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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021
VER: a sugestão do CRESCER
JOGAR: as sugestões do João
Hora de contexto, de novo!
2000. No auge da sua última consola, a Dreamcast, a Sega cria
uma série de jogos exclusivos para incentivar a compra da consola, cada um com
um estilo e personalidade diferente de qualquer jogo da altura, e nenhum destes
jogos tinha tanto estilo como Jet Set
Radio, com os seus visuais coloridos e jogabilidade que faziam lembrar o
espírito rebelde da altura, com grafitti e truques com patins.
Já em 2002, depois de a Sega decidir produzir apenas jogos, e
ter feito um negócio com a Microsoft para criar jogos exclusivos para a Xbox, é
lançada a “sequela”, Jet Set Radio Future.
“Sequela” entre aspas, pois apesar de todas as provas que constituem de facto uma
sequela, os criadores do jogo dizem que se trata mais de uma versão bastante
alterada do jogo original. Um remix, se assim fizer sentido.
História
No jogo original, a história segue-se assim: na cidade de Tokyo-to (nome original, pessoal), existem gangues de jovens arruaceiros com patins, que lutam entre si pelo território dos diversos distritos da cidade. O grupo dos protagonistas, os GG, luta contra a polícia e os outros grupos, cada um com uma parte de um disco misterioso que, reza a lenda, tem o poder de convocar um demónio, algo de interesse para Goji Rokkaku, um milionário que quer conquistar o mundo, e quer o demónio para isso. Depois de conseguir as três partes do disco, graças aos mercenários que ele contratou, a luta final ocorre entre os GG e Goji, enquanto ele toca o disco. Depois da luta, que acaba com Goji morto, descobrimos que o disco não continha demónio nenhum, mas mesmo assim, o dia foi salvo pelos GG.
A história de Future segue a mesma estrutura: GG contra os outros grupos, GG contra os mercenários, e a luta final entre os GG e Gouji (não é uma gralha, o jogo muda o nome). No entanto, este jogo traz algumas reviravoltas que mudam a história mas infelizmente também a prolongam, especialmente alguns casos que não adicionam nada à história principal.
Jogabilidade
Ambos os jogos seguem uma estrutura semelhante: em cada
nível, temos de pintar o nosso graffiti em cima do graffiti dos grupos rivais
ou até em cima dos próprios rivais, enquanto fazemos habilidades em patins e
derrotamos a polícia/os mercenários. O que diferencia os dois jogos é como
as duas partes fundamentais do jogo, o graffiti e o movimento, são tratadas.
O primeiro jogo concentra-se muito mais no graffiti. Todas as áreas que temos que cobrir são normalmente fáceis de chegar, e os graffitis de maior escala requerem que mexamos o joystick quase como se estivéssemos a pintar manualmente a nossa arte. Talvez como consequência do foco no graffiti, o movimento muito restritivo e pouco intuitivo complica, por exemplo, as corridas contra os rivais, ou a perseguição dos mesmos, ou até mesmo algo tão simples como um salto de uma plataforma para outra.
Já o segundo jogo concentra-se muito menos no graffiti e muito mais no movimento. Os níveis são maiores, com mais lugares para chegar, novos obstáculos e novas habilidades. Isto fica acima do movimento melhor afinado e finalmente sente-se que estamos a controlar um jovem ágil e capaz. Inversamente, o graffiti foi simplificado, já que as telas grandes são tratadas simplesmente como uma linha de zonas de graffiti normais. Isto torna o desenho do graffiti mais arbitrário, mas num jogo mais dinâmico como este, faz perfeito sentido.
Outra parte que distingue os dois jogos é a estrutura dos níveis. O original tinha cada distrito como um nível relativamente grande, mas só visitávamos cada nível quando a história permitia. Essencialmente, só havia 3 níveis, mas eram repetidos várias vezes. A sequela não só adiciona mais distritos, mas interliga-o de forma a ter um mundo aberto. Com o tamanho dos níveis em si, isso significa que temos muito que explorar, mas infelizmente não existe muito para encontrar para além de outros rivais e outros itens colecionáveis. Isto, acima do defeito de demorar muito tempo a chegar de uma ponta do mapa à outra, porque temos de chegar lá fisicamente, diminui consideravelmente os benefícios de um mundo aberto.
Visuais e música
Estes dois temas são ambos partes que contribuíram imenso
para a personalidade desta série. Popularizou, no mundo dos jogos, um estilo
visual chamado cel-shading, que traz um estilo quase de desenho animado numa altura em
que a moda nos jogos era o hiper-realismo. Isto, consequentemente, faz com que
o jogo pareça tão bom como há 20 anos atrás, em vez de parecer datado,
desatualizado, enfim, velho. É de notar que o segundo jogo tenta usar um menor
contraste entre cores, para tentar parecer mais “sério”, ironicamente a tentar
seguir outra moda da altura. Apesar de tal, não deixa de ter visuais incríveis,
especialmente quando o jogo tenta ser mais ridículo e colorido.
A Sega já não usa esta série há mais de 18 anos, apesar de algumas tentativas e vários pedidos dos fãs. E é uma pena, pois a série é uma prova da originalidade e criatividade que a Sega teve. Existem jogos que tentam copiar os visuais destes jogos, mas duvido que algum jogo consiga conciliar tão bem a música, a jogabilidade e, como já referi muitas vezes aqui, o estilo desta série.
Mais uma vez, obrigado por acompanharem mais uma rubrica do jornal CRESCER e, não se esqueçam, joguem, leiam, ouçam, vejam e, principalmente, divirtam-se!
JOGAR: as sugestões do Daniel
“Era uma vez” é uma forma de começar a história normalmente usada em contos de fadas ou histórias fictícias. Tudo o que vem depois dessas três palavras é uma história com início, meio e fim criada por alguém. Mas e se em vez de uma história feita onde sabemos tudo o que vai acontecer, ouvíssemos uma história onde ninguém tem controlo sobre o que vai acontecer? Isso é mais ou menos o que acontece em Tabletop RPG’s, mais conhecidos como RPG’s de mesa. Um jogo onde se segue uma proposta inicial de uma história, mas ninguém, nem mesmo o seu criador, pode prever como vai acabar.
RPG de mesa ou “Tabletop RPG’s”, também conhecido como
pen-and-paper role-playing game, é uma forma de jogo de interpretação (RPG),
onde os participantes/protagonistas descrevem as suas ações por meio da fala.
As suas ações são bem-sucedidas ou fracassam de acordo com um sistema formal
definido por regras e diretrizes. Dentro das regras, os jogadores têm liberdade
para improvisar. Todas as escolhas dos personagens moldam a direção e o
resultado do jogo.
História
Os jogos de RPG de mesa têm as suas origens em jogos que
simulam guerra, particularmente o xadrez (que por sua vez se originou do antigo
jogo indiano Chaturanga). No final do século 18 até ao século 19, as variantes
do xadrez evoluíram para jogos de guerra modernos, mais notavelmente Kriegsspiel.
Mais de um século depois, o jogo de guerra Chainmail, lançado em 1971, acabou se tornar a base para Dungeons & Dragons, um dos RPG 's de mesa mais populares de todos os tempos.
Tabletop RPG’s são mais propriamente uma categoria de jogos
em vez de um jogo. Existem milhares de jogos de RPG conhecidos e espalhados
pelo mundo, cada um com as suas diferentes regras. Os dois RPG ‘s que mais se
popularizaram no mundo foram Call of Cthulhu e principalmente Dungeons & Dragons. Cada jogo tem as suas próprias
regras mas todos eles têm algumas regras comuns. Em todos os RPG ‘s de mesa
normalmente apenas são necessárias três coisas: dados, um personagem e um mínimo
de criatividade. Os dados são usados exatamente como em jogos de mesa normais,
como o monopólio. Rolam-se os dados e os valores representam um valor de um
ataque ou uma habilidade. Todos os jogadores do RPG estão basicamente a atuar como um personagem criado pelo próprio jogador. Através de uma ficha fornecida pelo
próprio jogo, o jogador preenche com as informações do seu personagem (altura,
força, descrição física, descrição psicológica, ETC...), e começa a atuar
conforme essas informações. Os jogos também possuem sempre um Dungeon Master,
uma pessoa que controla não um personagem, mas sim o mundo, os NPC’s e os
eventos que no mundo acontecem. Após os personagens criados, o Dungeon Master
começa a contar a história, que grande parte das vezes nunca corre como
planeado.
Por que razões podemos gostar do jogo
Apesar de RPG ‘s de mesa serem jogos onde é necessário dedicar muito estudo e criatividade, o jogo é sempre divertido de jogar com pessoas com quem que se tem afinidade. Não só porque é divertido de jogar com amigos, mas porque criar memórias é sempre divertido. As melhores partes destes jogos normalmente acontecem quando menos se espera. Já que normalmente os jogadores têm sempre uma ideia estranha ou engraçada que torna o jogo e a aventura única. Uma das maiores vantagens do jogo é a imprevisibilidade. Todos os jogos proporcionam uma aventura única já que, como a história é criada pelo Dungeon Master, nenhuma campanha vai ser igual à outra.
Dungeons & Dragons nos outros media
Apesar de não ser super mainstream (super popular), Dungeons
& Dragons é um RPG que muita gente já jogou e já teve várias paródias
feitas em outros jogos ou séries. No jogo Watch Dogs 2, a entrada para a base
do grupo principal localiza-se dentro de uma loja de jogos de RPG. No início da
série Stranger Things, o grupo principal jogava um jogo de Dungeons and Dragons
na cave do protagonista, na verdade, muitos elementos da série têm bastantes
semelhanças com criaturas e elementos presentes no universo de Dungeons &
Dragons. Também existem muitas pessoas famosas que jogam RPG 's de mesa. Por
exemplo, o ator, argumentista e produtor cinematográfico, Vin Diesel é famoso por no seu tempo livre jogar RPG ‘s de mesa
RPG ‘s em Portugal nunca foram bastante populares, mas noutros países, principalmente na América do Norte, RPG ‘s eram e ainda são
bastante populares. Uma das figuras mais populares de Dungeons & Dragons é
o Matthew Mercer que já foi Dungeon Master em muitas
campanhas transmitidas para a internet. A sua personalidade e a dinâmica que
ele tem com os jogadores torna o jogo muito interessante de se acompanhar. No
Brasil o criador de conteúdo Jovem Nerd já trouxe muitos Podcasts dos mais
diversos RPG 's. Vale a pena realçar que segundo o próprio Jovem Nerd as suas histórias, principalmente as que falam sobre Call of Cthulhu não são
recomendados para menores de 16 anos pelo seu conteúdo mais sinistro.
Recentemente, em março de 2020, no Brasil, uma série de RPG 's criada
inteiramente por um streamer ficou conhecida por dar uma nova vida aos RPG' s
de mesa no país, dando a conhecer a um público novo e jovem (incluindo eu) este
tipo de jogo. Cellbit, um streamer brasileiro criou não só a história como o
próprio RPG com as suas próprias regras (o RPG tem elementos inspirados em Call
of Cthulhu e Tormenta). A ordem paranormal foi um projeto de criar uma campanha
de RPG que juntou vários youtubers e streamers populares do Brasil. A série
ficou tão popular que se estendeu por mais três temporadas, sendo que
atualmente a terceira está a ser lançada. O projeto ficou tão popular que o
streamer começou a desenvolver-se no seu próprio jogo baseado no universo, “O Enigma do Medo”. Em menos de 5 horas do anúncio do
seu lançamento, o jogo já tinha conseguido o valor que precisava para a sua
finalização (50 mil reais) e hoje o dinheiro angariado para o desenvolvimento
do jogo ronda os 4.2 milhões de reais.
Hoje em dia, os RPG 's de mesa são possíveis de jogar até na quarentena, já que não é preciso jogar fisicamente. Existem vários sites que simulam a experiência de Dungeons & Dragons como Roll20 ou o D&D Beyond.
Como já disse anteriormente, apesar de ser um jogo que exige estudo, paciência e criatividade, com um grupo certo de amigos e uns tutoriais na internet, jogar tabletop RPG’s pode ser uma experiência única de vida que todos deviam experimentar. Para todos os que se mostram fortes o suficiente para pegar num papel e caneta, ler um livro gigantesco de regras e depender 100% da sorte, desejo-vos uma boa vinda aos RPG 's de mesa, e boa sorte.
Mais uma vez, obrigado
por acompanharem mais uma rubrica do jornal
CRESCER e, não se esqueçam, joguem,
leiam, ouçam, vejam e,
principalmente, divirtam-se!
Daniel Barbosa, aluno de 12º ano
OUVIR: Pedro Abrunhosa é a voz de hino “em prol de um mundo mais justo, digno, inclusivo e sustentável”
COVID-19: mais de 1.000 profissionais do Hospital de São João apelam por reconhecimento
Mais de mil profissionais do Hospital de São João, no Porto, enviaram ao Presidente da República e entidades da saúde uma carta onde apelam por "reconhecimento" pelo modo como a unidade gere a pandemia e dá "resposta aos doentes".
EPA /José Coelho |
“Queremos um reconhecimento simbólico e não deixar que o tempo apague isso”, afirmou, acrescentando que “isso” foi o modo como o Hospital de São João desempenhou o seu papel nesta pandemia.
“Parece-me evidente que o desempenho do hospital nesta segunda fase da
pandemia tem sido exemplar, quer em relação aos doentes covid-19, quer em
relação aos doentes não covid”, frisou.
O neurocirurgião lembrou que, aquando da primeira fase da pandemia da
covid-19, a sua especialidade, que é “particularmente crítica”, “esteve
praticamente fechada”, mas que a resposta a esta segunda fase permitiu “um
equilíbrio”.
“A minha especialidade é particularmente crítica porque precisa muito
de Cuidados Intensivos. Sem Cuidados Intensivos quase não operamos e, nesta
segunda fase, conseguimos um equilíbrio que nos permitiu dar resposta a todos
os doentes. O modo como as coisas foram feitas, quer tomando medidas antes
do tempo, quer organizando quando o problema já existia, permitiu manter uma
resposta qualitativa aos doentes muito importante”, salientou.
A resposta “exemplar” da unidade hospitalar motivou o neurocirurgião a
partilhar com cerca de 80 diretores de serviço e enfermeiros chefe a sua ideia:
“reconhecer quem trabalha com qualidade no âmbito do Serviço Nacional de Saúde
e que fez um trabalho meritório para os doentes e profissionais”.
A “imediata adesão” destes profissionais levou a que Rui Vaz
partilhasse o abaixo-assinado pelas restantes equipas do São João, sendo que,
numa semana, reuniu mais de 1.000 assinaturas de profissionais de áreas
clínicas e não clínicas, afetas ou não à covid-19.
Na carta, a que a Lusa teve acesso e enviada ao Presidente da
República, Ministério da Saúde, Direção-Geral da Saúde e outras entidades, os
profissionais afirmam que a gestão realizada pelo Conselho de Administração
“leva a considerar justo e merecido um adequado ato de reconhecimento
simbólico”.
Os signatários deixam ainda expresso a sua “confiança, solidariedade e orgulho” pelo trabalho e gestão do Hospital de São João. @ Sapo
abrir as escolas com um Rt de 0,98 “é mais do que imprudência, é quase procurar problemas sérios”
Professor de matemática da Universidade de Lisboa alertou ainda para o descontrolo que pode acontecer se o Rt ficar acima de 1,2: “É quase garantido que poderá haver uma quarta vaga”.
“Se queremos ter a noção do efeito de abrir as escolas, é olhar para o que aconteceu ao Rt” em Setembro quando estas abriram, respondeu o especialista aos deputados. “Seis dias depois da abertura das escolas o Rt começou a subir e passados mais 15 dias tinha subido 20 a 25%. Se pensarmos que vai acontecer a mesma coisa, o que temos fazer é uma conta relativamente simples: Estamos com um Rt suficiente para que acrescentando mais 20% continuemos abaixo de 1 ou não?”, explicou Jorge Buescu.
A resposta foi também simples. “Se o Rt antes de abrirmos as escolas
estiver 0,98 diria que é mais do que imprudência, é quase procurar problemas
sérios, correr um risco muito grande de uma nova vaga”, disse Jorge Buescu,
dando como exemplo o que aconteceu por altura do Natal em que o Rt estava neste
valor e acabou por subir com o desconfinamento dado nessa altura. E um Rt acima
de 1, referiram os quatro matemáticos, é ter “um aumento exponencial de casos”.
“Aquilo que experiência nos tem mostrado é que o Rt é um indicador
essencial e deve ser tomado como sinal de alarme imediato a partir do momento
que atinge 1.1. Uma lição que podemos tirar para os próximos tempos, se
tivermos de começar a desconfinar, é que teremos de fazer um índice de risco.
Um Rt de 1,1 é um sinal de grande perigo e acima 1,2 é quase garantido que
poderá haver uma quarta vaga”, disse o professor da Universidade de Lisboa.
Explicou ainda que a análise diária do Rt, ainda que menos fina,
permite perceber que evolução da incidência se pode esperar ao final de dez a
15 dias. E fazer baixar o Rt leva tempo. Explicou que, com as medidas
gradualistas tomadas no início do ano, este indicador levou cerca de mês e meio
a descer. Já após
o fecho das escolas, o Rt desceu a menos de 1.
Henrique Oliveira, professor de matemática do Instituto Superior
Técnico, referiu que nas escolas “grande parte transmissão é feita através de
[doentes] assintomáticos ou sintomáticos antes dos sintomas [se manifestarem]”
e que esta transmissão é “o grande perigo da doença”. “É muito difícil combater
a pandemia por causa
dos assintomáticos.”
“Quanto mais jovem, mais se está no estado assintomáticos ou com poucos
sintomas. As escolas servem para transmitir a doentes de agregado familiar para
agregado familiar”, alertou o especialista, fazendo ainda referência ao
desporto escolar que realizado “sem máscara permite maior transmissibilidade”.
“Temos de ser cuidado nesta questão. Tem de ser feito ao ar livre e com
distância. Em ambiente fechado existe muita transmissão assintomática”,
reforçou Henrique Oliveira.
Análise do risco
Já Carlos Antunes, também professor da Universidade de Lisboa e elemento da equipa do epidemiologista Manuel Carmo Gomes, mostrou a análise da incidência que fez por faixas etárias para dizer que no final do ano passado a taxa de incidência dos grupos 6-12 anos e 13-17 anos “crescia na ordem dos 6% ao dia” e que a 22 de Fevereiro eram os grupos que mais desceram na taxa de incidência. Segundo o especialista, houve “uma redução drástica a 31 de Janeiro que tem a ver com algo que aconteceu nos dias 21 a 23”, já que “a transmissibilidade dá-se antes do inicio sintomas”, data pela qual faz a análise.(...)
Também Henrique Oliveira focou esse ponto, ao dar exemplo do que
aconteceu na terceira vaga. “As hospitalizações gerais sobem muito, mas os
cuidados intensivos não conseguem ir atrás. O número de óbitos dispara não só
porque os cuidados
intensivos não conseguem tratar bem quando estão no extremo da capacidade,
mas porque nem todas as pessoas conseguem entrar nos cuidados intensivos”,
explicou, referindo que Portugal é o sexto país da Europa com maior número de
óbitos por milhão de habitantes.
“À medida que as unidades de saúde escalaram a resposta, a
letalidade começa a descer. É quando se reconvertem enfermarias, se abrem camas
e hospitais de campanha”, acrescentou o especialista, que estima que seja
preciso 77,8% das pessoas imunizadas para o país ter imunidade de grupo, que
será conseguida
com a vacinação e com as pessoas que já tiveram a infecção. “Estimo
que pode haver quase triplo de casos relativamente aos casos conhecidos”,
disse.
Rastreios e testagem
Para João Seixas, também professor do Instituto Superior
Técnico, “há um problema essencial que é a testagem e rastreamento”. “Para um
rastreamento correcto é preciso fazer o seguimento e ter nexo causal. Um dos
graves problemas é que perdemos em determinado momento o nexo causal. Agora que
temos menos casos, é mais fácil. Mas chamo a atenção que será preciso colocar
em cima de mesa uma forma de rastreamento mais automática. Em alguma altura
será impossível, com o número de rastreadores que houver, fazer um rastreamento
até ao fim”, alertou.
Em relação à política de testagem, “alguma coisa tem de mudar”, já que a taxa de positividade e o número de casos estão “excessivamente correlacionados”. @ Público
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021
«Nunca houve um risco tão grande de uma quarta vaga»
Para Pedro Simas, ainda «é muito cedo
para começar a desconfinar em outras áreas da sociedade, temos de começar por
aqui (escolas) e tentar perceber qual é o tipo de equilíbrio que conseguimos
atingir e de que forma é possível controlar o número de novas infeções»,
considera.
Questionado sobre a Páscoa, o
especialista diz que terá de ser «à distância». «Da mesma forma que o vírus não
sabia o que era o Natal, também não sabe o que é a Páscoa», afirma sublinhando
que «o que faz sentido é planear o desconfinamento com base nos dados
epidemiológicos e não com base no calendário que são as férias da Pascoa».
«Nós vivemos numa situação de emergência mundial, à qual temos de nos adaptar, já perdemos muito tempo e agora o nosso calendário é ditado pelos dados epidemiológicos e não pelo ano civil», concluiu. @ Sapo
Covid-19: professores podem ter papel central na transmissão nas escolas
Um relatório publicado esta segunda-feira por uma equipa de investigadores dos Centros para Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), dos EUA, conclui que os professores podem desempenhar um papel central nas cadeias de transmissão que são detectadas nas escolas. É mais um exemplo do esforço que está a ser feito à escala mundial para esclarecer como se comporta este vírus nas escolas e, desta forma, garantir a máxima segurança no ensino presencial, que todos desejam.
Os cientistas do CDC levaram a cabo uma investigação sobre a transmissão do SARS-CoV-2 num distrito escolar da Georgia entre 1 de Dezembro de 2020 e 22 de Janeiro de 2021. Foram identificados nove surtos que envolveram 13 professores e 32 alunos em seis das oito escolas primárias. Os investigadores consideraram como surtos as situações com três ou mais casos ligados de covid, sendo que em média estes grupos envolveram seis pessoas. Em quatro surtos, o primeiro caso identificado foi um professor, em apenas um o primeiro caso terá sido um estudante e nos restantes quatro não foi possível identificar a origem do surto. A investigação decorreu ao longo de 24 dias de ensino presencial numa comunidade escolar com 2600 alunos e 700 funcionários.
Entre outras conclusões, o relatório refere que alguns dos contágios podem ter ocorrido em situações em que as regras de segurança foram quebradas ou facilitadas. “Em sete surtos a transmissão entre professores e estudantes pode ter ocorrido durante sessões de instrução em pequenos grupos, nas quais os educadores trabalharam em estreita proximidade com os alunos”, referem os especialistas que visitaram as escolas e que também suspeitam de que cinco surtos possam estar associados a um uso incorrecto das máscaras pelos alunos.
“Os educadores desempenharam um papel importante na propagação do covid-19 nas escolas. A propagação de covid-19 ocorreu frequentemente durante reuniões presenciais ou almoços e depois espalhou-se nas salas de aula”, referiu a directora do CDC, Rochelle Walensky, numa conferência de imprensa na segunda-feira. E resumiu: “As duas principais razões para a propagação de covid-19 nestas escolas foram o distanciamento físico inadequado [muitas salas cheias não permitiam sequer o distanciamento de um metro] e a falta de adesão ao uso de máscara nas escolas.”
Vacinas e outros estudos
O estudo sugere ainda que a vacinação dos professores pode ser importante para proteger os grupos de risco e prevenir a propagação do vírus nas escolas. Embora os especialistas do CDC não considerem que esta é uma condição indispensável para a reabertura de escolas em segurança, o estudo refere que a vacinação “deve ser considerada como uma medida de mitigação adicional a ser acrescentada quando disponível”.
“A conclusão de que os educadores desempenham um papel importante na transmissão na escola é consistente com as conclusões de outras investigações”, refere também o relatório do CDC, citando um “grande estudo prospectivo” em escolas do Reino Unido que concluiu que o evento de transmissão mais comum era de educador para educador. Noutro grande estudo prospectivo, adiantam os peritos, que analisou a transmissão em escolas alemã terá concluído que as taxas de transmissão eram três vezes mais elevadas quando o caso índice (o primeiro caso entre vários casos da mesma natureza ou epidemiologicamente relacionados) ocorria num educador do que quando o caso índice ocorria num estudante. “Em consonância com os resultados de estudos internacionais, este relatório concluiu que as infecções iniciais entre educadores desempenharam um papel substancial na transmissão do SARS-CoV-2 e subsequentes cadeias de infecção para outros educadores, estudantes e famílias, salientando a importância da prevenção de infecções entre educadores em particular”, lê-se no relatório do CDC. @ Público
os portugueses, a escola e o confinamento
o Clube de Francês e "Le Petit Prince"
O Clube de Francês propôs aos alunos do ensino básico que realizassem uma atividade comemorativa do Saint Valentin, partindo de excertos da obra "Le Petit Prince" de Antoine de Saint-Éxupéry.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021
UE: uma em cada cinco crianças diz estar a crescer infeliz e preocupada com o futuro
Uma em cada cinco crianças na União Europeia (UE) afirmou estar a crescer infeliz e preocupada com o futuro, de acordo com o relatório «A nossa Europa. Os nossos direitos. O nosso futuro», publicado esta terça-feira pela ChildFund Alliance, Eurochild, Save The Children, UNICEF e World Vision, em colaboração com a Comissão Europeia.
O estudo, que contou com a
participação de 10 mil crianças com idades compreendidas entre os 11 e os 17
anos, pretende ser uma referência para a definição da próxima Estratégia
europeia sobre os Direitos da Criança e a Garantia da Criança.
O documento indica que a pandemia
COVID-19 levou crianças e jovens na Europa e em outros locais a sentirem
pressão e incerteza. Em concreto, uma em cada dez crianças indicou que vivia
com problemas de saúde mental ou sintomas como depressão ou ansiedade, com o
sexo feminino e os mais velhos a reportar mais problemas.
Um terço das crianças inquiridas
reconheceu ter sofrido de discriminação ou exclusão social, situação que afetou
50% das crianças com deficiência, migrantes, minorias étnicas ou a comunidade
LGTBQ +.
De acordo com o relatório, três
quartos das crianças também afirmaram que são felizes na escola, contudo 80%
dos jovens de 17 anos disseram que sentem que a educação oferecida não os
prepara bem para o futuro.
Nesse sentido, a maioria das crianças
destacou que gostaria de fazer mudanças na sua vida escolar. Especificamente,
62% apontaram como soluções ter menos trabalhos de casa e 57% aulas mais
interessantes.
«Esta consulta às crianças é uma
viragem para a Comissão Europeia e representa um passo importante para uma
maior participação das crianças, que são especialistas nas questões que lhes
dizem respeito. Esta consulta mostra mais uma vez que são importantes
participantes aqui e agora», afirmou a vice-presidente da Comissão Europeia,
Dubravka Suica.
Por sua vez, representantes da
ChildFund Alliance, Eurochild, Save the Children, UNICEF e World Vision
descreveram o relatório como «histórico», pois é a primeira vez que «tantas
crianças e jovens podem influenciar e moldar diretamente as políticas da UE». @ Sapo
BIBLIO@ESC@S
Relembramos que está à disposição de todos a página Biblioteca em Casa onde podem encontrar recursos variados para o E@D e muitas propostas de leitura para os alunos.
sabia que...
. ao abrigo da lei do mecenato, o Sr. João Teixeira doou 10 computadores à Escola;
. a associação de encarregados de educação da escola sede ofereceu doze câmaras;
. a escola foi indicada como escola de referência para acolher filhos e outros dependentes de serviços essenciais. Para os receber foram criados dois espaços: um, no pavilhão central, numa sala de informática, e outro, no pavilhão C.
Sabe a casa! 💚
terça-feira, 23 de fevereiro de 2021
conheça Elizabeth Ann
Elizabeth Ann |
A espécie, a única doninha nativa da América do Norte, já foi considerada extinta, mas foi trazida de volta do desaparecimento depois de um agricultor do Wyoming ter descoberto uma pequena população nas suas terras em 1981.
baby Elizabeth Ann |
Uma equipa de cientistas norte-americanos clonaram com sucesso uma doninha-de-patas-pretas utilizando células congeladas de um animal selvagem morto, a primeira vez que uma espécie nativa em perigo de extinção foi clonada nos Estados Unidos.
Os esforços de recuperação da doninha-de-patas-pretas com o objetivo de aumentar a diversidade genética e a resistência a doenças deram um passo ousado em 10 de dezembro, com o nascimento de Elizabeth Ann, criada a partir das células de Willa, uma doninha que viveu há mais de 30 anos, indicou o US Fish and Wildlife Service. @ Green Savers
APAV lança projeto para prevenir violência nos relacionamentos dos mais novos
O Programa de Prevenção Hora de SER – Sensibilizar e Educar para os Relacionamentos é apresentado nas plataformas digitais da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) na terça-feira, ficando disponível pelas 10:00 no canal de Youtube e página de Facebook da associação, tendo por objetivo colocar “um enfoque mais específico na prevenção da violência através da promoção de relacionamentos positivos”.
O programa integra-se no Projeto SER Plus, financiado pelo Programa
Cidadãos Ativ@s e gerido pela Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação
Bissaya Barreto, tendo entre os seus objetivos “a capacitação de profissionais
para a implementação” deste programa, “garantindo o alargamento nacional da sua
implementação e permitindo que mais crianças possam beneficiar de um programa
de prevenção com evidências de impacto social positivo”.
Em comunicado, a APAV sublinha que “as crianças e jovens representam,
pela sua idade, pela maior dificuldade em fazer valer os seus direitos e pela
menor capacidade ou autonomia para denunciar e/ou procurar ajuda, um grupo
particularmente vulnerável à vitimação”, pelo que “tem atuado consistentemente,
na promoção e proteção dos seus direitos”.
A associação recorda o trabalho conjunto desenvolvido com organizações
governamentais e com a sociedade civil em matérias como proteção contra
violência doméstica, violência sexual ou tráfico humano, entre outras, e
sublinha a “presença assídua” da APAV nas escolas, do pré-escolar ao ensino
secundário.
“Em 2019, aproximadamente 30.000 crianças e jovens foram envolvidos em
ações de sensibilização e de informação. Os temas mais solicitados por parte
das escolas têm sido o bullying, o cibercrime, a violência doméstica, a
violência no namoro e a violência sexual”, refere a APAV no comunicado.
O Dia Europeu da Vítima de Crime foi instituído pelo Victim Support Europe (VSE), um organismo que reúne 61 instituições de apoio à vítima de 31 países europeus. @ Sapo
qual é o melhor dia para desconfinar (sem sofrer nenhum desgosto)?
José Sena Goulão /Lusa |
Esta é "A pergunta": quando podemos desconfinar?
A resposta é vaga e pende para a indefinição. O Governo ainda não tem
data definida para a reabertura do país, disse-o esta segunda-feira Marta
Temido no final da reunião do Infarmed.
Em declarações aos jornalistas após a reunião que juntou
epidemiologistas, especialistas em saúde pública e políticos na sede do
Infarmed, em Lisboa, Marta Temido afirmou que “nada disto está adquirido e tudo depende
de cada um de nós e das medidas combinadas”, decorrendo daí a preocupação com
“algum relaxamento sem nenhuma alternação legislativa”. A certeza é apenas uma:
as escolas são as primeiras a abrir (como já havia dito Mariana Vieira da Silva).
Mas poderá ser já em março?
Quando falou ao país, depois da última renovação do Estado de
Emergência, o Presidente da República apelou a que o confinamento geral se
mantivesse "março fora", sem "sinais errados para a
Páscoa", para evitar um retrocesso na contenção do vírus. Marcelo traçou
ainda como meta que número de novos casos diários de infeção diminuísse
"para menos de dois mil", de modo a que "os internamentos e os
cuidados intensivos desçam dos mais de cinco mil e mais de oitocentos agora
para perto de um quarto desses valores".
A juntar às metas do Presidente da República estão as projeções
dos especialistas. O epidemiologista Baltazar Nunes estimou hoje que o número
de doentes com Covid-19 internados em cuidados intensivos possa estar abaixo
dos 300 em meados de março e abaixo dos 200 no final do mês.
Porém, também ele sublinhou que "nada do que se projeta está
adquirido, vai depender de conseguirmos manter a atual tendência de decréscimo
de novos casos e esta tendência depende das medidas atualmente implementadas,
da sua adoção pela população assim como dos comportamentos preventivos da
população e do controlo da transmissão das novas variantes do SARS-CoV-2 que
ainda representam são muito prevalentes a população".
Relativamente ao número de infeções diárias, esta tendência parece
começar a verificar-se desde o final da semana passada (quarta-feira, 17
de fevereiro, foi o último dia a ultrapassar os dois mil casos). Mais, e de
acordo com André Peralta Santos, da Direção-Geral da Saúde, Portugal regista uma “descida muito significativa da
incidência" de Covid-19 nos últimos 14 dias e tem já “vastas
áreas do território” com menos de 240 casos por 100 mil habitantes.
Estas são boas notícias, sim, mas por agora é necessário continuar a confinar — para desconfinar sem sofrer nenhum desgosto. @ Sapo
imunidade de grupo esperada em "meados ou início de agosto"
Os dados divulgados esta segunda-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS) deram conta de 549 novos casos de Covid-19 e mais 61 mortes. Em termos de casos diários, este foi o valor mais baixo desde o dia 6 de outubro do ano passado, isto apesar de ser segunda-feira, um dia com um reporte habitualmente mais baixo no número de casos. Também o número de óbitos foi o mais baixo desde 28 de dezembro.
Portugal totaliza agora 798.074 contágios e 16.023 vítimas mortais. O total de recuperados é de 701.409 mil. Os casos ativos continuam a diminuir e são agora 80.642 mil.
No que aos internamentos diz respeito, verificou-se uma ligeira subida em enfermaria, mas mantém-se a tendência de descida nas unidades de cuidados intensivos (menos 11 doentes).
Segundo as projeções, a taxa de incidência acumulada a 14 dias estará abaixo dos 120 casos por 100 mil habitantes no início de março e abaixo dos 60 casos na segunda quinzena de março. O número de doentes Covid-19 internado em UCI estará abaixo de 320 na segunda quinzena de março e abaixo dos 200 no final do mês de março.
O coordenador do plano de vacinação nacional contra esta doença, o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, admitiu que se possa "atingir a imunidade de grupo" em Portugal mais cedo do que estava previsto, "em meados do verão, à volta de agosto ou inícios de agosto", mas ressalvou que "isto são expectativas, em face de expectativas melhores de disponibilidade de vacinas, que têm de se confirmar".
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021
Ministra confirma: escolas serão as primeiras a reabrir assim que começar o desconfinamento
Por terem sido as últimas a fechar, o governo considera que têm de ser as "primeiras infraestruturas a abrir". No entanto, Mariana Vieira da Silva, ministra do Estado e da Presidência, diz que ainda é cedo para se começar a pensar nisso.
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"Não é por acaso que se procurou evitar o encerramento das escolas até ao limite do possível e que o governo também já disse que é precisamente pelas escolas que recomeçará o desconfinamento", garantiu Mariana Vieira da Silva no fórum promovido pela Juventude Socialista no qual participou, citada pelo jornal "Público".
No entanto, Viera da Silva ressalva que ainda é cedo para se pensar num desconfinamento e que, por isso, ainda não será para já. "Parece-nos prematuro falar, para esta próxima quinzena, de desconfinamento e, nomeadamente, em matéria de escolas.
Já no início de fevereiro, Tiago Brandão, ministro da Educação, tinha manifestado a ideia de que num contexto de desconfinamento gradual, seriam as escolas as primeiras a abrir. "As escolas foram as últimas a fechar e têm de ser das primeiras infraestruturas a abrir."
"Não queremos normalizar o ensino à distância. O local de ensino privilegiado é a sala de aula, sobretudo para os mais pequenos. Nada substitui o ensino presencial. Por muito que existam computadores, pais dispostos a ajudar os alunos e disponibilidade das escolas, nenhum de nós está ciente de que o ensino à distância pode substituir o ensino presencial", adiantou, citado pelo mesmo jornal.
No boletim epidemiológico deste sábado, 20, Portugal registava mais 75 mortes e 1570 novos casos de infeção em Portugal. @ Sapo