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sexta-feira, 13 de setembro de 2024

educação: o que diz a Ordem dos Psicólogos sobre o uso de telemóveis nas escolas?

No arranque de mais um ano letivo e numa altura em que a restrição/regulamentação do uso de telemóveis nas escolas marca a agenda mediática, e em que, principalmente, alguns colégios privados estão a restringir o uso destes equipamentos pelos alunos, damos a conhecer o novo documento da Ordem dos Psicólogos Portugueses sobre o uso de ecrãs, smartphones, e tecnologias digitais nas escolas bem como o parecer da OPP sobre esta matéria.

O QUE DIZEM AS EVIDÊNCIAS DA CIÊNCIA PSICOLÓGICA?

  • O uso moderado (1 a 2 horas diárias) associa-se a mais benefícios cognitivos, psicológicos e sociais comparativamente a uma restrição completa do uso ou a um uso excessivo.    
  • Alguns adolescentes comparam a sua aparência física ou estilo de vida com conteúdos que vêem online, podendo impactar negativamente a sua autoestima, no entanto, o impacto varia em função das suas competências de regulação emocional.
  • Cerca de 10-15% dos jovens pode ser susceptível a impactos negativos na Saúde Psicológica. Por exemplo, um tempo de uso superior a 3 horas diárias associa-se a um aumento de sintomas depressivos, nomeadamente em raparigas.
  • Quando utilizados de forma consistente e com propósito definido, os smartphones podem estimular o envolvimento nas aulas e facilitar a aprendizagem autónoma e colaborativa dos alunos.
  • O uso desregulado do smartphone nas Escolas associa-se, de forma ligeira a moderada, a dificuldades de aprendizagem e a um fraco desempenho académico.
  • Nas aulas, ao distraírem-se com os smartphones, os alunos/as podem demorar 20 minutos até voltarem a ficar concentrados/as; nos intervalos, o uso de smartphones parece diminuir a qualidade das interações entre pares e os níveis de atividade física.
A Ordem dos Psicólogos deixa algumas recomendações para as políticas públicas nesta área:

Garantir a autonomia das Escolas e os meios para avaliação de cada realidade Escolar. Identificar 1) índices de cyberbullying e uso problemático das tecnologias; 2) níveis de literacia em Saúde e tecnologia da comunidade escolar e; 3) percepções e competências digitais dos docentes.

Estabelecer Grupos de Trabalho com diferentes partes interessadas. Integrar as perspectivas de professores, pais, auxiliares educativos, psicólogos e de crianças e jovens para aumentar a adesão e o sucesso das políticas.

Considerar questões etárias e de equidade no acesso e na utilização das tecnologias digitais. Considerar as recomendações quanto ao tempo de uso das tecnologias (e.g., máximo de 2h/dia entre os 6 e os 11 anos e até 3h/dia a partir dos 12), bem como a influência de características individuais e socioeconómicas.

Reestruturar os espaços escolares e aumentar/diversificar a oferta de atividades.
Criar alternativas (complementares) à utilização dos smartphones, que incentivem o brincar, atividade física e desportiva, expressão artística, convívio e exploração de interesses vocacionais.

Colocar mais Psicólogos nas Escolas. Assegurar que são considerados os aspectos e particularidades do desenvolvimento psicológico e que há um maior investimento na promoção das competências socioemocionais, sobretudo de autorregulação, dos alunos. Fonte: RaioX

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