António Brito Guterres, assistente social, considera que o número de pessoas a viver em situação de sem-abrigo vai aumentar. "A situação vai piorar", disse em entrevista à SIC Notícias. A novidade é que grande parte dos sem-abrigo mais recentes são sem-abrigo funcionais. Ou seja, "pessoas que passam a noite na rua, acordam de manhã, arrumam as coisas e vão trabalhar".
30 anos de "Cais"
Ontem, domingo 22 de setembro, a CAIS, uma associação que ajuda pessoas em situação de vulnerabilidade social, completou 30 anos. Em entrevista à Lusa, a presidente considerou que o número de pessoas em situação de sem-abrigo vai continuar a aumentar, nomeadamente entre imigrantes, e que a pobreza irá sempre existir.
Matilde Cardoso referiu que "há muita gente a viver na rua que não são portugueses" e adiantou que entre as várias centenas de pessoas apoiadas pela CAIS em 2022 e 2023, cerca de 15% são migrantes, número que, afirmou, "está a aumentar", apesar de ainda não ter dados relativamente a 2024.
Para a responsável, a solução não passa por medidas restritivas para a migração, mas antes por receber "todas as pessoas", dando-lhes as condições mínimas para que possam viver no país.
Apontou que, apesar de as pessoas que são reencaminhadas para a CAIS já não viverem na rua, muitas continuam a viver em situações precárias, seja num quarto alugado ou em casa de um amigo, e que isso "é um problema" porque demonstra que o trabalho que têm não chega para conseguir alugar uma casa.
Perante uma realidade que é hoje "diferente", Matilde Cardoso defendeu que é preciso "saber reagir em cada momento aos problemas".
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