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quinta-feira, 12 de março de 2020

"Alarme social" justifica fecho das escolas, defendem diretores

   
    Ninguém questiona a validade científica da posição do Conselho Nacional de Saúde Pública (CNSP), que na quarta-feira afastou um cenário de encerramento generalizado dos estabelecimentos de ensino por causa do surto de covid-19. No entanto, o “alarme social” que a doença está a provocar nas comunidades educativas justifica o fecho das escolas, defendem os presidentes das duas associações de directores.
      “Neste momento há dois tipos de pandemia”, ilustra o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira: “Há uma que é vírica e outra que é provocada pelo medo”. O cenário nas escolas é de “grande angústia e ansiedade” entre professores, pais e funcionários, confirma Filinto Lima, da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (Andaep). Os próprios alunos “já não rendem como é normal em função de toda esta situação”.
   A ANDE tinha sugerido, no início desta semana, que as férias de Páscoa fossem antecipadas em duas semanas, reorganizando o calendário escolar de modo a permitir o encerramento imediato das escolas. A medida tinha, por exemplo, o apoio da Confederação Nacional das Associações de Pais.
      Por isso, a posição do CNSP, que defende que o encerramento de escolas só se justifica se houver uma indicação expressa nesse sentido por parte das autoridades de saúde, cai “como um balde de água fria” nas escolas. “Ao longo do dia toda a gente esperava que as escolas fossem encerradas”, conta Lima.
     Manuel Pereira, que preside à ANDE, continua a acreditar que essa é a melhor solução para responder ao problema que as escolas enfrentam, neste momento, por causa do novo coronavírus. Para a defender, partilha uma mensagem recebida de um colega director de uma escola italiana, país a braços com o maior foco de doença em território europeu: “Em Itália, o Governo cometeu o mesmo erro que o Governo português está a cometer: ganhar tempo para ver a evolução dos eventos. Mas é preciso actuar de imediato e tomar medidas drásticas”.
    “Situações excepcionais exigem medidas excepcionais”, acrescenta Pereira. Nenhum dos presidentes das associações de directores de escolas públicas põe em causa que a decisão do CNSP faça sentido “do ponto de vista da saúde pública”, mas consideram que o Governo deve, no Conselho de Ministros de hoje, reavaliar a situação. O “alarme social” que a doença está a provocar junto das famílias, dos estudantes e também de professores e funcionários justifica o encerramento de escolas, entende Filinto Lima, dirigente da Andaep. @ PÚBLICO    

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