Mais de 50 escritores de 12 países vão encontrar-se em Lisboa, na sexta-feira, para aquela que será a primeira Noite da Literatura Ibero-Americana, com leituras, debates, música e uma reflexão sobre a "tecnologia no futuro da humanidade".
No
próximo dia 17, "entre as 16:00 e as 23:00, decorre a primeira sessão
desta iniciativa da Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI), com uma
programação que se estende por quatro locais diferentes da cidade de Lisboa,
disse à Lusa a curadora, Lauren Mendinueta, poeta, ensaísta e tradutora
colombiana radicada em Portugal.
A Fundação José Saramago (FJS), o Instituto Cervantes, o Café
Martinho da Arcada e o Museu Teatro Romano são os locais por onde vão passar
escritores e poetas para participarem e levarem até ao público uma noite
cultural de entrada gratuita.
Os temas desta noite andarão muito em torno "da literatura,
das máquinas e das novas tecnologias", convidando "a refletir sobre a
tecnologia, nomeadamente a Inteligência Artificial, no futuro da humanidade e
na arte", disse a curadora.
A sessão de abertura decorrerá na Fundação José Saramago, com um
encontro de jovens poetas ibero-americanos, intitulado "Direito ao
Presente", cuja primeira mesa de debate parte de um verso de Nuno Júdice -
"Eu invento uma poesia que as máquinas poderiam fazer" -, do seu
primeiro livro, "que parecia já prever o avanço da tecnologia",
destacou.
Abordando as novas tecnologias, algoritmos, chat GPT e escrita
não-humana, os escritores vão debater o futuro dos artistas e escritores neste
novo panorama, e "falar das novas derivas da escrita num presente cheio de
mudanças".
Haverá ainda uma mesa subordinada ao tema do "panorama
atual da nova poesia ibero-americana", com leituras de jovens poetas, e
outra dedicada a "África no século XXI", para debate e reflexão sobre
"o papel das novas tecnologias no presente e futuro do continente".
A
última sessão na FJS é um debate a decorrer entre as 20:30 e as 22:15, sobre a
"Literatura em tempos de máquinas", que parte da questão: "Temos
controlo sobre o futuro da humanidade e sobre a tecnologia que a molda?".
Lauren Mendinueta disse à Lusa que apesar de haver uma abordagem
sobre as ameaças da inovação tecnológica à Cultura, este encontro pretende
também pensar o lado inverso, a forma como a tecnologia pode ajudar na arte e
contribuir para a cultura, por exemplo "na edição e distribuição de
livros".
Esse é todo o tema de um 'workshop' que terá lugar no Instituto
Cervantes, entre 16:00 e as 18:00, sobre "A Inteligência Artificial na
criação literária", com o poeta e editor mexicano Ivan Vergara.
À mesma hora, decorre no Martinho da Arcada uma "Performance poética e musical", que inclui leituras de autores ibero-americanos e uma atuação do escritor brasileiro Mauricio Viera, acompanhado ao saxofone pelo músico francês Edouard Rambourg. Fonte: Sapo
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