Dava para rir, se não fosse caso para desesperar...
Rui, que foi notícia por ter ficado colocado simultaneamente em 75 escolas, bateu esta segunda-feira o recorde. Até ao fim do dia recebeu 95 mensagens do Ministério da Educação a oferecer-lhe horários. Até que consiga recusá-los, ninguém entra para o seu lugar e os alunos continuam sem professor.
Da primeira vez, quando ficou colocado em 75 escolas, pediu o anonimato. Agora, identifica-se, porque diz que “já é demais”. Chama-se Rui Pinto Monteiro, tem 36 anos de idade, está a dar aulas em Biscoitos, na Ilha Terceira, nos Açores, e pede ao Ministério da Educação e Ciência (MEC), através do PÚBLICO, que faça o favor de o retirar das listas de colocação de professores. Diz que “não se aguenta”: ao primeiro telefonema de uma diretora de escola a dizer que tinha ficado colocado, na manhã desta segunda-feira, pensou que era brincadeira de uma amiga; mas, ao segundo, estranhou e foi ao correio eletrónico, onde foram pingando os avisos da Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE). Ao fim do dia eram 95. “Um novo recorde”, diz.
Na noite desta segunda-feira, Rui – a quem chamámos Fernando na primeira notícia – não sabia se havia de rir ou de chorar. Tem noção da gravidade do caso: por cada uma das 95 colocações, pelo menos uma turma de crianças de 21 alunos, no mínimo (ou seja, quase 2000 crianças) continuam sem professor. Mas estava a terminar um dia “de filme”, "cómico, se não fossem as consequências", pelo que não podia deixar de rir, também. (leia tudo no PÚBLICO)
Sem comentários:
Enviar um comentário