"Há uma generosidade e entrega ao compromisso de continuar a ensinar, mas a fadiga já é grande"
Paulo Novais / Lusa |
Histórias de
diretores que começam a acusar os efeitos de quase nove meses de gestão sob a
ameaça diária do novo coronavírus.
“Os diretores
estão muito cansados até porque, além do trabalho, existe uma enorme pressão
para que corra tudo bem. É muito extenuante e vários colegas têm-me confessado
o desejo de abandonar o cargo”, contou à Lusa o presidente da Associação
Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE).
Os diretores
são responsáveis por agrupamentos onde circula mais gente do que em muitas
terras do país: em Loures, por exemplo, Irene Louro dirige uma
“aldeia” com 2.400 alunos, cerca de 220 docentes e 130 funcionários; em
Elvas, Fátima Pinto lida diariamente com os problemas de 1.500 estudantes e, em
Barcelos, Jorge Saleiro tem a seu cargo 2.200 crianças e jovens. A estes alunos
é preciso somar professores, funcionários e encarregados de educação e uma
pandemia.
“Neste
momento, temos duas escolas a funcionar em simultâneo: a escola normal e a
escola covid”, explicou Irene Louro, diretora do Agrupamento n. 2 de Loures.
Este trabalho
obriga a “uma disponibilidade de 24 horas por dia, porque os contactos com as
autoridades de saúde não têm hora marcada”.
Nesta missão,
os diretores são unânimes em salientar e aplaudir o trabalho de toda a
comunidade escolar: “Não são só os diretores que estão cansados. Todo o corpo
docente está esgotado”, lamentou Fátima Pinto.
“Toda a gente
está a trabalhar mais horas e a levar trabalho para casa. Há uma generosidade e
entrega ao compromisso de continuar a ensinar, mas a fadiga já é grande”,
corroborou Carlos Louro, diretor do Agrupamento de Ponte da Barca.
O trabalho não
parou desde março, quando o ensino passou a ser feito à distância. Os
professores tiveram de se adaptar às novas tecnologias e até andar à procura
dos alunos “desligados” das aulas ‘online’. (notícia completa @ Sapo)
1 comentário:
E devo acrescentar que alguns professores (como eu), estão a trabalhar presencialmente desde o dia 18 de maio passado.
São muitos meses de máscara e vigilância compulsiva, estou quase "derrotada"...vale-me a motivação e a vontade de sobreviver por mim pelos outros, preciso de paz
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