mundo: “Um pássaro pode cantar em Cabul, uma mulher não”

Mulheres e meninas perderam a voz no Afeganistão: “Um pássaro pode cantar em Cabul, uma mulher não”. A nova lei dos vícios e das virtudes, adotada em agosto a mando do principal líder Talibã, está em vigor há um mês e é ainda mais restritiva para quem não nasceu homem. 

As Nações Unidas voltaram a apelar ao fim da segregação das mulheres e meninas no Afeganistão e ao respeito pelos direitos humanos. Três anos depois de terem reconquistado o poder, os Talibã continuam a destruir tudo o que as mulheres afegãs tinham conseguido conquistar nas últimas décadas - mulheres e meninas afegãs vivem, agora, confinadas em casa, à mercê das ordens e vontades dos pais, irmãos e maridos.

Há mais de um século, as mulheres afegãs podiam votar. Hoje, sob o domínio Talibã, nem sequer podem ser ouvidas em público. Proibidas de falar alto, ou cantar fora de casa. São 14 milhões de pessoas sem voz, sem direito à educação, à liberdade de movimentos e à liberdade de escolha sobre o futuro.

A atriz Meryl Streep quis juntar-se à luta pela defesa da liberdade das mulheres e meninas afegãs, numa das muitas conferências organizadas pela ONU, à margem da 79.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, de dia 24 em Nova Iorque.

O secretário geral das Nações Unidas, António Guterres frisou que "Sem mulheres instruídas, sem mulheres empregadas, incluindo em cargos de liderança, e sem reconhecer os direitos e liberdades de metade da sua população, o Afeganistão nunca ocupará o lugar que lhe cabe na cena mundial".

Os Talibã recuperaram o poder em 2021, depois da saída dos militares norte-americanos, que estiveram estacionados no Afeganistão durante 20 anos. 

Nas conclusões da 79ª Assembleia-Geral das Nações Unidas fica patente a determinação renovada da União Europeia em promover soluções multilaterais baseadas na Carta das Nações Unidas e o apoio aos esforços do Secretário-Geral das Nações Unidas em prol da «paz em todas as suas dimensões», e apela-se à cooperação internacional para esse efeito.

Fonte: SicNotícias e Conselho da Europa