O Direito à Preguiça é, provavelmente, a obra mais conhecida de Paul Lafargue, um revolucionário, escritor, e ativista socialista franco-cubano que, surpreendentemente (ou não) foi genro de Karl Marx.
Tendo isto em conta, pelo título e por esta breve descrição do seu autor, podemos assumir do que é constituído este relativamente curto livro.
O Direito à Preguiça, como o título explicita, é uma tese de como o ser humano devia ter completa liberdade relativamente à questão do ócio.
É preciso primeiro ter em conta que este livro foi publicado em 1880, onde na França havia uma média de 12 horas diárias de trabalho. Lafargue escreveu uma grande porção deste livro (se não, o livro inteiro) na prisão, preso por questões de ideologia política que o opunham ao antigo regime francês.
Lafargue acreditava que sempre houve, na maior parte das sociedades, um enaltecimento do conceito do trabalho. Uma pessoa só podia ser considerada íntegra se fosse trabalhadora, e aquele que não trabalhasse era descartado e esquecido. Isto, para Lafargue, era completamente ridículo, e só um meio para contribuir para as riquezas da burguesia.
O autor também encorajava revoluções, mencionando que o poder estava nas mãos do proletariado. Trabalhar 12 horas diárias é excessivo, mas será que ter uma rotina regular de trabalho para atingir fins que deviam ser direitos básicos também não é? E porquê o preconceito contra aqueles que não desejam trabalhar? Podemos mesmo julgá-los? Ou invejamo-los?
Paul afirmava que o futuro era comunista, e que era uma questão de tempo até as pessoas serem consciencializadas para poderem reclamar os seus direitos. Pode haver liberdade, mas primeiro é necessário que haja expressão, e, inevitavelmente, revolução.
Este é um livro que recomendo vivamente.
Manuel Ferreira, aluno de 12º ano
Sem comentários:
Enviar um comentário