Portugal tem cada vez menos água disponível e nos próximos cem anos a precipitação em certas regiões do país, como o Algarve, pode sofrer uma redução de até 30%, alertou hoje a Associação Natureza Portugal (ANP).
Em antecipação do Dia Mundial da
Água, que se assinala a 01 de outubro (quinta-feira), a organização
ambientalista portuguesa que trabalha em parceria com o Fundo Mundial para a
Natureza (WWF), defende que é necessário limitar o consumo de água em algumas
bacias do país, como Sado, Mira e Barlavento algarvio para prevenir que no
futuro a água não falte às populações dessas regiões.
Num
relatório intitulado "O Futuro tem menos Água", a organização analisa
os efeitos das alterações climáticas e alerta que Portugal tem cada vez menos
água disponível.
"Devido
ao aumento global da temperatura, a verões mais longos, menos chuva no inverno
e, consequentemente menos água a infiltrar-se na terra, o nosso país tem
atravessado secas cada vez mais frequentes e prolongadas", mesmo em zonas
onde não era habitual, lê-se no documento.
Para
a ANP/WWF, é necessário "agir o quanto antes" e já não basta apelar
ao consumidor para poupar água ou melhorar a eficiência das redes de
abastecimento.
"O
futuro vai ter menos água, e é essencial que todos nós tenhamos esta
consciência. Deve partir dos nossos governantes preparar esta realidade, limitando
o consumo em algumas bacias portuguesas, permitindo apenas os consumos onde
tenham garantia de abastecimento e promovendo medidas efetivas para proteger os
recursos hídricos em particular no sul do país", adverte a organização
dedicada ao ambiente.
Portugal
"consome mais do que as suas disponibilidades numa ótica de segurança e
prevenção de riscos", particularmente em situações de seca como a que se
tem vivido, fruto de "uma sequência de anos pouco chuvosos e cujos efeitos
são agravados pelas alterações climáticas", sustenta a ONG.
Esta
situação é mais gravosa no setor agrícola, maior consumidor de água e também
aquele que exerce uma maior pegada hídrica sobre os recursos, quer do País quer
dos restantes países donde importamos bens que necessitam de água para serem
produzidos. @ Sapo