulsionada essencialmente por Filipe Folque (1800-1874) que encarregou, mais tarde, Frederico Augusto Oom (1830-1890) do acompanhamento da obra. Os primeiros esboços e o projeto de execução são da autoria do arquiteto francês Jean Colson que, mediante indicações da Comissão, terá tido como base de trabalho os desenhos do Observatório de Pulkova na Rússia. A obra terá sido acompanhada também pelos arquitetos José da Costa Sequeira (1800-1872) e Valentim José Corrêa (1822-1900). 
A construção decorreu entre 1860 e 1878. O Observatório inclui ainda edifícios de habitação que só foram totalmente concluídos próximo da viragem do século. O Observatório Astronómico de Lisboa é o Observatório Nacional português, instituição de referência para o estabelecimento da hora legal e publicação de dados astronómicos (almanaques e astronovas). A sua importância científica e histórica, em conjunto com a sua coleção, biblioteca e arquivo, não tem par no país. Foi integrado na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa em 1995, e desde 2012 integra o Museu Nacional de História Natural e da Ciência (MUHNAC). Os seus espaços, coleções, biblioteca e arquivos históricos são visitáveis a pedido. @ DN

escola sede: concurso "Cuillère d' Amour"

textos de alunos: "Take a minute, take five!"

Mais uma curiosidade "fresquinha", sugestão de Beatriz Araújo, 11ºG,   subcategoria "The World Around Us".

                                                            The coldest place in the world!!

 
                                                                                                                                                                                                                                                  Beatriz Araújo, 11º G
                                                                                                                                                                      cortesia do envio de Constância Silva, docente de Inglês e colaboradora do CRESCER 

assinado contrato para novo serviço de autocarros em Matosinhos, Maia e Trofa

Foi assinado, nesta manhã de sexta-feira, o contrato para o novo serviço de autocarros em Matosinhos, Maia e Trofa. Os três concelhos, unidos num dos cinco lotes em que foi dividida a região, eram os únicos que ainda não tinham entregue, formalmente, o serviço. Em causa estavam impugnações em tribunal, cujo efeito suspensivo foi levantado em dezembro. Prevê-se que o serviço esteja no terreno entre setembro e outubro próximos.


Antes da reunião do Conselho Metropolitano do Porto desta sexta-feira, foi assinado o contrato que faltava para o novo serviço de transporte rodoviário na Área Metropolitana do Porto (AMP). Só Matosinhos, Maia e Trofa ainda não tinham entregue formalmente a operação devido a impugnações que suspenderam automaticamente o processo. Assinaram o documento, nesta manhã de sexta-feira, o vice-presidente da Câmara de Matosinhos, Carlos Mouta, o presidente da Câmara da Maia, António Silva Tiago, e o autarca da Trofa, Sérgio Humberto.
A operação do lote 1 (correspondente a Matosinhos, Maia e Trofa) está, assim, entregue ao consórcio Barraqueiro/Resende. @ JN

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

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crimes nas redes sociais: raparigas dos 12 aos 16 em escalada de violência

 Análise feita a processos tutelares educativos relativos a crimes muito graves que chegaram ao Tribunal de Menores revela que 1/3 dos jovens recorreu a redes sociais no planeamento, organização e execução. Na maioria dos casos estudados a "defesa da honra" motivou os crimes.

Duas menores, de 15 e 13 anos, juntaram-se com mais oito raparigas de idades semelhantes, para agredir outras duas de 13 anos. Primeiro com "utilização de violência psicológica" obrigaram-nas a seguir até um beco isolado onde as espancaram. Para "aumentar a sua humilhação, vexame e constrangimento" gravaram as agressões para as "difundir por amigos e conhecidos" das vítimas".

Esta descrição está entre os 201 processos tutelares educativos analisados no Tribunal de Família e Menores pela socióloga Maria João Leote de Carvalho, que estuda a delinquência juvenil há mais de 30 anos.

É um dos casos que retrata uma nova tendência nos crimes graves cometidos por jovens entre os 12 e os 16 anos, identificada pela primeira vez por esta investigadora: nos processos em que houve utilização das redes sociais para o planeamento, organização e difusão dos crimes, são as raparigas quem estão ao comando da violência, são elas as protagonistas das agressões mais graves e algumas até já têm grupos organizados para encomendarem o ataque contra os seus alvos.

"Nos casos em que as redes sociais foram utilizadas não é significativa a diferença entre rapazes e raparigas, ao contrário da delinquência que acontece fora do digital, em que os rapazes estão sempre em maior número. As raparigas também agem de forma mais violenta no espaço físico, a serem mesmo em maior número nas agressões mais graves e únicas nas ameaças agravadas. Identifiquei alguns casos em que as agressões foram encomendadas a grupos de raparigas organizados para o efeito. Este é um espelho de delinquência juvenil no feminino que não é frequente", sublinha Maria João Leote, investigadora auxiliar da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, no Centro Interdisciplinar de Ciências Socias (CICS.NOVA).

Neste estudo, intitulado "Redes Sociais em Práticas de Delinquência Juvenil: Usos e Ilícitos Recenseados na Justiça Juvenil em Portugal" e publicado na revista científica Comunicação e Sociedade, assume "particular relevância o protagonismo de raparigas e dos seus grupos, a maioria agregando menores e jovens adultas, algumas liderando grupos de rapazes".

Para a maioria destas raparigas, "as redes sociais constituem locais de construção identitária e de disputa por poder, não se inibindo do recurso à violência sob diferentes formas".

Maria João Leote, que integra a Comissão de Análise Integrada da Delinquência Juvenil e da Criminalidade Violenta (CAIDJCV), criada pelo Ministério da Administração Interna para estudar respostas para o aumento da criminalidade dos gangues juvenis, escreve que este fenómeno - um possível reflexo das internacionalmente caracterizadas "fight compilations" (compilações de lutas), tradicionalmente masculinas - "ocupa um espaço privilegiado nas redes sociais das raparigas e as vítimas são essencialmente outras raparigas".

Esta "significativa sobrerrepresentação das raparigas enquanto autoras de ilícitos, especialmente com elevado grau de violência, em números muito próximos dos rapazes" revela-se uma "orientação distinta da que tem sido comum na delinquência oficialmente recenseada a nível nacional e internacional".

Na análise socioeconómica que fez aos envolvidos nos processos, Maria João Leote de Carvalho, concluiu que "há uma enorme diversidade social".

"Surpreende até alguns casos de alunos de quadro de honra e mérito. Alguns nem dão conta de que estão a cometer crimes, como a partilha de fotos. É transversal a todos os grupos sociais, jovens que aparentemente não apresentam fatores de risco tradicionais, estão integrados social e familiarmente, com percursos sociais que se destacam. Não integram os fatores clássicos na avaliação da delinquência", afirma.

Nas suas conclusões e recomendações, esta investigadora salvaguarda que "este estudo está limitado aos casos mais graves sujeitos a decisão da justiça juvenil em Portugal, logo com evidente prova de dano", sendo por isso importante "não se fechar a análise da delinquência numa visão dicotómica entre online e offline".

Considera que, até tendo em conta a transversalidade social detetada, deve haver "mais investigação" na avaliação do perfil do autor dos factos ilícitos". @ DN 

quantos anos de serviço precisam os professores para alcançar o topo da carreira?

Os professores precisam de trabalhar, em média, 39 anos e ter 62 anos de idade para chegar ao último escalão da carreira, segundo o relatório “Estado da Educação”, que alerta para a precariedade e pouca atratividade da carreira docente.

O Conselho Nacional de Educação (CNE) divulgou o relatório “Estado da Educação 2021”, que apresenta uma visão integrada de um conjunto de indicadores, dos quais se destaca o retrato aos professores, que nos últimos dois meses intensificaram os seus protestos e greves exigindo melhores condições salariais e de trabalho.

Há vários anos que os sindicatos denunciam a precariedade dos docentes, conhecidos por «andar com a casa às costas» ao sabor de vagas que abrem nas escolas e de novos contratos de trabalho, assim como a existência de mecanismos que impedem a progressão quando finalmente conseguem ingressar na carreira.

Em média, um professor passa os primeiros 16 anos de trabalho a dar aulas com contratos que se vão sucedendo. Durante esse período, o salário é sempre o mesmo. Quando finalmente se conseguem vincular aos quadros do Ministério da Educação têm, em média, 47 anos de idade e quase 16 anos de serviço. Quando chegam ao 4.º escalão, deparam-se com quotas e vagas de acesso ao 5.º, o que dificulta a progressão.

No passado ano lectivo, um em cada quatro docentes dos quadros (25,4%) estava no 4º escalão, e apenas 6,3% estava no escalão seguinte, refere o relatório divulgado.

Muitos professores nunca atingem o topo da carreira ou, quando chegam, estão à beira da reforma, segundo os dados do relatório, que mostram que os professores das escolas públicas do continente precisam, em média, de «39 anos de serviço e 62 anos de idade para ascender ao último escalão remuneratório».

Apesar de serem uma classe envelhecida – a maioria tem mais de 50 anos – apenas 16% estão no 10.º escalão: os professores portugueses são dos europeus que precisavam de mais anos de serviço para atingir o topo da carreira, segundo o relatório da OCDE “Education at a Glance 2022”.

No início do ano, o ministro da Educação sublinhou, no parlamento, que nove em cada dez docentes tinham progredido dois escalões na carreira desde 2018, apesar de reconhecer que tal não significa que «é tudo uma maravilha e que não há motivo de descontentamento».

Os salários são um dos motivos que levam os professores a sair à rua e o relatório do CNE diz que «Portugal é também um dos países onde o salário de início de carreira, dos professores do 3º Ciclo do Ensino Básico e ensino secundário, é inferior à média da OCDE», mas «o salário de topo é superior à média».

Apesar da precariedade e dos baixos salários, a maioria dos docentes tem uma licenciatura ou um grau equiparado e, na última década, houve um aumento progressivo do número de doutorados ou mestres, refere o CNE.

O envelhecimento da classe docente, quase 22% tem pelo menos 60 anos, e a pouca atratividade da profissão faz com que haja falta de professores, um problema que também se sente entre os docentes do ensino superior. @ Sapo


internacional: jovem negro espancado fatalmente por cinco polícias em Memphis

O vídeo do espancamento fatal do jovem Tyron Nichols por cinco polícias em Memphis, no estado norte-americano do Tennessee, desencadeou protestos em várias cidades dos Estados Unidos esta sexta-feira.


A polícia divulgou o vídeo das agressões dos polícias a Nichols, depois de ter sido parado por uma alegada violação de trânsito. Nichols acabou por morrer três dias mais tarde num hospital.

Centenas de pessoas saíram para protestar em várias cidades dos EUA, incluindo Nova Iorque, Atlanta, Washington D.C. e Detroit.

Em Nova Iorque, mais de 100 pessoas manifestaram-se em Times Square, no centro de Manhattan.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, mostrou-se “indignado” após visualizar os vídeos e apelou às pessoas para que não recorressem à violência para exprimir a sua raiva “justificável”.

Os agentes envolvidos no espancamento de Nichols foram demitidos do departamento de polícia e enfrentam uma série de acusações criminais pela morte de Nichols.

O Procurador-Geral, Merrick Garland, prometeu na sexta-feira uma investigação à morte de Nichols e apelou também a que quaisquer protestos sobre o incidente fossem pacíficos.

A polícia nos EUA tem sido acusada por organizações de direitos humanos de uso desproporcionado da violência contra a população negra no país.

Quase um terço de todas as pessoas mortas pela polícia nos EUA em 2021 eram afro-americanas, apesar de representarem apenas 13% da população do país. @ Sapo

escola sede: projeto "Inovar para o sucesso"- 4ª fase - curso - "Game - Based Learning and Gamification in the classroom"

 

Sobre o projeto "Inovar para o sucesso": 4ª fase - curso - "Game - Based Learning and Gamification in the classroom", chegou ao CRESCER a seguinte informação:

Hoje, dia 27 de janeiro de 2023, procedeu-se à seleção das candidatas do primeiro ciclo que concorreram  à quarta fase de candidatura de docentes que irão frequentar o curso estruturado: "Game - Based Learning and Gamification in the classroom", a decorrer em Praga. 

Assim ficaram seriadas as docentes:

Carla Maria Silva Garcez do Lago Pinto Cardoso, primeira candidata selecionada

Sandra Esmeralda Pereira Gonçalves Fontes, primeira candidata suplente.

Águas Santas, 27 de janeiro de 2023 
Júri: 
Paula Pacheco Silva
Lizete Pinheiro

nacional: 60% dos portugueses vê a sua situação económica agravada

Devido ao aumento do custo de vida, decorrente da inflação, gerada pela guerra na Ucrânia, e consequente crise alimentar e energética decorrentes, houve um agravamento das condições de vida de muitos portugueses. Segundo um inquérito da DECO Proteste, a situação financeira agravou-se para 60% da população nacional.

Se, em abril de 2022, 26% dos inquiridos dizia estar numa situação “muito difícil”, a percentagem aumentou para 36% em dezembro do ano passado.
Os inquiridos referem ter cortado os gastos particularmente na área da energia, alimentação e atividades de lazer, como passeio e idas a bares e restaurantes. Mas há também quem assinale ter cortado as despesas em roupa, férias e viagens grandes ou fins de semana, atividades culturais, na mobilidade, cuidados de saúde e até educação.
O aumento do custo de vida também levou a mudanças de comportamentos: 78% dos inquiridos relata desligar mais vezes as luzes ao sair de uma divisão, 67% tomam duches mais curtos e menos banhos, 60% retira mais vezes da ficha os carregadores de aparelhos eletrónicos quando não estão em uso, e 59% desliga mais vezes aparelhos de aquecimento e coloca eletrodomésticos e equipamentos em ‘standby’.
Quando a medidas para enfrentar o aumento das despesas, quase 30% dos portugueses relataram ter recorrido a poupanças.
Uma esmagadora maioria dos inquiridos (88%), concorda que as “empresas estão a aproveitar-se da inflação para aumentar os seus lucros”. Mais de metade concorda que a UE devia continuar a impor sanções económicas à Rússia, mesmo que afetem as economias dos Estados-membros. Por outro lado, 65% diz não confiar nos governos nacionais para controlar eficientemente e evitar aumentos injustificados de preços para produtos e serviços.
O questionário online, realizado em dezembro de 2022, teve como base uma amostra representativa da população entre os 25 e os 74 anos. No total, a DECO PROTESTE recolheu o testemunho de 1311 portugueses. @ Sapo

"burnout": neurocientista revela hábitos e suplementos que ajudam a combater o esgotamento mental

Esgotamento derivado da ansiedade pode prejudicar a saúde física e mental, mas existem alguns alguns hábitos e suplementos que podem ajudar, diz o neurocientista Fabiano de Abreu Agrela.

Fabiano de Abreu Agrela

O burnout é uma síndrome caracterizada pelo esgotamento extremo físico e mental, exaustão, tensão emocional e queda na produtividade. Este problema de saúde está relacionado diretamente com rotinas e condições de trabalho e tornou-se cada vez mais comum. De acordo com o especialista em neurociências com formação em Nutrição Clínica em Portugal, Fabiano de Abreu Agrela, existem alguns hábitos e cuidados que podem ajudar a reduzir os sintomas.
"Uma das principais indicações para quem possui ou quer prevenir o burnout é definir horários para descanso, evitar levar o trabalho para os momentos de lazer, garantir oito horas de sono, de noite não de madrugada, além de evitar o uso de aparelhos eletrónicos antes de dormir, ler um livro e refletir sobre o que foi lido ajuda a relaxar e descansar melhor à noite", refere.
"Para evitar a queda na disposição é importante reservar 30 minutos ao acordar para fazer uma caminhada e cuidar da alimentação, é importante ter uma alimentação equilibrada, como a dieta mediterrânea e japonesa", diz.
"Mas além dos cuidados físicos, devemos ter atenção às nossas necessidades mentais. O ser humano não pode ficar estagnado, tenha metas alcançáveis, pratique jogos de lógica e separe momentos para passar com a família, amigos e entrar em contacto com a natureza", acrescenta.

Suplementação também é fundamental
A suplementação também pode ser uma importante aliada nesse processo, ajudando a reforçar a ação do organismo no combate ao esgotamento, insónia e ansiedade.
"A suplementação com ómega 3 DHA+EPA é muito importante para ajudar na regulação do humor. Também é indicado o uso de vitaminas do complexo B e vitamina C juntamente com as principais refeições, ajudando a combater a fadiga e irritabilidade", aconselha Fabiano de Abreu Agrela.
"O uso de melatonina natural alguns minutos antes de dormir ajuda no combate à insónia e proporciona uma melhor noite de descanso, o que contribui bastante para melhorar a produtividade e melhorar a saúde mental", conclui.
O burnout surge combinado com a ansiedade excessiva, o que afeta o sistema límbico e prejudica a comunicação do cérebro com a região frontal do cérebro, que está ligada à tomada de decisões, foco e criatividade, assevera Fabiano de Abreu Agrela. O especialista salienta que é difícil desenvolver bons hábitos quando se está com desequilíbrios emocionais derivados da ansiedade, o que evidencia a importância de contar com ajuda profissional durante todo o tratamento. @ Sapo

nacional: metade dos adultos tem pelo menos dois problemas de saúde

Um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) revelou que cerca de metade da população adulta portuguesa apresenta dois ou mais problemas de saúde. A mudança de estilos de vida é fundamental para combater esta multimorbilidade excessiva.

Os dados - recolhidos junto de 891 pessoas com mais de 20 anos, escolhidas de forma aleatória e entrevistados pessoalmente - revelaram que 21,1% dos participantes manifestavam dois problemas de saúde, 12,1% apresentavam três, 7,7% tinham quatro e 8% evidenciavam cinco ou mais problemas de saúde. Ou seja, 48,9% têm pelo menos dois. Outra conclusão é que o risco de multimorbilidade aumenta 4% por cada ano de idade. As doenças que se revelaram mais frequentes foram as dores osteoarticulares ou dores musculares, hipertensão, ansiedade e colesterol elevado. Surgiram ainda casos de diabetes, problemas cardíacos, depressão, problemas gástricos, respiratórios, cardiovasculares (como AVC) e cancro.
O trabalho analisou o impacto que podem ter os estilos de vida e fatores sociodemográficos, considerados "como os principais fatores de risco e os principais modificadores das doenças não transmissíveis ou crónicas", explicou Rosália Páscoa, docente da FMUP e investigadora do CINTESIS. Os dados mostram que o tempo excessivo de exposição a ecrãs e a má qualidade de sono estão associados a um risco aumentado de sofrer de duas ou mais doenças, enquanto níveis mais baixos de stress se relacionaram com um menor número de condições crónicas.
Um estilo de vida mais saudável é, aponta Rosália Páscoa, "a primeira linha de tratamento e de prevenção para estas doenças". A investigadora sublinha o peso excessivo da multimorbilidade em Portugal. Um outro estudo realizado em 15 países europeus (no qual os dados de Portugal eram similares aos agora obtidos), apontava que o nosso país era o terceiro com maior prevalência, a seguir à República Checa e Polónia.
Estilos de vida
A análise do estilo de vida incluiu, para além da dieta, conhecer os níveis de atividade física, consumo de álcool, tabaco e drogas, mas também o sono, stress e o tempo passado em frente a ecrãs.
Consequências
As doenças crónicas são das principais causas de incapacidade, diminuição da qualidade de vida, sobrecarga dos serviços de saúde e mortalidade. @ JN

a luta dos professores continuou e continua

 Tal como o CRESCER noticiou, os professores da Maia marcharam, na passada sexta-feira, dia 27 de janeiro, da Escola Secundária da Maia até à Câmara da Maia, mostrando, uma vez mais, a sua indignação. Uma sexta-feira gélida, em final de uma jornada de trabalho. Sem prejuízo de aulas.

E nem o frio os demoveu. Tampouco, uma nova ida a Lisboa no dia seguinte. Sábado. Fim-de-semana. Mais uma viagem. 600 km de estrada. A expensas próprias. "Vamos embora que há muito croquete e rissol a fazer e bebidas quentes a preparar."

E no sábado de manhã, só do nosso agrupamento saiu uma camioneta de 70 lugares.

Quem os viu acreditou que estavam bem dispostos e que iam viajar, de novo, juntos. Mas foi a indignação que os moveu e a certeza de que o que reivindicam é justo e, a ser concedido, peca por tardio.

Já em Lisboa, juntaram-se aos que ali também faziam da união uma canção de protesto. Junto do Ministério da Educação foram chegando mais e mais, enquanto as televisões iam referindo "centenas" de professores, depois "milhares", a polícia apontava "80 mil" e os sindicatos "mais de cem mil". 

O que é certo é que tanta gente junta provocou espanto. E dificuldade de contabilização. Mas as imagens falaram por si.

A faixa transportada pelo nosso agrupamento foi feita por mãos dedicadas e sensíveis. Consagrava aquilo que a Escola faz: ensina a sonhar, a pensar e a decidir.

E foi movido desse pensamento crítico que o número de professores e cidadãos presentes foi crescendo. Sim, porque a escola faz-se de toda uma mole de gente que "ensina": assistentes operacionais, educadores, psicólogos, técnicos, professores, pais, alunos, famílias.

Era inegável a satisfação de quem fazia parte daquele protesto. Não por verem respondidas as suas reclamações, mas por estarem unidos. À medida que iam caminhando até ao Palácio de Belém, cantavam, proferiam palavras de ordem, empunhavam orgulhosamente cartazes (que cada um, criativamente, tinha concebido) e sentiam-se motivados para fazerem chegar o seu apelo ao Presidente da República. 

Os que apenas assistiam não ficaram indiferentes. Ver de perto a quantidade de profissionais das mais diferentes idades e ouvir as suas vozes era comovedor.

Já às portas do Palácio de Belém, as faixas não se esconderam, antes mostravam a mensagem que todos queriam evidenciar. Pelo caminho não faltaram manifestações de apoio dos que os viam caminhar.

"Apraz-me registar a ausência de bandeiras e cartazes sindicais", pôde ouvir-se. "A força das nossas palavras é muito maior do que a das guerrilhas partidárias", disse Maria, professora de Filosofia, colocada no Porto. "Estou muito feliz por este ser, claramente, um movimento das bases", acrescentou. "Na minha escola, nunca tal tinha acontecido: velhos e novos, dos mais diferentes quadrantes políticos, uniram-se a uma só voz.", disse ainda.

Obviamente que o STOP foi o grande responsável por este movimento, sobretudo porque deu voz a TODOS. E foi, por isso, o rastilho que incendiou a luta, justificada pelo cansaço acumulado de tanta injustiça.

O resto, o resto já sabem: foi entregue uma carta aos assessores do Presidente da República com as reivindicações dos professores; André Pestana, entusiasmado, dirigiu-se aos manifestantes e à população exaltando à continuidade da luta; sucederam-se comentários, muitos deles brilhantes, nas várias televisões, jornais e blogues de educação. Destacam-se os de Paulo Guinote, de Santana Castilho e de António Carlos Cortez.

E nada foi demagógico ou populista. Se alguns se inflamaram, foi por entusiasmo de ver a união existente. O que se ouviu foi a voz de quem vive a realidade e quis dizer BASTA. 50 anos depois do 25 de abril, não se pode pactuar com a sistemática indiferença dos governantes sobre os professores. Até porque, segundo os governantes, estas reivindicações são "justas". Então, por essa razão, há que agir. Não se pode ser "fofinho" e concordar e, depois, fazer "orelhas moucas" e referir que não há dinheiro. Não, não se pode. Desde 2008 que vemos os milhões a irem para as mãos dos bancos e da TAP, para indemnizações chorudas a administradores de empresas públicas e, até, para a construção de palcos de utilidade duvidosa (em nada ajustados ao que seria necessário). E nunca há euros para os professores. A prioridade será a equidade dos professores do Continente com os da Madeira e dos Açores, que, muita justamente, já conseguiram a contagem do tempo de serviço congelado. Recordemos que são 6 anos, 6 meses e 23 dias de roubo, um "apagão" na carreira dos professores. Como se não tivessem trabalhado. I-na-cre-di-tá-vel!

A jornada em Lisboa terminou por volta das 18h. Quem não era de Lisboa, regressou às camionetas e lançou-se em nova viagem

Restou a sensação do dever cumprido. "Sem dúvida que a adversidade une". E como se pôde ouvir neste movimento "professor que ensina a voar não pode rastejar."

Descanso, só mesmo no domingo. E não totalmente, pois esse também será passado na preparação de mais uma semana de aulas e de luta. Sim, de luta, porque ela continua. A greve dos professores por tempo indeterminado, que começou a 9 de dezembro, continua sem fim à vista e os manifestantes, em Lisboa, gritaram bem alto "não nos podem calar".

Como escreveu Rui Correia, num artigo de opinião, "o mundo precisa mais do que nunca dos sindicatos"Mas, "dos sindicatos contemporâneos exige-se ativismo de maturidade, músculo humanista, precisão técnica e uma sólida compleição reivindicativa. Exige-se tecnocracia, no seu melhor sentido: competência e alforria. Os professores exigem dos sindicatos uma imunidade absoluta ao destrambelho e à partidarite."
E acreditar e fazer acreditar que "Enquanto não se aceitar politicamente que os professores e os alunos são o reduto da inocência de uma comunidade"; enquanto não tivermos um governo, um sindicalismo, uma imprensa e uma comunidade dispostas a pôr as mãos no fogo pela educação, nunca deixaremos de ter professores em estado de ebulição e, à sua volta, em berraria ou em surdina, uma turba de gente petulante e tartufa que se resigna e consome, falida, a pagar os proverbiais custos da ignorância.

Votos de uma boa semana!

texto de Manuela Couto, professora
fotos e vídeos do grupo do Whatsapp "AESCAS em luta"
(post atualizado)

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

a luta dos professores continua: a marcha; a ida a Lisboa e as reuniões com o ME

 Hoje, no concelho da Maia, há uma marcha pela Educação pelas 19h, como ontem o CRESCER publicou.

Amanhã, uma manifestação em Lisboa.

E, em última hora, sabe-se que o ME pretende reunir com o Conselho de Escolas e, depois, com os sindicatos.



educação: em 2021, formaram-se apenas três professores para ensinar Física e Química, 8 para Filosofia e 21 para Matemática: eram precisos muitos mais


Relatório anual do Conselho Nacional de Educação dedicado ao Estado da Educação chama a atenção para problemas que se têm vindo a agravar como o envelhecimento dos professores e a falta de atratividade de uma carreira docente que, em toda a União Europeia, é a que exige mais anos de serviço para se chegar ao topo. Dezenas de milhares de alunos são já afetados nalgum momento do ano letivo pela dificuldade de encontrar docentes substitutos para assegurar as aulas.

É mais um alerta para uma situação antecipável, mas que só nos últimos três anos ganhou visibilidade e urgência: a percentagem de inscritos em cursos exigidos como habilitação para dar aulas tem vindo a diminuir (pelo menos até 2021) e o número de diplomados em mestrados de ensino é manifestamente insuficiente para as necessidades. @ Expresso 


educação: a “infernal” burocracia que agrava o quotidiano nas escolas portuguesas

Ricardo Esteves, da APEDE, enumerou, na RTP, uma lista de trabalhos burocráticos diários a que os professores portugueses não conseguem escapar. A VISÃO falou com duas professoras que descrevem um quotidiano "infernal", passado entre plataformas e papeladas. Mário Nogueira, da FENPROF, admite que "até a tutela reconhece este problema" e lamenta que ainda "nada tenha sido feito".
As greves dos professores têm marcado o dia-a-dia nas escolas portuguesas, neste início de ano. Visto com bons olhos pelos docentes, em março de 2022, o ministro João Costa perdeu o “estado de graça”, menos de um ano depois de ter substituído Tiago Brandão Rodrigues na pasta da Educação.
O formato para a colocação de professores e a reposição do tempo de carreira continuam no topo das prioridades e a servir de combustível aos protestos, apenas comparáveis aos registados aquando da passagem de Maria de Lurdes Rodrigues pelo Ministério da Educação, entre 2005 e 2009. E nem as garantias de diálogo de João Costa parecem ser suficientes para travar a contestação.
Na linha da frente, a FENPROF mantém-se como a organização sindical mais representativa do setor. Mas são os novos movimentos – como o STOP – que têm dado um novo ímpeto aos protestos, unindo e mobilizando em massa os docentes, como provou a marcha engrossada por dezenas de milhares de professores, que, no passado dia 14 de janeiro, invadiram as ruas de Lisboa.
De fora, os portugueses assistem com atenção – principalmente, os que têm filhos em idade escolar. Discutem o assunto, muito. E as opiniões dividem-se, como não poderia deixar de ser. Ainda esta semana, novo tópico fez soltar as línguas e os dedos de teclado: a excessiva burocracia que povoa as escolas portuguesas e que os professores exigem que termine. Imediatamente.
Na noite de terça-feira, no programa É ou Não É – O Grande Debate, da RTP, conduzido por Carlos Daniel, o professor Ricardo Silva, presidente da Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino (APEDE), lançou o lamento, dando o pontapé de saída para a discussão. Com vista a elucidar “os pais dos alunos”, Ricardo Silva enumerou as tais “tarefas burocráticas [para além da função de ensinar] a que são ‘forçados’, quotidianamente, todos os professores” – nomeadamente, o preenchimento de plataformas e papéis, identificados por siglas amontoadas e incompreensíveis, a que se somam pilhas de planificações, listas, fichas, justificações, planos de recuperação e relatórios, entre outros. @ Sapo

educação: faltam psicólogos nas escolas, rácio é de um para 744 alunos

As escolas têm falta de psicólogos para apoiar os alunos, revela o relatório "Estado da Educação 2021", que salienta o facto de alguns destes profissionais trabalharem simultaneamente em várias escolas e com diferentes níveis de ensino.

O Conselho Nacional de Educação divulgou hoje a sua publicação anual, na qual faz um retrato do “Estado da Estado” em Portugal, analisando fatores variados como os recursos humanos das escolas, de onde se destaca o pessoal não docente.
No ano letivo passado, havia um rácio de um psicólogo para 744 alunos, segundo o relatório, que sublinha que tem havido uma “redução progressiva do número médio de alunos por horário de psicólogo equivalente a tempo integral, nos últimos quatro anos, no continente”.
No entanto, este número continua acima do valor máximo definido por várias “organizações internacionais de referência, que sugerem que o rácio não deverá ultrapassar os 500 a 700 alunos por psicólogo”.
O CNE sublinha que o rácio de alunos por psicólogo pode ser determinante para a qualidade dos serviços prestados, com a agravante de “frequentemente a ação destes profissionais se dividir por várias escolas e por diferentes níveis de educação e ensino”.
A situação é bastante melhor nas ilhas: No ano passado, nas escolas açorianas, cada psicólogo tinha, em média, 419 alunos. No entanto, nesse ano, houve um aumento médio de 31 alunos por técnico especializado, interrompendo a tendência decrescente dos últimos anos.
Os psicólogos representavam mais de metade dos “Técnicos Especializados” que estão nas escolas, segundo o relatório do CNE, que indica que a maior parte dos 1.509 horários é ocupada por psicólogos (636), seguindo-se os terapeutas da fala (366) e os terapeutas ocupacionais (137).
O relatório aponta ainda para a carência de Técnicos Especializados de Informática, necessários para “assegurar a qualidade do ensino, cada vez mais dependente de recursos tecnológicos e digitais”.
O CNE salienta a importância do trabalho de todo o pessoal não docente, desde os funcionários que estão à entrada da escola até aos psicólogos, sublinhando que são cada vez menos desde 2013/2014.
No ano letivo passado, havia nas escolas do continente 83.387 trabalhadores não docentes, sendo que era no norte do país que se encontram mais funcionários (19.765), seguidos da Área Metropolitana de Lisboa (12.853) e da região Centro (11.496).
Nos últimos anos, os diretores das escolas têm solicitado ao ministério mais trabalhadores não docentes, sublinhando que são uma peça fundamental no funcionamento das escolas e no sucesso académico dos alunos.
Os trabalhadores não docentes também estão a participar nas greves que estão a decorrer em todo o país desde dezembro do ano passado, exigindo melhores salários e maior estabilidade profissional.@ Sapo