“A preparação do novo
ano letivo está muito atrasada”, avisa esta terça-feira Arlindo Ferreira,
diretor do Agrupamento de Escolas Cego do Maio e autor do blogue dedicado à
educação ArLindo, citado pelo ‘Jornal de Notícias’, que denuncia que falta o
esclarecimento sobre o novo Plano de Recuperação de Aprendizagens, por exemplo.
“É preciso saber se,
por exemplo, haverá continuidade de programas como o Plano Nacional de
Desenvolvimento Pessoal, Social e Comunitário, que conta com psicólogos,
assistentes sociais e outros técnicos. À data, ainda não sabem se irão
continuar em funções”, adianta Arlindo Ferreira.
Filinto Lima,
presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas
Públicas (ANDAEP), acredita na continuidade dos programas em vigor. “Os
programas que contam com técnicos especializados não me passa pela cabeça que
possam não se manter. Devem continuar nas escolas e é preciso que isto seja
confirmado”, salienta, reforçando que esse passo deve ser dado “rapidamente”
para os diretores prepararem o ano letivo.
Há também
preocupações sobre o resultado do concurso dos professores. “É ano de grande
concurso e as escolas estão à espera de novos professores. Os corpos docentes
vão ser renovados. O resultado do concurso é muito importante, pois vai haver
grandes alterações”, frisa o responsável da ANDAEP, lembrando que “os diretores
preparam o próximo ano com base nos professores e têm de saber com o que contam
no mais curto espaço de tempo”.
“Nesta altura do ano,
desta vez deveria saber-se mais cedo, porque vai haver grandes mudanças.
Ninguém sabe com que professores pode contar no próximo ano”, sustenta Arlindo
Ferreira. “Passam a ser as direções a decidir o próximo ano sem envolver os
professores e significa também que, durante o mês de agosto, os diretores terão
de trabalhar muito para conseguir preparar tudo”, reforça.
O programa do Governo
entregue na Assembleia da República em março dava conta de mudanças na
avaliação externa, com novas provas de aferição nos 4º e 6º anos a Português,
Matemática e a uma terceira disciplina rotativa a cada três anos, em
substituição das provas de aferição atualmente em vigor. No entanto, essa
intenção ainda não saiu do papel e os diretores escolares querem
esclarecimentos. “Há muitas decisões que as escolas tomam tendo em conta as
provas. Se mudarem para o 4º e 6º ano, a planificação terá de ser diferente”,
explica Arlindo Ferreira.
Por último, o
calendário escolar definitivo – para os próximos quatro anos letivos – ainda
não foi divulgado. Para Filinto Lima, a proposta de término do 1º ciclo merece
“grandes críticas”. “Não está explicado porque é que o pré-escolar e o 1º
ciclo, mais uma vez, vão ter mais duas semanas de aulas que os outros ciclos,
não se sabe por que razão isso acontece. Os diretores e os pais não entendem e
a crítica que faço é a falta de clarificação. Isto precisa de ser clarificado.
A pergunta é: porquê?”
“Terminámos este ano com mais estabilidade e paz. O acordo que foi feito para a recuperação do tempo de serviço acalmou os professores e foi muito positivo. E, nessa perspetiva, acredito que vamos dar um arranque do novo ano letivo tranquilo, com paz e estabilidade”, conclui Filinto Lima. Fonte: Sapo
Sem comentários:
Enviar um comentário