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quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

COVID-19: diretores e professores estão exaustos depois de nove meses de pandemia

"Há uma generosidade e entrega ao compromisso de continuar a ensinar, mas a fadiga já é grande"

Paulo Novais / Lusa

Histórias de diretores que começam a acusar os efeitos de quase nove meses de gestão sob a ameaça diária do novo coronavírus.
“Os diretores estão muito cansados até porque, além do trabalho, existe uma enorme pressão para que corra tudo bem. É muito extenuante e vários colegas têm-me confessado o desejo de abandonar o cargo”, contou à Lusa o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE).
Os diretores são responsáveis por agrupamentos onde circula mais gente do que em muitas terras do país: em Loures, por exemplo, Irene Louro dirige uma “aldeia” com 2.400 alunos, cerca de 220 docentes e 130 funcionários; em Elvas, Fátima Pinto lida diariamente com os problemas de 1.500 estudantes e, em Barcelos, Jorge Saleiro tem a seu cargo 2.200 crianças e jovens. A estes alunos é preciso somar professores, funcionários e encarregados de educação e uma pandemia.
“Neste momento, temos duas escolas a funcionar em simultâneo: a escola normal e a escola covid”, explicou Irene Louro, diretora do Agrupamento n. 2 de Loures.
Este trabalho obriga a “uma disponibilidade de 24 horas por dia, porque os contactos com as autoridades de saúde não têm hora marcada”.
Nesta missão, os diretores são unânimes em salientar e aplaudir o trabalho de toda a comunidade escolar: “Não são só os diretores que estão cansados. Todo o corpo docente está esgotado”, lamentou Fátima Pinto.
“Toda a gente está a trabalhar mais horas e a levar trabalho para casa. Há uma generosidade e entrega ao compromisso de continuar a ensinar, mas a fadiga já é grande”, corroborou Carlos Louro, diretor do Agrupamento de Ponte da Barca.
O trabalho não parou desde março, quando o ensino passou a ser feito à distância. Os professores tiveram de se adaptar às novas tecnologias e até andar à procura dos alunos “desligados” das aulas ‘online’. (notícia completa @ Sapo)

1 comentário:

Filomena Madureira disse...

E devo acrescentar que alguns professores (como eu), estão a trabalhar presencialmente desde o dia 18 de maio passado.
São muitos meses de máscara e vigilância compulsiva, estou quase "derrotada"...vale-me a motivação e a vontade de sobreviver por mim pelos outros, preciso de paz