Sra. D. Rosa Oliveira (Rosinha) |
A Sra. D. Rosa Oliveira fez
questão de vir até à escola conversar com a equipa do “conta-me como foi…” e
foi com grande alegria que recordamos muitas histórias:
as que aqui se publicam e outras mais particulares que ficam só para nós. Sim,
porque esta equipa é formada por dois professores que contam com muitos anos de casa
e, por isso, guardam alguns tesourinhos.
A Rosinha começou a trabalhar na ESÁS no ano letivo 1974/75, já na escola que ficava “ao lado da D. Paio”, escola essa que existia desde 1972/73.
“Nós iniciamos a nossa
escola em 73/74, nas Enxurreiras, e eu entrei ao serviço no dia 12 de agosto
de 1974, na altura em que íamos mudar para as instalações ao lado da escola de D.
Paio. Foi o professor José Manuel Dias da Cunha que me entrevistou. Lá, só a
cantina e o pavilhão desportivo eram partilhados. Tínhamos pavilhões distintos.
E depois mudamos para aqui em 1986/87. Fizemos a mudança antes do ano letivo
começar.”
Como aqui o CRESCER revelara, a ESÁS inicia-se nas Enxurreiras em 1973/74 como uma secção da Escola da Maia e muda-se no ano seguinte para Pedrouços (ao lado da Escola D. Paio) onde esteve de 1974/75 a 1985/86.
a palmeira antes de 2011 |
Assim sendo, a Escola
Secundária de Águas Santas, com morada na Rua Nova do Corim, nasce em 1986/87
sob a presidência do professor Rui Costa e com o professor Ferreira como
vice-presidente. No ano letivo seguinte, 1987/88, assume a presidência o
professor Ferreira, com o professor Rui Costa como vice-presidente. E desde aí
até aos dias de hoje, o professor Ferreira manteve-se sempre como
presidente/diretor das várias equipas que democraticamente foram eleitas.
Nesse sentido, apelando à sua prodigiosa memória, a Rosinha foi
recordando alguns professores que participaram das várias equipas diretivas,
desde a formação da ESÁS, referindo-se a eles pelos nomes e apelidos ou pela
associação à disciplina que lecionavam: Elisabete (de Matemática), Helena Coutinho (como presidente), Rui Costa, Rute Teles, Abílio da Fonseca, Manuela
Marques (como presidente), Manuela Eirola, Maria Ana Pacheco, Elisabete Almeida,
Eugénia (de Trabalhos Oficinais), Carlos Cardoso, Isabel Agrelos, Isabel Azevedo, Judite Cardoso, Manuela Couto, Helena Coelho, Manuela Barbosa…
Recordou também alguns colegas
de profissão: o peculiar senhor Hernâni – guarda-noturno; o senhor Pilar –
chefe dos serviços administrativos; o senhor Agostinho – que começou como
guarda-noturno e depois passou para o dia; o filho do sr. Agostinho, Bruno
Alves, que foi aluno da escola e depois foi segurança; a D. Arminda, a Rosinha e a
Teresa – da cozinha que foi aberta em Pedrouços em 1975…
Neste jogo de memórias, a Sra.
D. Rosa Oliveira também recordou alguns episódios menos bons,
nomeadamente, algum “sururu” nas festas em Pedrouços. “O ambiente à volta da
escola não era grande coisa!”
Mas a Rosinha também se
recorda da autoridade que conseguia ter. “Às vezes, eu chegava às confusões e
punha tudo na ordem.” É importante registar que a Rosinha foi chefe dos
funcionários depois do Sr. Lívio ter saído. Ele também veio de Pedrouços, como
tantos. Agora, o Sr. Lívio já tem 91 anos. “O senhor Agostinho e eu fazíamos parte da equipa
de chefia.”
“A minha vida dava um filme”
A Sra. D. Rosa Oliveira tem um longo percurso profissional. Começou a trabalhar aos 11 anos, numa fábrica de candeeiros e noutra de tecidos, e só depois chegou à escola. Anos depois de aqui trabalhar, foi-lhe sugerido que fizesse formação no CNO (Centro das Novas Oportunidades), para ficar com mais habilitações, mas isso não a atraía. “Tinha vergonha de dizer que tinha apenas a 4.ª classe e que tinha começado a trabalhar tão cedo. As lágrimas rolavam-me como pérolas.”
Mas a Rosinha obteve o certificado de frequência do 5.º e 6.º ano, orientada pela formadora Cristina ("uma joia de senhora”), só não quis prosseguir. “Tinha vergonha, mas reconheço que às vezes sabia mais que algumas colegas com mais habilitações. Foi a vida que me ensinou.”
Aqui na escola “adaptei-me
muito bem, mas sempre me senti diminuída apesar de ser muito acarinhada por todos. É
feitio! Talvez fosse porque em casa éramos necessitados e era preciso levar pão
para a mesa. Os meus pais deram-me a emancipação total para poder trabalhar.”
A escola e a família
A Rosinha sente muito amor
pela instituição Escola. “Toda a minha família esteve e está ligada ao trabalho nas escolas: a minha
mãe, a minha irmã, eu, o meu filho, a minha nora, a minha sobrinha e o meu
sobrinho.”
“Por isso, eu sinto esta
escola como uma família e vivi-a como tal.”
Quando convidada a definir o tempo que viveu na ESÁS disse: “Éramos uma família!” Esta não foi a primeira vez que o CRESCER ouviu esta expressão. Curiosamente, outros entrevistados a usaram também.
De outros tempos, recorda a
grande agitação e as muitas atividades. Era o tempo da Escola Cultural.
“Os pais faziam muitas coisas. Havia folclore. Os meninos dançavam e faziam mais
coisas. Também havia teatro. Lembro-me da Denise, da Carla Maciel (que agora é atriz, assim como o marido)...” E tinha muito trabalho, Rosinha? “Não, não tinha muito trabalho. Era bom! Éramos
poucos, todos se conheciam. Isso antes de sermos agrupamento, claro!” (riu)
a palmeira em 2011 |
A Rosinha, a Sra. D. Rosa Oliveira, pessoa muito querida por toda a comunidade, guarda no coração as vivências da ESÁS e “numa moldura, na minha sala, uma fotografia que a senhora me tirou, quando me fui embora." (Ora veja se foi a que o CRESCER usou nesta notícia de 31.03.2014. 😉)
Sra. D. Rosa Oliveira, saiba que a ESÁS não a esquece. Em nome da escola, o CRESCER agradece a sua disponibilidade e o tempo concedido a esta tão bela conversa, deseja-lhe muita saúde e boa disposição para o tempo presente e para o tempo futuro e espera que continue a guardar no seu coração - ou numa moldura - esta "fotografia" que, hoje, lhe oferecemos.
Joaquim Sampaio 50 anos ESÁS: "conta-me como foi..." (1)
Aurora Sereno 50 anos ESÁS: "conta-me como foi..." (2)
José Manuel Cunha 50 anos ESÁS: "conta-me como foi..." (3)
Rui Barreto Costa 50 anos ESÁS: "conta-me como foi..." (4)
1 comentário:
Muito obrigada, Rosinha, pelo tempo que nos concedeu.
Espero que tenha gostado de ler a nossa conversa e tenha gostado da manhã que a fez voltar à sua ESÁS.
Saiba que para nós, mais provectos, será sempre uma referência da escola.
Um beijinho
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