O benefício número 1 que mantém as pessoas felizes no trabalho, segundo executiva da Finlândia.
O país mais feliz do mundo aposta numa medida para manter os seus funcionários mais felizes, produtivos e engajados com o trabalho. Saiba qual é.
Heidi Virta |
A Finlândia é o país mais feliz do mundo e, para levar esse sentimento para o mercado de trabalho, é preciso apostar num grande benefício: a flexibilidade.
Um dos fatores que contribui para a flexibilidade no mercado finlandês é a confiança que as empresas depositam nos funcionários, segundo a finlandesa Heidi Virta, diretora da Business Finland para a América Latina.
“As pessoas na Finlândia confiam umas nas outras e isso permite um ambiente de trabalho flexível, porque a preocupação não é onde e quando a pessoa trabalha, mas o foco está nos resultados. Acreditamos na capacidade e nas palavras uns dos outros.”
O mercado de trabalho finlandês também tem uma hierarquia horizontal e igualitária, ou seja, o CEO da empresa e os funcionários trabalham no mesmo ambiente, juntos, e qualquer pessoa tem acesso à diretoria. “Isso torna o ambiente mais leve e flexível, pois há um ambiente de colaboração mútuo e de muito respeito.”
Outro ponto que a executiva reforça e que garante o sucesso da flexibilidade no mercado de trabalho da Finlândia é a filosofia de Work Life Balance - equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
“As empresas preocupam-se com o bem-estar do funcionário, então, se para ele é melhor, por exemplo, trabalhar mais dias de casa e estar com a família, ou até viajar, isso não é um problema. As empresas entendem que não é preciso estar presencialmente no escritório para entregar resultados, nem ter um horário fixo. O colaborador tem a flexibilidade de escolher o horário de iniciar a jornada de trabalho e quando vai tirar o tempo de descanso”, diz a executiva que reforça que as empresas têm uma carga horária de 8 horas por dia ou até 6 horas.
“Aqui não existe esta cultura workaholic. O trabalho faz parte da vida das pessoas, mas a prioridade é a família, a saúde e os tempos de lazer.”
Ela trabalha menos de 8 horas por dia
A brasileira Brena Valéria da Cruz Cardoso mudou-se para a Finlândia em 2023 para assumir o cargo de UX Designer na Neon Koi, empresa de jogos que faz parte da PlayStation Studios. Ela é uma dessas funcionárias que se sente feliz com a rotina do trabalho. A companhia de jogos, que fica localizada na cidade de Helsinki, oferece para os seus mais de 40 funcionários um regime de trabalho de 7,5 horas por dia no formato flexível.
“A flexibilidade realmente funciona aqui. Temos a liberdade de flexibilizar o horário de trabalho para equilibrar melhor nossas vidas pessoais e profissionais”, diz. “Por exemplo, eu organizo-me para passar um tempo a mais com o meu marido, porque devido ao trabalho remoto para o Brasil, temos horários diferentes, então às vezes eu escolho começar mais cedo ou mais tarde para passar um tempo a mais com ele, e está tudo bem para empresa, desde que cumpra as responsabilidades e mantenha dentro do horário principal de comunicação do time.”
Brena Valéria da Cruz Cardoso |
A flexibilidade que começa na sala de aula
A cultura "Work Life Balance" estende-se a todos os setores do país, segundo a finlandesa Virta. “Os professores e a educação são muito valorizados na Finlândia, entendemos que as crianças também precisam de tempo para estudar, brincar, divertir, ficar com a família e descansar.”
Para ser professor no país mais feliz do mundo, é preciso ser um dos melhores alunos e todos precisam ter mestrado, afinal é uma das carreiras mais estimadas, afirma a executiva da Business Finland. Fonte: Exame (adaptado)
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